sábado, 6 de julho de 2013

O MUNDO VARZEANO

Estivemos ontem (quinta-feira, 05/07), na Pinacoteca / Palácio do Governo, representando o Deputado Estadual George Soares - o qual se encontrava ausente de Natal, no lançamento do livro O Mundo Varzeano de Manoel Rodrigues de Melo", de autoria de Maria da Salete com fotografias de João Vital Evangelista Souto. 

Com apoio da Lei Câmara Cascudo e patrocínio da Petrobras, o livro retrata paisagens, tipos e costumes do Vale do Açu registrados na obra do escritor varzeano e que foram objeto de estudo da professora em sua dissertação de mestrado, aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 2001.

“O texto desse livro é simplesmente o primeiro capítulo da minha dissertação de mestrado, todo ele está ali, onde destaco a visão poética e a riqueza de detalhes que o grande escritor Manoel Rodrigues de Melo (1907-1996) descreveu sobre a região que fica a nordeste da bacia hidrográfica do rio Açu e que engloba os municípios de Assu, Ipanguaçu, Carnaubais, Alto do Rodrigues, Pendencias, Porto do Mangue e Macau”, conta a professora.

Familiares de Manoel Rodrigues de Melo, autoridades e muitos pendencienses e assuenses se fizeram presentes. O lançamento foi um sucesso de público. 
Fotos: Maria da Conceição Barbosa Bezerra

sexta-feira, 5 de julho de 2013

PADRE CANINDÉ:

UM APAIXONADO PELO SACERDÓCIO


Por: Ivan Pinheiro
FRANCISCO CANINDÉ DOS SANTOS nasceu, lá no “pé” da Serra do Cabugi - (Angicos/RN) na comunidade denominada Pelo Sinal. Quem um dia teve a feliz ideia de colocar o nome daquele pequeno povoado de “Pelo Sinal”, não imaginava que naquele sertão, castigado pela seca, no dia 05 de julho de 1937, nasceria uma figura humana que seria, durante toda a vida, o expositor andarilho da Santa Cruz.

O vocacionado Canindé estudou o primário ainda em Pelo Sinal. Sua primeira professora foi Isabel Neco de Oliveira que também foi sua madrinha de batismo. 

O menino Canindé, alentado pela fé, teve a coragem de sair do seio de sua família para adquirir conhecimentos, levando consigo, à vontade de servir a Deus. Foi para Mossoró onde estudou de 1951 a 1957. Em 1958 estudou em João Pessoa (PB) onde concluiu o segundo grau. De 1959 a 1960 estudou em Fortaleza (CE) e de 1961 a 1965 estudou Filosofia e Teologia, no Seminário Regional do Nordeste em Olinda (PE).

Padre Canindé como é conhecido por toda a população do Assú e do Vale foi ordenado padre no dia 29 de junho de 1965 e teve como missão abraçar a partir de 03 de janeiro de 1966 a Paróquia do Assu. Nesta cidade, durante estes quarenta e sete anos, atuou como um verdadeiro pastor, um semeador da palavra de Deus.

Foi também: professor; diretor dos estabelecimentos educacionais Instituto Padre Ibiapina e Ginásio Pedro Amorim; maestro de bandas marciais; diretor e radialista da Rádio Princesa, entre outras atividades pertinentes a sua missão apostólica.

Na sua labuta diária Padre Canindé recebeu amor, carinho e afeto da população assuense e também, em alguns momentos, contrariou interesses e foi incompreendido por uma infinidade de paroquianos.

Com uma paróquia de dimensões diocesana para administrar, já que durante muitos anos absorveu os municípios de Carnaubais e Porto do Mangue, Padre Canindé sempre encontrou tempo para se dedicar as causas sociais. Nesta área abraçou lutas históricas, entre estas:

- Combateu ao lado do povo a forma exacerbada e desrespeitosa com que o Governo Federal tratou os proprietários de imóveis urbanos e rurais localizados nas áreas atingidas pelas águas quando da construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves;

- Lutou com "unhas e dentes", quase perde o juízo para não vê fechado, no início da década de oitenta, um dos mais importantes estabelecimentos de ensino da região, o IPI;

- Articulador inigualável para a criação do consórcio à implantação da emissora de rádio 'Princesa do Vale';

- Ativista ferrenho para que os festejos de São João Batista tivessem dimensões além fronteiras norte-rio-grandenses;

- Incansável na defesa e justificativa para a implantação da Paróquia de São Cristóvão /Irmã Lindalva...

Enfim, nestes 47 anos de Assu Padre Canindé sempre buscou estar presente nas ações de viabilidade econômica e social da região. A pontualidade, responsabilidade, e honestidade são, entre outras virtudes, parâmetros inseparáveis deste religioso.

Agora, ao completar 76 anos de idade, com sua missão cumprida, atuando como padre co-adjutor, acredito que é chegado o momento de Padre Canindé descansar a mente, relaxar o corpo, sentar na calçada para bater um bom papo com amigos e vizinhos, escrever as suas memórias, cuidar da sua saúde... A população assuense, independente da religião de cada um, certamente reconhece os seus relevantes serviços prestados a esta torrão bendito de São João Batista e de Irmã Lindalva.

Resta agora ele se cuidar para continuar conosco durante muitos anos.

Parabéns Padre Canindé. Um forte abraço!

RECESSO PARLAMENTAR

George Soares: Recesso será para fortalecer e intensificar contatos

O período do recesso parlamentar da Assembleia Legislativa do RN está longe de representar descanso ou sossego para o Deputado Estadual George Soares (PR).

Consciente de que as ações do mandato são contínuas e ininterruptas, o Deputado mira numa vasta agenda de visita a diversos municípios do Estado durante todo o decorrer de julho.

A peregrinação tem objetivos delineados: reafirmar o compromisso com as lideranças municipais que o apoiam e colher subsídios que darão elementos a pleitos que defenderá no parlamento, no início do segundo semestre de sessões plenárias, em resposta às demandas que lhe serão apresentadas.

