sexta-feira, 11 de abril de 2014

REMINISCÊNCIAS

ASSU - RÁPIDAS PINCELADAS - 1958 - 1968

1958/63 – Assume Executivo o Sr. Arcelino Costa Leitão.
1961 - Junho - Reformada a Praça principal recebendo o nome de “Praça Getúlio   Vargas”
1962 – O Jornalista Celso da Silveira foi o primeiro Assessor de Imprensa do Governo do RN, início do governo Aluízio Alves.
1963/68 – Assumiu o Executivo, Sra. Maria Olímpia Neves de Oliveira.
1963 – 18 de setembro – Criação de Carnaubais. A lei nº 2.927, criou o Município de Carnaubais desmembrando de Açu.
        O Governador do Estado do Rio grande do Norte: Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
        Art. 1º - Fica criado o município de CARNAUBAIS, desmembrado do de Açu, passando o respectivo termo judiciário, que ora se cria, a pertencer à Comarca do Açu.
        Art. 2º - O novo município terá os mesmos limites do atual distrito, ou seja: ao sul, divide-se com o município de Açu, na propriedade “Poço Verde”, em linha reta ao meio do rio Açu, a extrema do município de Moçoró; - ao norte, com o oceano Atlântico; ao leste, pelo meio do rio Açu, com os municípios de Alto do Rodrigues, Pendências e Macau, até o oceano Atlântico; e ao Oeste, com os municípios de Moçoró e Areia Branca, na linha divisória da Serra do Mel.
        Art. 3º O município de CARNAUBAIS será instalado a 1º de janeiro de 1964, de acordo com a Constituição Estadual, até que ali se realizem as eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, cuja data será fixada pelo órgão competente da Justiça Eleitoral.
        Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
        Palácio da Esperança, em Natal, 18 de setembro de 1963, 75º da República.
Aluízio Alves
        Fonte: Diário Oficial, Natal, 19 de setembro de 1963.
1964 – Iniciado Açude do Mendubim. Concluído em 1970.
1966 – Assume como Cooperador da Paróquia de São João Padre Canindé.  
1966 - 25 de maio – Inaugurado o serviço de abastecimento d’água na cidade, através da CAENE, atualmente, CAERN.
1968/72 – Assume o Executivo o Sr. João Batista Lacerda Montenegro, tendo como vice-prefeito eleito pela ARENA, o Sr. Sebastião Alves Martins.
1968 / 18 de fevereiro – Fundada a Cooperativa Artesanal – COVALE, reunindo artesãos especialistas em artigos confeccionados em palha de carnaúba.

1968 - 16 de março – Fundada a Cooperativa de Eletrificação – CERVAL.


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA:

PMDB e PR compõem bloco parlamentar com seis deputados

Por ocasião da sessão plenária da Assembleia Legislativa potiguar desta quinta-feira (10), e exercendo interinamente a presidência da Casa, o deputado estadual George Soares (PR) anunciou publicamente a constituição de um novo bloco parlamentar na referida Assembleia Legislativa.
Este bloco contará com seis deputados e será formado por parlamentares do PMDB e do PR.
O PR é representado pelo próprio George Soares, enquanto o PMDB conta em suas fileiras com os deputados Walter Alves, Nélter Queiroz, Gustavo Fernandes, Hermano Morais e Ezequiel Ferreira.
O deputado Walter Alves foi escolhido para exercer o papel de liderança do citado bloco no Poder Legislativo norte-rio-grandense.
Postado por Pauta Aberta.

CAICÓ:

Governadora reabre Centro Cultural Adjuto Dias nesta sexta-feira

A governadora Rosalba Ciarlini participa nesta sexta-feira (11), a partir das 18h, da cerimônia de reabertura do Centro Cultural Adjuto Dias, em Caicó, região do Seridó. 
O equipamento cultural será devolvido à população e comunidade artística com uma programação cultural que se estenderá até a segunda-feira (14), com exposição de artes plásticas, shows musicais, apresentações de teatro e dança
O teatro tem capacidade para 430 pessoas e estará apto para receber apresentações artísticas locais, regionais e nacionais.
Ao todo foram investidos R$ 900 mil de recursos próprios do Governo do Estado, segundo a informação da assessoria de comunicação social do Governo potiguar.
Postado por Pauta Aberta.

