sábado, 27 de julho de 2013

POEMA

BAR DO GENILSON

Foto ilustrativa
Esse foi um dos primeiros trabalhos do poeta Paulo Varela quando retornou ao seu solo pátrio, Assu, no ano de 2003. Alguns companheiros de bar já não compartilham do bate papo daquele recinto, nem degustam mais de seus aperitivos e petiscos, como é o caso dos saudosos amigos Detônho e Beltrão. Na época em que foram escritos estes versos o Bar do Genilson ainda funcionava na Praça Getúlio Vargas - ao lado da Igreja Matriz. Vejamos:

O nosso Assu tem beleza
E para nossa riqueza
Existem pontos de encontro
Onde encontramos jogadores
E também com bebedores
Que todo dia sai pronto.

O Genilson tem um bar
Onde amigos vão jogar
Prosear, tomar cerveja
Tem sinuca, tem baralho
Venha depois do trabalho
Lá na esquina da Igreja.

Nossa localização
É no mei do quarteirão
Junto ao beco sem saída
Chegando não tem errada
Encontrará camarada
Pra divertir sua vida.

Tem todo tipo de gente
Uns alegres, outros contente
frequenta gente educada
De bacharel a doutor
E uns que choram sua dor
Porque já levou chifrada.

Neste canto dá de tudo
Gente que tem estudo
E também analfabeto
Quando chegar na cidade
Expanda sua amizade
Venha trazer seu afeto
  
Iremos lhe receber
Sua vida agradecer
Nossa porta ta aberta
Pra você se basear
Veja quem vem prosear
A lista não ta completa:

Tem gente sócio do Bar
Que vem pra se embriagar
É o caso do Beltrão
Pois ele ta todo dia
E já fez a Moradia
Bem lá perto do Balcão.

Vem gente de toda parte
Dudu amigo das artes
Também faz parte da lista
E vem pra se diverti
Nós temos também aqui
Este amigo dentista.

Você pode aparecer
Pois num vai adoecer
E nem vai morrer a míngua
Tem médico, tem curandeiro
Tem o nosso Ivan Pinheiro
Do Assu, na ponta da língua.

Tem Crisanto, o tal Ninô
Que não bebe, pois deixou
Vem aqui pra prosear
Pois ele é muito querido
De nós não tem esquecido
Vem sempre nos visitar.
  
Por aqui não tem cochicho
Tem até jogo do bicho
Venha, Jean vai fazer
Jogue que é garantido
Se ganhar não é perdido
E ganhando vai receber

Tem cabra aposentado
A muito tempo encostado
É o caso do Moquita
Que fica nos enganando
Diz que não ta escutando
Só que ninguém acredita.

Tem Mariano de Macedo
Que é cabra sem segredo
Que sempre vem visitar
Chega, na sua educação
Tem nossa admiração
Pois sabe sempre chegar.

A turma fica completa
Quando vem nosso poeta
Com a sua explanação
Pra nós é uma alegria
Quando é chegado o dia
Que aparece o Roldão.

Aqui tem cabra medonho
Existe cá o Detônho
Que também gosta de arte
Aqui, tu encontra artista
Faça parte desta lista
Vem gente de toda parte.
  
Tem o Luiz Carlos – Coxinha
Pense numa coisa feinha
Parece que vai parir
Joga no bicho e na loto
Num pode subir na moto
Que pensa logo em cair.

Existe o Sr. Tadeu
Que é grande amigo meu
Que vem nos prestigiar
Ele e sua educação
Anda sempre em comunhão
Que só faz admirar.

Lá não tem gente maluca
Tem o nosso amigo Juca
Que trabalha com dinheiro
Sua chegada é bem quista
Também faz parte da lista
É também um companheiro

Tem o índio jogador
Que na sinuca é doutor
E não enjeita parada
É bonito ver jogar
Ele sinuca tirar
E ver a partida fechada.
 
Mas ele recebe tranco
Ao enfrentar o “branco”
Um menino “satanás”
Pois na sinuca é o cão
Pois faz apresentação,
O garoto joga demais.
  
Porém tem ele um defeito
Fica acuado sem jeito
Quando ganha um tostão.
Se ele ganhou dinheiro
Entoca logo ligeiro,
E não compra um pão.

Aqui, não tem arruaceiro,
Mas existe muambeiro
Que vive negociando
Tudo arranja de momento
Até brinco pra jumento
Vá lá falar com Fernando!.

Tem sim, um tal de Benô
Que é metido a jogador
Mas cai sempre na desgraça
Porque só joga bebendo
Acaba as cartas esquecendo
Por causa dessa cachaça.

Tem amigo verdadeiro
O Pedro Gurgel, do dinheiro
Que socorre cabra quebrado
Pois muita gente tem dito
E eu também acredito
Que tem dinheiro emprestado.

Por aqui não tem problema
O Antonio de Upanema
Também aparece aqui
E só para você saber
E já vi ele beber
Mas nunca o vi cair.
  
Tem também o Diassis
Pois toda gente já diz
Que vem aqui sempre,
Vem com sua animação
E pra nossa admiração
Ele é gente da gente.

Tem Atson, o jogador
Ele é cabra de valor
Que vem aqui pra jogar
É jogando e bebendo
E o cabra já vai sabendo
A cana quem vai pagar.

Tem também Zé cabeção
Que não tem assombração
Que já joga muito bem
É bonito a gente ver
Ele nas bolas bater
Pois quase sempre sai bem.

Você já ta convidado
Será sempre bem chegado
Nós esperamos você.
Venha jogar, beber, prosear
E ver o tempo passar,
Que não vamos lhe esquecer.

Paulo varela

Assu/RN, maio de 2003. (data do poema).

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