“Esse contato com centenas de amigos, correligionários e o povo, também dá a oportunidade para reiterarmos nossos compromissos, construir novos entendimentos e principalmente, aproveitar para expor uma prestação de contas do nosso trabalho permanente na Assembleia em prol do desenvolvimento do Vale do Açu, do interior e de todo o RN”, abreviou George Soares.
Assessoria Parlamentar Deputado Estadual George Soares

quinta-feira, 4 de julho de 2013

CAUSO

TROMBADA NO ASSUFOLIA
Josi de Manoel Calixto já fez de tudo na vida para ganhar um dinheirinho... Até de segurança já serviu. No Assufolia - carnaval fora de época de Assu, ao segurar a corda que separava o povão dos blocos, Josi, despercebido e quase dormindo, ficou meio parado. E o povo pedindo que ele andasse. De repente, o carro que conduzia o trio elétrico deu uma grande disparada, fazendo Josi cair com todo o corpo, gritando como se houvesse sido esmagado pelo transporte.

O povo, preocupado com a tragédia, preparou a ambulância para levá-lo ao hospital. Quando Josi viu o movimento, levantou-se de sopetão e falou:

- Nam... Num tô sentindo nada não, só uma pequena dor nos quartos! Não me leve pro hospital não, senão vão querer me enganar e ficar com meu dinheiro, ora... Já trabalhei a noite toda! Pode deixar que eu aguento o resto!
Do livro: As Presepadas de Josi - Lourdinha Calixto 

OPINIÃO

Plebiscito é embromação para calar clamor popular

João Batista Machado - NOVO JORNAL
Proposta de plebiscito a ser encaminhada ao Congresso Nacional por iniciativa do governo para implementar a reforma política não passa de falácia, objetivando tirar foco dos movimentos populares que tanto incomodam e ocasionou perda de 27% na popularidade da presidente Dilma Rousseff, em tempo recorde. Os custos vultosos da consulta popular poderiam ser empregados em obras de ação social, principalmente no combate eficaz ao crack, responsável pelo desvio de conduta dos jovens de quase todas as classes sociais.

Projeto de lei enviado ao Congresso pelo governo, enfocando os principais temas da reforma política, dificilmente seria rejeitada pelo parlamento, principalmente agora que o povo despertou e começou a exigir seus direitos e cobrar promessas esquecidas nas prateleiras do tempo. Esse Congresso acuado pela vontade popular expressa nas ruas, jamais teria coragem de refutar uma iniciativa visando aperfeiçoar o sistema político eleitoral arcaico e conservador, distanciado dos anseios da sociedade.

Apesar dos desgastes, as instituições funcionam plenamente, embora desgastadas perante a opinião pública. Por isso, aptas a desempenharem suas funções. O parlamento geralmente funciona fustigado pelo barulho das ruas, de acordo com o que aconteceu agora com a PEC 37 destinada a impedir investigação do Ministério Público. Fato que beneficiaria em larga escala o chamado crime do colarinho branco. Se não existisse a pressão popular certamente a proposta teria sido derrotada, propiciando impunidade a corruptos contumazes e audaciosos.

Constituinte ou plebiscito deve ser sugerido em casos de falência das instituições, o que não é o caso. Seria desnecessária a consulta popular para implantação de reforma política, não fosse prioridade para 2014. Evidentemente não que poderia atropelar as regras já definidas do próximo pleito e sem tempo hábil para o povo ser devidamente informado das mudanças que seriam sugeridas. Os representantes do povo estão aptos a cumprir a missão para a qual foram eleitos, pois legislar é função precípua do Congresso, sem necessidade de precipitação.

A presidente Dilma Rousseff fez ouvido de mercador diante das reivindicações populares claras e objetivas, sem bandeiras partidárias. Em nenhuma delas havia cobrança de reforma politica imediata, pois o povo nas ruas reclama anseios mais imediatos do cotidiano, no que lhe diz respeito. Entre as prioridades dos manifestantes não constam assuntos predominantemente políticos. O governo pretende com a consulta popular desviar a rota das manifestações e usar o horário disponível na mídia para fazer proselitismo eleitoral.

As ruas pedem e continuam reivindicando mais verbas para a saúde, educação, segurança, saneamento, paz (diante de tanta violência), justiça, além de condenar gastos exorbitantes da copa e enfaticamente, combate sistemático a corrupção que graça livremente nos três poderes da República, num acinte à decência. Existe hoje, no Brasil, infelizmente, tolerância abusiva aos predadores do erário com a certeza da impunidade absoluta.

Mas, ao invés de atender os clamores populares, a presidente resolveu convocar uma constituinte específica, logo descartada pela reação crítica do parlamento, juristas consultados e por ministros do Supremo Tribunal Federal. Como remendo a desastrada convocação precipitada, surgiu a alternativa do plebiscito, também condenado por juristas e figuras representativas dos diversos segmentos da sociedade. Caso o Congresso não reaja contra este novo embuste estará irremediavelmente desmoralizado.

A iniciativa servirá apenas para o governo fazer média às vésperas do pleito de 2014, com fins populistas inconfessáveis. Porém, é conveniente salientar que o povo estará vigilante contra tais abusos eleitoreiros que não serão mais permitidos em nome da cidadania. As manifestações populares não sairão das ruas tão cedo, enquanto não houver sinalização clara de mudanças. Daí, poderá renascer fortalecido e renovado um novo país comprometido com o futuro.

Reforma politica 

Deverá começar, inicialmente, pela redução do número dos atuais partidos existentes, no máximo dez, onde estariam representados todos os extratos da sociedade. Quase 40 já estão registrados junto a Justiça Eleitoral e mais 30 aguardando a vez. Trata-se de um despropósito. Até o mais recente criado, alcunhado de PDS, já nasceu velho com remanescentes conservadores da Arena, PDS e PFL, com a finalidade de abrigar fisiologistas juramentados e adesistas disponíveis no mercado.