POESIA

"A INVEJA"



És grande na loucura predileta
Na beleza feliz que o peito afeta
As raízes do sonho que devoras
Mau grado os humildes que namoras...

A doçura do riso que é teu lume.
Como a treva que marcha o vagalume
Como a noite que marcha a luz do dia.


João Lins Caldas (1888-1967)
Poeta norte-rio-grandense de Assu 
Postado Por Fernando Caldas.

NATAL:

Debinha & Bambas, na Praça das Flores


quinta-feira, 10 de abril de 2014

INOVAÇÃO:

Luís Emanuel mantém contato telefônico com o blog Pauta Abertapara comunicar que a partir da próxima segunda-feira (14) o blog De Olho no Assú, por ele pilotado, estreia nova página na blogosfera.

Ele informa que, segunda-feira vindoura, o portal estará com novo domínio: www.deolhonoassu.com.br.

Explica que o acesso pelo atual endereço não será invalidado e todo o conteúdo atual poderá ser acessado sem problemas, uma vez que haverá o redirecionamento automático para o novo site, que irá apresentar um layout moderno, dinâmico e de fácil navegação para os internautas em geral.
Então, sucesso e toca para diante!
Fonte: Pauta Aberta.

AÇÃO PARLAMENTAR

Hospital Regional de Assú passa por reestruturação após liberação de verba de emenda do deputado George Soares
O hospital regional de Assú iniciou um processo de reestruturação esta semana com a liberação da primeira parte da verba de RS 500 mil provenientes de emenda parlamentar do deputado estadual George Soares. Os recursos foram desmembrados em três processos para aquisição de uma nova ambulância, equipamentos para o centro cirúrgico e melhorias na infraestrutura. 

A primeira parte liberada contempla a aquisição de mais de 30 novos condicionadores de ar que já foram entregues e serão instalados na recepção, apartamentos e pronto-socorro da unidade hospitalar.A emenda proposta pelo deputado George Soares beneficia toda a população do Vale do Açú que terá à disposição um hospital renovado, passando pelo sua primeira grande transformação desde sua inauguração. 

“Fiquei muito feliz com essa boa notícia. Nossa emenda vai ajudar a todos no Vale e melhorar o atendimento do maior hospital da região", disse o parlamentar.

HUMOR


Sorriso Pensante - Ivam Cabral 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

DIA DO ESCOTEIRO

Requerimento de autoria do deputado estadual George Soares - PR (foto com dirigentes escoteiros do RN), lido na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (09), na cidade de Alto do Rodrigues, onde o Parlamento potiguar encontra-se dentro do projeto Assembleia Itinerante, propõe a realização de uma Sessão Solene no dia 23 de abril, em alusão ao Dia do Escoteiro.

Na mesma proposição o representante do Vale do Açu sugere que, paralelamente, a Sessão possa homenagear os 80 anos de fundação da segunda mais antiga entidade escoteira do RN: o 55º Grupo Escoteiro José Nazareno Fernandes, localizado em Assú, que viveu sua data oficial de aniversário no dia 05 de abril corrente.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