Extinguir o sistema de reeleição que compromete a lisura do pleito, através do uso indiscriminado da máquina oficial em favor de prefeitos, governadores e presidente da República que teriam mandato de cinco anos a partir de 2018. A atual discrepância gera privilégios em detrimentos dos candidatos de oposição, quebrando a isonomia que deve existir entre eles, conforme determinação do Superior Tribunal Eleitoral, visando o equilíbrio do pleito.

Exterminar a suplência de senador que concede mandato aos financiadores de campanhas, o que já virou rotina, além de permitir que o candidato titular escolha filho, mulher, genro e até pilantras que se utilizam da suplência para obter foro privilegiado e fugir de processos na justiça comum. Embora extinto do serviço público, o nepotismo ainda perdura no parlamento mediante essas manobras familiares, com relação à superficialidade do suplente de senador, existindo raríssimas exceções.

Ministro das Minas e Energia, o senador licenciado Edson Lobão, (PMDB/MA), pastorador do feudo energético pertencente à cota do imortal José Sarney, é exemplo de pai dedicado à família. Seu suplente é o filho Edson Lobão Filho, que nunca recebeu sequer um voto popular em sua vida. Responde a dezenas de processos por falcatruas no Maranhão quando foi contemplado pelo zeloso pai com essa sinecura que lhe será útil pelo resto da vida.

Um parlamento que se preza não pode admitir tal procedimento. A suplência deve ser extinta, por simplesmente ser inócua. O segundo colocado no pleito deverá ser o suplente, pois este estará respaldado pelas urnas. Sem essas alterações específicas a reforma politica não passará de embuste. Por isso, os novos tempos exigem profundas mudanças na estrutura da gestão pública, em nome da moralidade.

* João Batista Machado é assuense 
- Imortal da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras

LANÇAMENTO DE LIVRO

“O Mundo Varzeano de Manoel Rodrigues de Melo”

"Além dos meus filhos e ter me formado em jornalismo depois de todos criados, registrar a região onde nasci e ao mesmo tempo reverenciar um escritor que admiro desde pequena, publicar esse livro é uma grande emoção por ser mais uma realização pessoal”, conta a professora Maria da Salete Queiroz da Cunha.

Com produção da Fundação Félix Rodrigues - Ponto de Cultura Casarão de Ofícios, será lançado nesta sexta-feira, dia 5, em Natal, a partir das 18 horas, na Pinacoteca do Rio Grande do Norte (Palácio Potengi), o livro “O Mundo Varzeano de Manoel Rodrigues de Melo”, de autoria de Maria da Salete com fotografias de João Vital Evangelista Souto.

Com apoio da Lei Câmara Cascudo e patrocínio da Petrobras, o livro retrata paisagens, tipos e costumes do Vale do Açu registrados na obra do escritor varzeano e que foram objeto de estudo da professora em sua dissertação de mestrado, aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em 2001.

“O texto desse livro é simplesmente o primeiro capítulo da minha dissertação de mestrado, todo ele está ali, onde destaco a visão poética e a riqueza de detalhes que o grande escritor Manoel Rodrigues de Melo (1907-1996) descreveu sobre a região que fica a nordeste da bacia hidrográfica do rio Açu e que engloba os municípios de Assu, Ipanguaçu, Carnaubais, Alto do Rodrigues, Pendencias, Porto do Mangue e Macau”, conta a professora.

Segundo o professor e pesquisador da literatura do Rio Grande do Norte Tarcísio Gurgel, “Não há ninguém melhor identificado e mais amorosamente vinculado à região do Vale do Açu que o escritor Manoel Rodrigues de Melo. Não lhe faltaram, é certo, contatos com outras regiões fascinantes do Estado – o Seridó, em cuja cidade de Currais Novos viveu boa parte da juventude, e a litorânea da Capital onde acabaria vivendo anos mais produtivos de sua atividade intelectual – daí resultando livros e sede própria da Academina Norte-rio-grandense de Letras cuja construção foi obra sua. Mas a experiência com essa outras regiões não pode jamais ser comparada com o afeto por ele demostrado pela região de origem”.

Complementa o texto a fotografia de João Vital Evangelista Souto. A sua experiência na área de meio ambiente, especialmente focada no bioma caatinga, característico do nordeste brasileiro, foi decisiva para a perfeita integração de texto e imagem que caracteriza o livro. “Quando o meu irmão Geraldo Queiroz me mostrou fiquei sem palavras, porque o maravilhoso registro fotográfico de João Vital Evangelista Souto completou toda a poesia que reflete a beleza da natureza daquela região que só aparece no inverno. Porque durante a o período da seca tudo muda de cor”, destaca a autora.

A programação de lançamento da obra conta ainda com a exposição fotográfica sobre o tema, organizada pela Fundação Félix Rodrigues. A instituição, que compõe a Rede Nacional de Pontos de Cultura, mantém em sua sede na cidade de Pendências o Espaço Cultural Manoel Rodrigues de Melo, que desenvolve um trabalho de preservação da memória do escritor e da região. A data foi escolhida em comemoração ao nascimento do autor de Várzea do Açu, Cavalo de Pau, Patriarcas e Carreiros, ocorrido em 7/7/1907.

“Destaco ainda a importância da Fundação Félix Rodrigues que fica na casa onde nasci em Pendências e a nossa família doamos a população da região, onde além, de cursos, eventos culturais, ações de estimulo a leitura, entre outros, esse livro também estará a disposição da comunidades, afinal é um registro histórico”, completa Maria Salete.

Além de Natal, as cidades de Assu, Macau e Pendências estão incluídas no programa. Em Assu, o lançamento será realizado no Cine Teatro Pedro Amorim, dia 25 de julho, às 10h. Em Macau, dia 8 de agosto, às 10h, no Centro Petrobras de Cultura Porto de Ama. O encerramento será em Pendências, dia 22 de agosto, na sede da Fundação Félix Rodrigues, onde ficará em caráter permanente a exposição fotográfica.
Fonte: Jornal de Hoje - Cultura.

DÁ LICENÇA CORONÉIS

O Movimento 'DÁ LICENÇA CORONÉIS' realizado em Assu nesta quinta feira, dia 04 de julho, foi considerado um sucesso pela equipe organizadora. Sem arruaças nem vandalismo centenas de jovens saíram da Praça Jota Kuelly e percorreram algumas ruas da cidade em direção ao prédio-sede da Prefeitura Municipal do Assu.

'Da Licença Coronéis' surge como uma inquietação de diversos setores da sociedade assuense, sobretudo da juventude que sente a necessidade da criação e aplicação de um plano público de mobilidade urbana e mobilidade das/os estudantes (da zona urbana e rural) que compreende a locomoção gratuita como direito das/os estudantes, entre outras reivindicações.

A caminhada foi regida por muita criatividade e disposição. Parabenizamos a todos, de forma especial a equipe organizadora pelo exemplo democrático e de cidadania.      




ENSINO SUPERIOR

João Maia destaca importância da interiorização dos 
cursos de Medicina no RN

O coordenador da Bancada Federal do RN, deputado João Maia (PR) comemorou o momento vivido pelo nosso Estado no que diz respeito à interiorização da educação superior, principalmente pela implantação dos cursos de medicina nas regiões do Seridó, através da UFRN e Vale do Açu, pela UFERSA.
A implantação dos cursos de medicina no Seridó e agora em Assú são marcos de grande significado para a interiorização da educação superior no nosso Estado e suas consequências para o desenvolvimento mais igualitário do nosso RN”, frisou João Maia.
O deputado destacou também a importância que a união da classe política, tanto em nível estadual como federal vem tendo para conquistas deste tipo, importantes no desenvolvimento do Estado. “O povo potiguar e todos que abraçaram essa luta estão de parabéns. Agora é trilharmos o caminho da criação da Universidade Federal do Seridó”, finalizou.
Ontem mesmo, o deputado estadual George Soares (PR) confirmou o compromisso de João Maia em destinar emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União com o objetivo de atender à obra de construção da futura unidade acadêmica da Ufersa em Assú.
Assessoria Parlamentar

quarta-feira, 3 de julho de 2013

CAUSO

Doença boa
O

COMERCIANTE José Mitre estava numa roda de amigos conversando quando comentou que estava acometido de uma doença chata de curar... Seu ácido úrico tinha dado altíssimo em decorrência do alto consumo de carne vermelha. Na verdade, tinha que passar uns seis meses sem comer carne.
O radialista Souza Neto olhou seriamente para José Mitre e abismado lamentou:

- Seu Zé Mitre, quer dizer que o senhor vai ter que passar seis meses sem comer carne? Essa doença não era para o senhor... Carne do preço que está eu é que mereço uma doença dessa!

Do livro: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro

BACIA DO RIO PIRANHAS

RN, PB e ANA discutem gestão compartilhada do rio Piranhas-Açu


A problemática de alocação de água na bacia do rio Piranhas-Açu em virtude da estiagem, foi o principal tema de uma reunião realizada hoje pela manhã (03) no auditório da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh). Estavam presentes o Secretário Estadual do meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Leonardo Rêgo, o Diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Varela, o Diretor Presidente da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa), João Vicente, o Diretor de Operação e Manutenção da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), José Mota e o Presidente da Companhia de águas e Esgotos do RN (Caern), Yuri Tasso.

Na ocasião, a ANA fez uma apresentação sobre a situação do sistema de reservatório Coremas Mãe D'água/Armando Ribeiro Gonçalves que se localiza no rio Piranhas-Açu, com objetivo de discutir sua operação e definir as ações de monitoramento, fiscalização e Gestão.

De acordo com sub coordenador de planejamento da Semarh, Nelson Césio, essa reunião foi necessária, pois nesse momento de seca é preciso otimizar o uso da água nessa bacia. "A ANA, o RN e a PB precisava se reunir para definir como será a gestão desse importante sistema", disse Nelson.

Ficou acordado que haverá uma redução na vazão liberada pelas duas barragens, pois, Segundo Nelson, a quantidade de água que sai está sendo maior que a quantidade consumida. "Essa liberação será gradativa e acompanhada por técnicos da ANA, do Dnocs, do Igarn, Caern e Cagepa" disse ele.

Outra conclusão da reunião foi a de que técnicos da ANA também farão uma fiscalização na calha do rio Piranhas, no trecho entre os dois reservatórios citados, para verificar possíveis usos irregulares, como também barramentos. Nesta situação de estiagem o uso prioritário é para abastecimento Humano.

"Essa foi uma reunião histórica, de construção de consensos para o uso racional de águas compartilhadas na bacia desse rio que abrange os dois estados", ressaltou Paulo Varela.

Para Leonardo Rêgo, essa reunião foi um planejamento mais apurado para gestão desses reservatórios e do uso da água na calha do rio Piranhas-Açu. "Os critérios técnicos definidos na reunião serão muito importantes para o estado enfrentar futuras estiagens", Disse Leonardo.

Também participaram da reunião 4 superintendentes da ANA e técnicos da Semarh, do Igarn, da Caern, da Cagepa e do Dnocs do RN, da PB e CE.

A bacia do rio Piranhas-Açu está inserida em 147 municípios, sendo 102 na Paraíba e 45 no RN. Como abrange dois estados o rio é de domínio federal, por isso sua gestão é de competência da Agência Nacional de Águas.
Postado pelo blog do VT.

OPINIÃO


Amigos, quando fui auxiliar do Gov. Lavoisier , tendo nascido no sertão do Cabugi, conheci melhor o Assú e seu Vale, e até hoje sou encantado por eles.

Vi nascer à construção da barragem Armando Ribeiro, e depois como técnico do Idec, hoje Idema, acompanhei a transformação do Assú e seu Vale, após a BARRAGEM. Mas, teve pessoas de muita representação, que foi contra; o povo do Assú venceu. Imagine, o Rio Grande do Norte e principal mente o Assú e seu Vale, sem ela. E foi um sonho de uma geração que se fez realidade.