PARLAMENTARES DISCUTEM PROJETOS PARA O VALE DO AÇÚmesa.1

Durante a permanência do Legislativo do RN no município de Alto do Rodrigues, os deputados trataram de assuntos e projetos pertinentes à região. Geração de emprego e renda, melhorias nas áreas de segurança, saúde e educação foram debatidos durante a sessão plenária, que aconteceu em seguida à sessão solene de instalação.
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O deputado George Soares (PR) fez cobranças ao Governo do Estado para que execute projetos que beneficiam a região do Vale do Açú. Entre eles está a obra estrada da castanha. Outra solicitação são os reparos na RN 118, estrada que liga o Vale do Açú à Macau. “Essa estrada é muito importante e está muito perigosa”, disse. O deputado lembrou que rodovia recebeu o nome do major Montenegro, nome de destaque na agricultura e na política do Vale do Açú.
George Soares falou sobre sua preocupação com o Projeto de Lei que prevê que o pequeno produtor de energias renováveis use para seu próprio fim e venda o excedente. Segundo George, o projeto foi aprovado pela Casa, mas foi vetado pelo Governo. “Outros Estados já têm esse projeto aprovado. Apelo para que os deputados derrubem esse veto”, afirmou.
O início da construção da barragem de Oiticica também foi um dos temas abordados pelo parlamentar.  O deputado falou, ainda, sobre a situação da exportadora Dell Monte, que vai demitir cerca de 6 mil funcionários. “Sugiro formarmos uma comissão para conversar com a diretora da empresa para rever essa situação”, disse. George. A ZPE do Sertão e a criação do Porto do Mangue também foram temas levados à sessão plenária pelo deputado.
Postado por Registrando.

BRINCADEIRAS POPULARES

BALADEIRA

         
Atirar de baladeiras ou balieinheira, como se diz em Caicó, também faz parte do universo lúdico infantil do interior do estado. Esse objeto era utilizado para o tiro ao alvo, caçar passarinhos, lagartixas e brincadeiras de guerra. É feita com uma forquilha de madeira (cabo), duas tiras de borracha (elástico), um pedaço de couro cru (malha) e quatro tiras pequenas de borracha para amarrar. A madeira mais utilizada para a confecção do cabo era a goiabeira, mas também utilizava-se o pau d’arco ou ipê.

A malha era um pedaço de sola crua ou couro retirado de um sapato velho, de forma retangular. Mede cerca de 12 cm de comprimento por 3 cm de largura. Nas suas extremidades é feito um pequeno furo, no qual se prende o elástico.

As ligas finas, para amarrar as mais grossas ao cabo e ao couro, eram conseguidas de câmaras de ar velhas de pneus. Já as ligas mais grossas, usadas para impulsionar a pedra, sofreram modificações ao longo do tempo. Em um primeiro momento, eram retiradas de câmaras de ar de carros grandes, como caminhões e tratores, pois eram mais resistentes e tinham força para atirar a pedra com velocidade. Depois, surgiu a liga de avião, comercializada nas feiras e mercados populares. Na década de 80, começaram aparecer as chamadas ligas de soro, usadas em hospitais.

Nas caçadas eram utilizados, também, os bornais ou bizacos, espécies de bolsa para carregar as pedras e os animais mortos. As pedras eram escolhidas com muito cuidado, pois precisavam ser bem arredondadas e no tamanho certo. Em Caicó, além dos passarinhos, caçavam-se muito lagartixas nos lajeiros de pedras, comuns naquela região. Havia uma superstição entre os meninos de que, para ser um bom atirador, devia-se matar um beija-flor e comer seu coração, ou então, passar o sangue da lagartixa no cabo da baladeira.

Também se utilizava a baladeira para brincar de guerra, com a carrapateira. Nesse caso, devidia-se o grupo de crianças em dois. E no meio dos cercados e serrotes, os grupos de crianças faziam verdadeiras batalhas campais. A carrapateira era escolhida como munição, porque não machucava quando atingia seu alvo.
Fonte: Brinquedos e brincadeiras populares: Identidade e memória. Editora IFRN – 2ª Edição - 2010.  
Fotos: J. Luciano e Arrepare - poetajessecosta.com

ATIVIDADE PARLAMENTAR

Deputado George prestigia aniversário do Pastor Alfredo em Assu
O deputado estadual George Soares participou ontem (08) da festa de aniversário do pastor Alfredo da igreja Assembleia de Deus em Assu. O encontro também teve a participação do pastor Miranda, da Assembleia da cidade de Mossoró e o pastor Martins, presidente das Assembleias de Deus do Rio Grande do Norte.