Depois, passei um tempo, vivendo quase toda semana em Assú, e hoje mesmo morando em Natal, acompanho o que acontece por ai, com muito interesse, pelo o encanto que tenho, por Assú e seu Vale. É inegável a transformação, de desenvolvimento, que esta região tem conseguido, com a barragem e também com a chegada da PETROBRAS. 

Li nos jornais acho que foi em 2007, a luta de Angicos, no meu sertão Cabugi e o Assú e seu vale, disputando a instalação do Campus da UFERSA, naquele momento foi Angicos; pelo fato do Senador Garibaldi, ter disponibilizado uma emenda. Soube que ficou acertado, que o próximo seria o do Assú e seu Vale. Hoje vi com alegria que a conquista chegou. PARABÉNS PARA TODOS QUE LUTARAM E SONHARAM. Foi uma luta de muitos.

Acompanhei, pela imprensa a grande vitória, a maior de todas, quando Assú, seu Vale e o sertão do Rio Grande do Norte, ganhou sua ZPE DO SERTÃO. Conclui: agora o desenvolvimento se consolida. Hoje, fico triste com o que li na Tribuna do Norte, sobre a possibilidade real de perdê-la. É preciso urgentemente o povo do Assú, de seu Vale e do Rio Grande do Norte, se unir e lutar para que isso não aconteça. 

Amanhã, no Assú e no Vale, muitos vão as ruas. OS JOVENS LUTEM POR ISSO, ISSO É POSSÍVEL E VALE A PENA LUTAR. Abraços, Eridu.
Postado por De Olho no Assu

ATIVIDADE PARLAMENTAR

Em entrevista cedida ao repórter Joaquim Pinheiro e publicada nesta quarta-feira (03) no caderno dePolítica do vespertino O Jornal de Hoje, que circula diariamente na capital do Estado e região metropolitana de Natal, o deputado estadual George Soares (PR) propõe à governadora Rosalba Ciarlini fixar uma agenda de prioridades administrativas para o seu Governo e para o Estado do RN.
Pacto administrativo, fórum de debates e saúde pública também foram temas abordados pelo parlamentar na reportagem que pode ser lida na íntegra neste blog. CLIQUE AQUI
Postado por Pauta Aberta

MOBILIZAÇÃO DE CIDADANIA

Dá Licença Coronéis: 

Manifestação será realizada nesta quinta-feira

Ato público que se inspira em manifestações do gênero que continuam se proliferando por todo o território nacional, está marcada para esta quinta-feira (04) em Assú, a mobilização de cidadania denominada “Dá Licença Coronéis”.
O manifesto terá sua concentração inicial às 7h na Praça de Eventos Radialista Jota Keully, localizada no bairro Vertentes.
Prosseguindo, o manifesto sairá em cortejo compreendendo o seguinte percurso: Rua Luiz Correia de Sá Leitão, Rua Dr. Luís Carlos; Avenida Senador João Câmara e Praça do Rosário, espaço público no qual se observará a concentração final, defronte ao prédio sede da Prefeitura Municipal do Assú.
O trajeto e toda a programação foram discutidos e definidos numa reunião realizada sábado (29) evolvendo membros da coordenação do movimento.

Concebida por estudantes e representações de outros segmentos organizados do município, a manifestação possui como pontos de maior relevância elencados entre as prioridades questões como saúde, educação, segurança pública e mobilidade urbana.
Postado por Pauta Aberta

ASSÚ


Abatedouro fechado por decisão judicial
Fotos: Blog De Olho No Assú
Após um mês de férias os nobres edis de Assú voltam a labuta na noite de hoje com a nobre função de continuarem humildemente dizendo sim. Legislar que é bom... aaff. cansa.

Aahh, na pauta do dia está a abertura de credito para construção de um abatedouro público na cidade de Roque e Salete de Olga. O crédito solicitado, e que terá aprovação garantida, é do singelo valor de R$560.000,00

Cá prá nós, se a construção da praça Daniel Diniz custou cerca de duzentos mil reais, como danado a construção de um abatedouro, em obediência a todas as normas de higiene sanitária custará menos de seiscentos mil? Mió, quer dizer que uma praça custa mais de um terço do valor de um abatedouro e...

Beeeemmm, se o negócio era assim tão barato, por que diabos ainda não tinha sido construído?

Aaah, tá! o abatedouro ainda não foi construindo apenas por falta de vontade política e de fiscalização do legislativo. Saaaannnguueede...!!

Cá prá nós de novo, antes do recesso a Câmara do Assú tinha aprovado autorização para que o executivo remanejasse até vinte por cento (uma temeridade não aceita por legislativos atuantes) e mesmo assim a prefeitura ainda solicita aprovação de créditos? Afff... vamos concordar, tudo é possível MESMO, na República independente do Assú.
Postado por: Ana Valquíria

HUMOR GRÁFICO

Charge dia: Dilúvio

 
Sorriso Pensante - Ivan Cabral

UFERSA EM ASSU

DEPUTADO GEORGE SOARES RECEBE COM ALEGRIA A IMPLANTAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA NA UFERSA – CAMPUS ASSU
Deputado George Soares quando participava da audiência pública pró-UFERSA em Assu

O Deputado George Soares (PR) alegrou-se com a confirmação de que o Ministério da Educação autorizou a criação de 60 vagas para o curso de Medicina da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) a serem implantadas no futuro núcleo da instituição em Assú.

“Quero me congratular com todos que se somaram a esta luta, desde muito tempo, até se chegar à conquista que hoje se anunciou”, declarou.

George lembrou as colocações do reitor José Arimatéa de Matos que, ao confirmar o benefício, registrou que “a região do Vale do Açu realiza um antigo sonho com a chegada da Universidade” – num reconhecimento ao esforço de muito tempo para otimizar a educação superior em Assú e região.

“Em nome da Deputada Federal Fátima Bezerra e do Reitor José Arimatéia, quero parabenizar a todos que abraçaram esta causa e conclamar a todos para mantermos a luta para mais investimentos na educação do Vale do Açu como, por exemplo, a ampliação dos cursos na Uern”, frisou.