DEFENSORIA PÚBLICA:

Edital trata de seleção que envolve representatividade na comarca de Assú

Jeanne Karenina Santiago Bezerra
A defensora pública-geral do RN, Jeanne Karenina Santiago Bezerra, assina o Edital nº 010/2014, publicado nesta quarta-feira (09) pelo Diário Oficial do Estado.
 
O documento declara aberta seleção pública para designação temporária e extraordinária de três defensores públicos estaduais para atuar, na forma de rodízio, na comarca de Assú, pelo período de maio a agosto de 2014.
 
Uma das vagas será destinada, exclusivamente, à atuação perante o Júri Popular, devendo o interessado indicar expressamente no requerimento se pretende concorrer a esta vaga, ainda que cumulativamente às outras duas abertas.
Acesse o conteúdo integral o Edital AQUI.
 

CORTESIA:

Deputado George Soares visita Colégio das Neves em Natal

O deputado estadual George Soares (PR) visitou na manhã da terça-feira (08) o Colégio das Neves, na capital do Estado, tradicional instituição de ensino do RN. 

O parlamentar – ex-aluno da própria instituição e do Educandário das Vitórias, em Assú - está articulando uma sessão solene em homenagem aos 75 anos da província Filhas do Amor Divino, a ser realizada no próximo mês de maio e em homenagem às irmãs de todas as unidades do Estado.


Na visita o deputado e o escritor assuense Ivan Pinheiro foram recebidos pelas irmãs Beatriz e Marli.

POESIA

VIDA EM REGRESSO
Longo ali está a velhice
Regresso à vida, à tolice
Bate à porta sem cessar
Os campos todos serão minados
Os nervos sem forças, atrofiados
Querem mover-se, já não dar

É o regresso humano, a lembrança
Da velhice retorna-se a criança
Tudo muito conturbado, infantil
É a vida, é a fase, menas doçura
A febre a aniquilar a temperatura
Num quadro constante: doentio

A voz embaralhada, como aprendiz
Descobrindo palavras, que feliz
Recordar na aula os acertos
A vida é enfim um bailet confuso
Cheia de curvas qual um parafuso
Que nos submete aos seus apertos

Diferencia-se então o dá-dá-dá
Pelo triste modo gagá
Quando a memória causa-lhe insucesso
É o velho em estado decomposto
Causando a si mesmo o desgosto
Vendo a vida em declínio, em regresso

Seca-lhe a pele e logo perde o brilho
A vergonha reflete-se no filho
Cuja mão nele não se instala
O andar tomba lento e manso
Quando o braço apoia-se em descanso
Sobre a companheira única, a bengala

Os olhos pouco vêem, são complexos
Os portais onde entram os sexos
O verba não mais o disponha
Deita e dorme, há muito sono
Vivendo no apogeu do abandono
Resta de consolo: a fronha

Edivam Bezerra - Poeta assuense.

REMINISCÊNCIAS

MARCAS DO QUE SE FOI...


Escultura de autoria do artista plástico Gilvan Lopes 
em homenagem ao Poetas e Boêmios do Assu. 
Abandonada e deteriorada, foi retirada ou surrupiada (?!) 
do centro da Praça São João  sem explicações à população. 
Fotos: Samuel Fonseca.

terça-feira, 8 de abril de 2014

PARA DESOPILAR:

VINTE CANTADAS
1. Meu nome é Arlindo, mas pode me chamar de Lindo, porque perdi o Ar quando te vi.