George registrou ainda o compromisso pessoal do Deputado Federal João Maia (PR) no sentido de destinar emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União com o objetivo de atender à obra de construção da futura unidade acadêmica da Ufersa em Assú.
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Assessoria Parlamentar Deputado Estadual George Soares

terça-feira, 2 de julho de 2013

UFERSA:


O Ministério da Educação autorizou a criação de mais 60 vagas para o curso de Medicina na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), que serão implantadas no futuro Campus de Assú.


As novas vagas serão escalonadas em dois anos seguintes, sendo a primeira turma com 30 alunos já em 2016, e mais 30 vagas no ano seguinte, 2017, segundo a informação prestada pela assessoria de imprensa da instituição acadêmica.

Reitor José de Arimatéa de Matos
Com isso, a Universidade passará a contar com 120 vagas para Medicina até 2017, já que o Governo Federal já havia liberado, em meados de maio deste ano, as primeiras 60 vagas para o Campus Central, em Mossoró, sendo 30 entradas também em 2016 e outras 30 vagas no ano seguinte.

O professor José de Arimatéa de Matos repassou a informação de Brasília, complementando que o novo campus de Assú estará em funcionamento concomitante com as novas vagas de Medicina na cidade. “A região do Vale do Açu realiza um antigo sonho com a chegada da Universidade. A nova Unidade da Ufersa irá funcionar como um Centro de Saúde, assim como em Mossoró”, ressalta o professor.

Postado por Pauta Aberta

MEMÓRIAS

BOI MASCARADO
Foto ilustrativa
Por Ivan Pinheiro
As pacatas ruas do Assu próximas ao Matadouro Público da Rua José Leão / Bernardo Vieira sempre se agitavam quando ecoava o grito de um de seus habitantes:

- Lá vem um boi mascarado!!!!

Na Praça Vereador Luiz Paulino Cabral – a popular “rua do córrego”, por exemplo, saiam meninos de todos os recantos... Donas de casas fechavam suas portas... Os adultos gritavam nervosos para que seus filhos viessem para casa. Mas os garotos não ouviam os apelos desesperados dos pais, queriam participar da algazarra... Cada um pegava uma pedra, um tijolo, um pedaço de madeira ou ferro para melhor se defender.

Na “Rua do Córrego”, nesta época (anos setenta) existia uma fileira de pés de fícus onde abrigava, diariamente, dezenas de meninos (meninas não frequentavam ao recinto). As sombras das frondosas árvores serviam de ponto de encontro para os desocupados. Lá diversas brincadeiras eram executadas. Não demorava muito para que brigas fossem travadas.

Uma coisa que mudava, realmente, a rotina da rua era o boi mascarado. Geralmente conduzidos por dois vaqueiros que ficavam desorientados com tantos meninos batendo ou apedrejando o animal que, valentemente, corria sem rumo certo na direção do barulho provocado pela gritaria da garotada. Quando era “uma boiada” a farra era deslumbrante, em algumas ocasiões durava a tarde inteira.

Não era difícil a invasão domiciliar. O bicho entrava quebrando o que estivesse pela frente. Sorte daqueles que tinham as casas com piso de “cimento queimado” porque o boi deslizava e caia logo na sala. Quem tinha aquele tipo de assoalho usava cera ou pó de carnaúba para ficar lisinho e dar brilho ao piso... Escorregava igual a sabão. O boi ali abria escala e era preciso ser arrastado pelo rabo. Aventura à parte.

Terminada a “farra do boi” era hora de retornar para casa, pedir perdão aos pais, dizer que não ouviu seus chamados... Muitos “esquentavam os couros” calados para que os colegas não ouvissem seus gritos e no dia seguinte fizessem “praia” em baixo dos ‘pés de fícus de João da Rocha’.

A “farra do boi” era na verdade uma despedida. Os meninos maiores só ficavam satisfeitos quando chegavam ao curral do matadouro. Lá o pobre e indefeso animal bebia água, descansava e ficava aguardando a madrugada chegar, hora de ser conduzido ao colchete para receber a certeira machadada na cabeça.

Reminiscências do meu tempo de criança...

Hoje, relembrando aqueles tempos me deparo com a poesia do mestre poeta João Lins Caldas:

UM TOURO

Vais morrer, vais morrer...
O cepo do marchante breve te pesará
Sobre a cabeça rude...
E tu, pobre animal, sem crime e sem virtude,
Nunca mais hás de ver e ter curral distante.
Jamais há de provar, num mourejar constante,
Entre vacas e bois, a revelar saúde
Das águas de cristal do mais sereno açude
Ou do verde capim do campo mais fartante.
A tua pobre carne há de servir de pasto...
E quando fores nada, quando fores gasto,
Te resta esse consolo, o consolo dos mortos:
Morreste para servir, alimentando vidas,
Muito franco pesar, muitas dores compridas,
Muitos cegos que vão pelos caminhos tortos...



COMENTÁRIO:

Puxa! Que recordação! Eu assisti a muitas farras do boi mascarado. No início dos anos setenta, ainda morávamos na Rua João Pessoa, esquina com a casa de Damião Boi, e então, aconteceu. Eu olhava, na porta da frente, a passagem do boi mascarado para a matança e era aquele rebuliço; de repente, o boi enorme deu uma volta e riscou na minha frente e com um grande salto, atingiu a porta (composta de duas partes),quebrando o ferolho. Só tive tempo de me recolher com meu filho pequeno,e o boi saiu desfilando (andando devagarzinho) pelo piso de cimento. Foi incrível! Ele chegou até o muro e de lá em diante, Damião Boi, Clóvis e outros, o retiraram pela garagem.Vivemos um momento de pânico. As pessoas que estavam em casa, se protegiam como podiam, houve alguém que pulou o muro do vizinho.Foi um dia inesquecível! 

Maria Willima Barbosa 

HISTÓRIA

UM MAPA DE 1811 MOSTRA INTERESSANTES ASPECTOS DA TERRA POTIGUAR

Autor – Rostand Medeiros
Através do amigo José Cardoso de Paula Morais, que da sua bela Cidade Maravilhosa, me manda dos arquivos da fantástica Biblioteca Nacional, um interessante mapa digitalizado do nosso Rio Grande do Norte, do qual tenho enorme orgulho de ser filho desta terra.