2. Posso fazer um drift nas suas curvas??

3. Seu nome é Tamara ? - Não. - Pode até não ser Tamara, mas você Tamaravilhosa!

4. Tem colher ai??? Por que eu to dando sopa!

5. Se você fosse homem, eu virava gay!

6. Você é travesti? - Não... - Então prove!

7. O teu pai é ladrão? - Não. - Então como é que ele roubou o brilho das estrelas e colocou nos seus olhos? (Esteja preparado no caso de ela responder sim ou Ele é astronauta.)

8. Vamos para minha casa fazer as coisas que eu já falei pra todo mundo que a gente fez?

9. Não te doem as pernas de fugir dos meus sonhos todas as noites?

10. Oi, você come ouro? -Não, por quê? -Porque sua bunda é um tesouro!

11. Dizem que o amor é uma coisa maravilhosa. Vamos fazer um pouco e descobrir...

12. Eu tenho saudade do meu ursinho. Quer dormir comigo?

13. Posso fazer cosquinhas na sua barriga por dentro?

14. Você gosta de brócolis? - Não... - Prazer, Batata Frita!

15. Gosta de chocolate? - Sim! - Prazer, Chocolate!

16. Você esta esperando ônibus? -Não, por quê? - Porque você está no ponto!!!

17. Vou te roubar pra mim, porque roubar pra comer não é pecado.

18. Você já viu um homem rico ficar duro em pouco segundos?

19. Se eu fosse bombeiro, eu apagaria o seu fogo.

20. Tá vendo aquele cara ali? Pois é, ele ta perguntando se você quer ficar comigo?

Postado por Manoel Bernardo - 1000 graus MCZ.

CONTO

O PULO DO GATO
 Ivan Pinheiro Bezerra*
A PORTA se abriu rangendo as dobradiças. Um gato que estava descansando sobre uma mureta deu um salto caindo em pé num amontoado de folhas secas sobre o chão.

Leôncio, um rapaz de quase 23 anos, que estava próximo sentado sobre um enorme tronco de oiticica, a pastorear um rebanho de ovelhas, assustou-se. Rapidamente girou o corpo em direção ao barulho. E, por instantes, não acreditou no que viu... Acabara de surgir à porta, enrolada numa toalha lilás, contrastando com a meia-luz crepuscular, Madalena - a mulher mais cobiçada da fazenda Juazeiro e de toda a redondeza. Madalena havia chegado à localidade há pouco menos de um ano.  Tinha casado com Thomaz, um dos moradores da fazenda. Homem temido por todos, dado ao seu poder na função de capataz da fazenda do Coronel Ludovico. 

Ela, apesar de viver o ardor dos seus vinte anos, não costumava sair de casa, a não ser a ida para as missas que ocorriam uma vez por mês na capela da fazenda. Nestes momentos litúrgicos Thomaz fazia questão de adentrar na igrejinha, todo posudo, de braços dados com a sua Madalena. Para ele era como se estivesse mostrando à população o seu troféu... A sua pérola preciosa.

Leôncio não retirou os olhos da porta. Seus olhares se cruzaram. Ele baixou a cabeça desviando o olhar para evitar qualquer mal entendido e, depois de alguns segundos, quando voltou a vista ela permanecia o encarando. Ele ficou nervoso, aquela reação não era esperada. Voltou a baixar a cabeça. Olhou mais uma vez. Ela acenou com a mão. Leôncio levantou-se para observar melhor o que estava vendo. Em fração de segundos seu órgão sexual ficou excitado. Madalena, apesar de distante cerca de cinquenta metros, pôde observar, de soslaio, a excitação do rapaz.

A lubricidade a contagiou. Não pensou duas vezes. Automaticamente suas mãos seguraram as pontas da toalha e, em seguida, abriu os braços tais quais as asas de um filhote de pássaro preparando seu primeiro voo. Estava ali uma cena que todos gostariam de ver: Madalena totalmente nua. O rapaz ficou pasmo... Imóvel... Quase petrificado. Aquele corpo branco, escultural, de seios rígidos e de sexo negro... Tudo o atraía. Não se conteve em contemplar ao longe, aquela “imagem” que o encantava e ao mesmo tempo o amedrontava. Correu em sua direção.

Quando Madalena se deu por si, Leôncio já havia pulado a mureta que protegia o quintal da casa e se aproximava velozmente. Ela fechou a toalha e entrou rápido batendo a porta num segundo. O rapaz parou bruscamente colocando as mãos na porta para não se machucar... Estava ofegante pela rapidez em que se dirigiu para chegar junto daquele “monumento”.

Por alguns segundos Leôncio ficou parado, colado à porta, sem entender sua reação. Era como se tivesse sido atraído por uma descarga elétrica. Seu coração batia forte, parecia que ia saltar pela boca.  Retornando a si, voltou a pastorear suas ovelhas. Sentou-se no velho tronco da oiticica a raciocinar.

A capela da fazenda estava praticamente lotada para a missa do domingo à tarde. Leôncio, estrategicamente, se posicionou na ponta do banco da segunda fila. Thomaz e Madalena entraram. Como de costume, de braços dados pela porta principal. No trajeto ela olhou, disfarçadamente, nos olhos de Leôncio com um brilho aliciador. Sentaram-se na primeira fila.

Por um instante, trocaram apertos de mão no momento da saudação. Quando as mãos se tocaram seus corpos tremeram. Ao saírem seus olhares se cruzaram mais uma vez como se estivessem lamentando o término da celebração.

Naquela noite de domingo Leôncio não conseguiu ter um sono tranquilo. Madalena esteve presente em seus pensamentos todo o tempo.

Nos dois dias seguintes, durante a permanência de Leôncio no tronco da oiticica pastoreando as ovelhas, Madalena não deu sinal de vida. Ele estava convicto de que tudo aquilo havia sido uma ilusão. Sua reação não poderia ser diferente: “como uma linda jovem, esposa do capataz, principal funcionário da fazenda, iria dar atenção a mim, um simples peão?” - A esperança que o alimentava era a diferença de 26 anos de idade entre o casal.

Estava envolvido em seus pensamentos quando a porta da casa se abriu rangendo as dobradiças. O velho gato que mais uma vez estava descansando sobre a mureta, saltou. As folhas secas sobre o chão emitiram um som funesto.

Leôncio não chegou a pensar, quando deu por si estava na porta, frente a frente com a mulher dos seus sonhos. Os dois ficaram paralisados. Trêmulos... Brancos como a toalha que cobria parte do corpo de Madalena.

Como que atraídos por imas seus corpos se aconchegaram num frenesi lúbrico. Beijaram-se desejosos que os corpos se unissem em um só corpo. Leôncio retirou-lhe a toalha e levantou-a num abraço. A silhueta trêmula das duas estruturas físicas entrelaçadas refletia aos últimos raios de sol sobre a parede enegrecida da cozinha.

Na linha do horizonte já não se via o clarear do dia quando o carcará de unhas afiadas conseguiu sua presa, um indefeso filhote de ovelha. O rebanho amedrontado pelo grito guerreiro do pássaro começou a se movimentar e a berrar... Lá ao longe, tropeçando, tentando vestir a calça, levantando as mãos, correndo e gritando, demonstrando cansaço, surgiu Leôncio na diligência de afugentar outro carcará que já tinha sua presa definida.  
*Ivan Pinheiro Bezerra - Licenciado em História. 
Autor do Livro: Dez Contos & Cem Causos.
Foto ilustrativa.

LANÇAMENTO

Em junho !

Postado por 101 Livros do RN.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

RÁDIO:


Está sendo veiculado a partir desta segunda-feira (07) – pelas rádios Princesa do Vale AM e Assú 104,9 FM, ambas em Assú; e, Cidade 104,9 FM, em Jucurutu – o novo programa radiofônico Trabalhando Pra Valer produzido pela assessoria de comunicação do deputado estadual George Soares (PR), através do qual o parlamentar presta contas de seu mandato na Assembleia Legislativa.