O mapa conforme recebi no original. 
Fonte - Biblioteca Nacional, através de José Cardoso de Paula Morais

Intitulado “Mappa Topographico da Capitania do Rio Grande do Norte”, é datado de 1811 e a sua execução e foi realizado sob as ordens do então governador das terras potiguares, José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, um homem aparentemente bastante interessado em saber o que tinha as terras sob sua administração, conforme veremos mais adiante.

Aparentemente o autor específico da carta topográfica é um sábio de nome “Montenegro”, conforme está mostrado no canto esquerdo inferior deste material. Se não estou errado, vemos escrito “Montenegro desenhou” e acompanha um indicativo do local e do ano onde o “Mappa Topographico da Capitania do Rio Grande do Norte” foi feito – “Recife:1811”.

Um ponto de interesse são as desembocaduras dos rios, os cursos destes para o interior, o quanto estes eram caudalosos etc. Como na carta não aparece o mínimo rasgo de uma simples estradinha, estes rios eram os verdadeiros caminhos potiguares da época. Vemos os Rios Piranhas, “Apody”, o Maxaranguape, entre outros.

Já a nossa capital é denominada “Cidade do Natal” e está junto a “Barra do Rio Grande”.

Destaque também para as pequenas áreas habitacionais, muitas destas nada mais que simples arruados, marcados com um símbolo que mostra uma cruz. Esta era uma marcação muito comum em mapas desta época, que serviam também para mostrar a um crente seguidor da igreja, que naqueles ermos havia uma casa do senhor, onde ele poderia fazer suas orações.

Como era uma época sem estradas de qualidade, sem placas indicativas (a maioria do povo era analfabeta) e muito menos GPS, o mapa mostra as muitas serras do nosso sertão, servindo como pontos de referência para possíveis viajantes que seguissem a conhecer a região. Vemos a Serra de Martins, a de Luís Gomes, de “Sta. Anna” e a grande Serra do Camará, hoje mais conhecida como Serra de São Miguel.

O mapa se mostra bastante amarelado, mas ainda bem visível no original. Não tenho ideia de suas dimensões reais. Mesmo com todas as dificuldades da baixa resolução, vemos que o autor olhou o nosso estado como um observador posicionado ao norte, parecendo a olhos atuais que a carta está de cabeça para baixo.

Mas na perspectiva de quem o concebeu, importava mostrar principalmente a localização dos pontos de atracação ao longo do nosso litoral (marcado com pequenas âncoras), uma ação muito importante para o principal meio de transporte e de escoamento de mercadorias da época, o marítimo.

Tanto assim que na base do mapa encontramos 34 indicações dos pontos do nosso litoral, com informações para os navegantes e marcações de áreas ao longo de nossas praias. Tudo de suma importância para os navegadores daquela época.

Muitas das denominações litorâneas foram alteradas, esquecidas, ou alteradas. É o caso da de número 1, com a denominação “Mossoró”, a nossa primeira praia a partir do Ceará e vem acompanhado do indicativo “Banco de Areia”.

Já outras marcações permanecem, como as de números 2 e 3, onde aparece a denominação ainda corrente da bela praia de Redonda. Interessante é que neste ponto do mapa aparece o nome “Ponta do Mel”, mas a localidade não foi contemplada com uma numeração e nem algum indicativo sobre a área.
O mapa com alterações do programa PICASA

Já na de número 9 aparece o nome “Guamaré” e não mais “Água-Maré”, como era denominado em tempos anteriores a feitura desta carta.

A marcação 10 é apresentada como “Gallos” (ainda existente, próximo ao município de Galinhos) e seguem inúmeras outras como o Cabo de São Roque e Maxaranguape (25), Ponta Negra (28), Pirangí (29), Tabatinga (31) e Baía Formosa como a nossa última praia antes da mal traçada fronteira com a Paraíba.

O mapa chega a mostrar locais que sumiram da face da terra, como no caso da Ilha de Manuel Gonçalves.

Neste local consta que existiu uma pequena fortaleza, construída pelo mesmo governador que mandou fazer o mapa aqui mostrado. Ali teve início uma povoação que hoje é a cidade de Macau. Ocorre que devido a ações da natureza, esta ilha desapareceu, tornando-se uma verdadeira “Atlântida Potiguar”. Com ela sumiu o fortim, as primeiras casas de Macau e grande parte de sua história. Os Macauenses mudaram suas casas para outro local e lá a cidade permanece até hoje.
Detalhe do mapa de 1811, mostrando a região de Macau

Mas o mapa mostra que a “Manoel Gonçalves”, com o número 7, estava lá em 1811.

A partir do local onde está a desembocadura do Rio Piranhas, seguindo os contornos do rio um pouco mais acima, vamos encontrar o local “Oficinas”. Esta era uma antiga povoação que aproveitava a grande quantidade de sal existente na região, junto com a carne de gado dos rebanhos que ali eram criados e produzia charque em suas denominadas oficinas. Um pouco mais acima de “Oficinas” encontramos a “Villa da Princeza”, o atual município de Assú. E por aí vai o que se pode aproveitar desta interessante carta.

Sobre o homem que mandou confeccioná-lo, consta que José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque foi um militar de artilharia e funcionário público da coroa portuguesa com muitos serviços prestados.

Mas nem tanto assim.

Segundo os “Annais de Pernambuco”, em 21 de Maio de 1801, um delator informou às autoridades da Capitania de Pernambuco os planos de um grupo de conjurados, que desejavam deflagrar um movimento separatista, o que conduziu à detenção de diversos implicados. Vejamos o que foi publicado sobre o fato.
O Forte dos Reis Magos, na Barra do Rio Grande, na época dos holandeses. 
Fonte - Foto do autor, feita no Instituto Ricardo Brennand, em Recife, Pernambuco

“Em 10 de junho do mesmo ano é preso o comandante militar da freguesia do Cabo de Santo Agostinho, Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, ilustre e alentado fidalgo, senhor do engenho Suassuna em Jaboatão, como chefe de uma conspiração política, que tinha por objeto formar de Pernambuco uma república independente sob o protetorado de Napoleão Bonaparte, o grande líder francês.