O deputado se reportou acerca de um fato inédito ocorrido na esfera do Poder Legislativo do RN na última semana: a audiência pública que discutiu melhores condições de trabalho para os servidores públicos das administrações direta e indireta do Estado, debate proposto a partir de solicitação feita pelo próprio George Soares.

“Há alguns dias recebemos em nosso gabinete a visita de uma comissão formada por representantes dos sindicatos que representam os servidores do Estado, denunciando casos enfrentados pelos trabalhadores para realizar as suas funções. De imediato apresentei o requerimento de uma audiência pública para discutirmos juntos e podermos cobrar do Governo as ações imediatas. A audiência pública foi realizada no dia 31 de março e nos trouxe as informações necessárias para avançarmos nesta situação”, declarou o deputado.

“Em primeiro lugar, estabelecemos uma pauta de reivindicações. Os servidores precisam da realização imediata de concurso público para a contratação de novos funcionários porque o número de profissionais que existe hoje não atende as necessidades. É preciso também criar um Plano de Cargos e Carreira e fazer a reposição salarial que hoje está defasada em mais de 44%. Além disso, o Governo precisa oferecer melhorias nas condições de trabalho”, acrescentou.

O deputado destacou que “hoje, há casos de servidores que precisam levar copo de água e papel para poderem trabalhar como, por exemplo, no Detran e no Ceduc, e em muitas outras repartições”.

“Na audiência pública assumimos o compromisso de lutar para que o Governo do Estado cumpra com suas obrigações. Tenho uma preocupação verdadeira com os servidores públicos que, em muitas vezes, são esquecidos e cobrados tem ter condições de realizar um bom trabalho. Agora, em ação conjunta com a Assembleia Legislativa, vamos cobrar do Governo que atenda as demandas e resolva a situação dos servidores da administração direta e indireta com urgência”, registrou George Soares. 

Del Monte

O deputado George Soares também voltou a se pronunciar sobre a dificuldade enfrentada pela empresa Del Monte e a ameaça de demissão de grande parte de sua mão-de-obra no RN.

“Estamos aguardando uma data para a reunião com a diretoria da empresa, que está instalada na cidade de Fortaleza (CE), com escritório na cidade do Assú. Vamos discutir com eles o que é possível fazer para preservar os empregos de milhares de trabalhadores no Vale do Açu. Temos consciência do problema que essas demissões podem acarretar para a região do Vale do Açu. Por isso, vamos unir forças e tentar todas as possibilidades da manutenção desses empregos”, enfatizou.

“Quero aqui dizer a todos que a nossa luta por emprego e renda vai continuar, seja no caso dos servidores do Estado que precisam de melhorias nas condições de trabalho; ou dos funcionários da indústria da Del Monte. Nosso mandato continuará atuante para que todos possam ter uma vida mais digna com seu esforço e o seu trabalho”, finalizou George Soares.
Postado por Pauta Aberta.

CONTO

HORA DO ÂNGELUS¹
 
O irmão havia dito que estaria no aeroporto quando ela desembarcasse. Faltava pouco. Ela observava o início de um fim de tarde através da breve janela do avião. Era confusa a sensação de voltar para casa, após vinte anos. Atada a um assento flutuante, percebeu que as nuvens iam, pouco a pouco, tomando a forma de suas lembranças. “Tripulação, preparar para o pouso”.

Naquela época, voltava correndo da escola. Um avexamento. Chegava com a poeira da rua nos anseios da fome. Porta de madeira, casa de taipa. Encontrava a mãe sempre rezando o terço. Um grão por vez dedilhava: arroz hoje, feijão amanhã – aridez. Ao menos uma vez por semana, corria para encontrar uma mãe envergonhada, prostrada diante da mesa vazia. O irmão, arremessado tal semente no arado do campo, vivia num mundo a parte. Empinar pipas era a única diversão dele. Ela, então, vagava pelos cantos. Parte pelo roncar da barriga, parte pelo constrangimento de encarar aquela mulher apática perante a miséria. Os olhos molhados brotando da secura da terra.

Certo dia, resolveu vagar por mais tempo. O vazio do estômago transposto para o peito. Lembrava da mãe de quem se afastara, sem jamais, no entanto, olhar para trás. É que da fome do prato nasceu a vontade de viver. Até então, havia apenas sobrevivido. Quem conhece a injustiça quando jovem, quase sempre ajusta os ponteiros com o destino. Pelas caronas em beira de estrada, chegou à cidade grande, onde o tempo passava mais depressa. A mãe se tornara, tanto a tanto, uma lembrança distante. Balão subindo bem longe, ao sabor do vento. A ligação do irmão, na véspera de seu retorno, havia trazido o balão de volta: a mãe padecia adoentada.

No portão de embarque, um irmão de fotografia vinha ao encontro dela. Tanto tempo depois, o semblante – que ela não saberia decifrar – carregava a dor de um sujeito áspero. Homem de terra seca e olhos molhados. O abraço foi demorado – pipa no céu sem nuvens. Lembrou-se da antiga casa. A taipa socada tal a confusão das emoções. Ele estava bem, mas a mãe sofria há anos em cima de uma cama. Já quase sem lucidez, havia mandado chamar a filha.

Seguiram poeira de estrada a fora. No trote do carro, segurava as palavras dentro da boca. Falta de assunto. Eram dois estranhos. Em pouco mais de meio relógio, chegaram. Ela mal acreditava no que via: pouco havia mudado naquela terra de chão seco. O azul da porta de madeira, tal qual resgatado da memória, parecia mais esmaecido. Não recebera tinta. Como se não bastasse, o ranger da abertura desdobrou a realidade da qual ela tentara fugir.

Do que lembrava, agravara-se a penumbra do lugar. O cheiro de vela acesa, de flor trazida da lonjura da terra fértil. No quarto, uma mãe de recordação, disforme e apagada, tossia num pedaço de trapo. O definhar da mulher suplantava anos de abandono. A filha enxergava, além da fome, o desamor. Lamentou duas décadas antes que pudesse perceber o sinal da mãe pedindo sua aproximação. A filha, com remorso, somou seu ouvido à boca da envelhecida figura. A mãe precisava dizer alguma coisa. Lutando contra a prostração do corpo, ergueu a cabeça num esforço sussurrante: era um pedido de desculpa. A filha, desnorteada, indagava-se sobre o porquê. Nem precisou perguntar. A resposta veio em seguida. Com frases curtas, pediu perdão pelas ocasiões do prato vazio. É que, vinda da escola, em sua ignorância, a filha jamais soube da verdade. O irmão, no arado e na pipa, bastava-se no sol suas energias. A mãe, nas alturas da fome, deixava de comer para alimentar a filha, todos os dias. Uma vez por semana – nessa única vez da semana em que a filha encontrava o prato vazio – a mãe, mal posta de pé, cedia à vergonhosa tentação de não morrer. Por fim, onde a filha fugitiva enxergara a apatia, residira uma mãe dedicada.

Alguns raios do sol ainda encaravam o solo seco. O sino na igreja, lá distante, badalou seis vezes antes do anoitecer – hora do ângelus. A mãe deixara, finalmente, a velha casa de taipa. No desabar do corpo, permitiu que escapasse lentamente, por entre os dedos, um terço antigo, tantas vezes dedilhado.

¹Nair das Capoeiras - Pseudônimo de LIS BARROS VILAÇA - Natal
1º Concurso Assuense de Literatura Celso Dantas da Silveira.
Livro: escrínio da Literatura Potiguar.
Foto ilustrativa.