Um dos seus irmãos, o terceiro, José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, então em Lisboa, figurava na conjuração como agente no Reino, e escapou de ser preso, fugindo para a Inglaterra.

O público jamais penetrou os esconderijos deste mistério, porque molas reais e secretas fizeram correr sobre ele cortinas impenetráveis; foi certo, contudo, que rios de dinheiro correram pelas religiosas mãos de Frei José Laboreiro, respeitável pelo seu saber e virtudes, lente de teologia dogmática do Seminário Episcopal de Olinda, e de grande prestígio na corte, de onde recentemente chegara, tirando por fruto serem os acusados restituídos à liberdade, à posse dos seus bens sequestrados, e à estima e prêmios do soberano”.

José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque soube dar a volta por cima nesta situação e em 23 de março de 1806 é designado para governar a capitania do Rio Grande do Norte.

Câmara Cascudo (In “História do Rio Grande do Norte”, MEC, 1955, páginas 130 e 131) comenta que Cavalcanti foi um dos melhores governadores que o estado já teve e exerceu seu mandato até maio de 1811.

Além de erguer pequenos fortes de pedra e cal ao longo do litoral potiguar, Cavalcanti fundou um asilo para as viúvas dos soldados. O governador mandou proceder em 1805 a um censo demográfico, que apontou existirem 49.181 potiguares, sendo 24.834 homens e 24.347 mulheres, entre brancos, pardos, negros e índios.

Escreveu Cascudo que este governante se preocupava desde abrir estradas, a comida dos presos e teria sido o primeiro a promover, em 1809, a vacinação de potiguares contra doenças, tendo sido utilizada a vacina jenneriana. (1)

Cavalcanti estava no poder quando o viajante inglês Henry Koster passou por Natal a cavalo, vindo de Recife e seguindo em direção ao Ceará. Cascudo informa que Koster elogiou alguns aspectos gerais da capital da pequena província. (2)

Este governador reformou até mesmo os costumes sociais em Natal, onde introduziu o uso de tecidos ingleses e promoveu o costume das reuniões sociais. Será então que os natalenses cobriam suas “vergonhas” com simples panos de chita e mal colocavam a cabeça para fora de seus alpendres de tão matutos que eram?

Não sei se José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque esteve envolvido na Revolução de 1817. Creio que não, pois em fevereiro de 1817 ele assumiu o posto de governador de Moçambique, na África. Consta que lá restaurou a Fortaleza de Mossuril e faleceu em setembro do ano seguinte.

Notas

Nota 1 – Descoberta pelo criador da vacinação, o médico inglês Edward Jenner (1749 a 1823), a forma como esta vacina chegou ao Brasil é uma verdadeira história do terror, do que era a escravidão e de como seus senhores utilizavam suas “peças”.

Em 1804 comerciantes baianos, sob o patrocínio de Felisberto Caldeira Brant Pontes Oliveira e Horta, o poderoso Marquês de Barbacena, bancaram a viagem de alguns escravos à Europa para serem inoculados com o chamado “pus vacínico” e trazerem a vacina jenneriana para o Brasil. Já no ano seguinte, os capitães-mores de algumas províncias tornavam a vacinação obrigatória, entre estes estava o atuante Cavalcanti.

Para entender melhor o porquê de enviar escravos nesta viagem nada turística, a vacina descoberta por Jenner no final do século XVIII a partir de observações sobre a relação entre a varíola e a imunidade provocada no homem quando em contato com o “cow-pox”, ou pústula da vaca, doença similar à varíola desenvolvida pelos bovinos. O produto extraído do “cow-pox” foi denominado “vacina” e ao ser inoculado no homem causava erupções semelhantes às da varíola. A vacina jenneriana consistia na inoculação da “linfa” ou “pus variólico” produzido por estas erupções da pele humana provocadas pelo “cow-pox”. Por este motivo, também era chamada vacinação “braço a braço” devido ao método. Este tipo de vacina, porém, começou a ser questionado quando se percebeu que, além de perder o efeito após algum tempo, ele poderia estar associado à transmissão de outras doenças, em particular da sífilis.

Nota 2 – Filho do comerciante inglês de Liverpool, John Theodore Koster, Henry Koster nasceu em Lisboa, Portugal. Não se sabe ao certo a data do seu nascimento, mas ao chegar no Recife, no dia 7 de setembro de 1809, consta que tivesse 25 anos de idade. Considerado um dos mais importantes cronistas sobre o Nordeste brasileiro, Koster viajou para o Brasil em busca de um clima tropical para curar uma tuberculose.

Teve um papel importante na vida social, artística e até política do Recife na época. Fez muitas amizades, conheceu governadores, senhores-de-engenho, comerciantes, coronéis.

Falava o português com fluência, o que fazia com que algumas pessoas duvidassem da sua nacionalidade, tratando-o brasileiramente por Henrique da Costa.

Em 1810, sentindo-se bem melhor da doença que o acometia, resolveu viajar a cavalo para a Paraíba e de lá foi até Fortaleza, no Ceará. Voltou ao Recife no início de fevereiro de 1811 e já no final do mês viajou novamente, desta vez por mar, para o Maranhão, de onde regressou para a Inglaterra.

Em 27 de dezembro do mesmo ano, voltou ao Recife e fez uma viagem ao sertão de Pernambuco. Quando retornou, arrendou o engenho Jaguaribe, na ilha de Itamaracá, tornando-se agricultor e senhor-de-engenho.

Como bom observador anotava, com detalhes, tudo o que via em suas viagens e no seu dia-a-dia. Tomava parte da vida brasileira, conhecendo seu povo, seus usos e costumes, convivendo nas ruas com as mais diferentes camadas da população e frequentando festas da sociedade local.

Retornando à Inglaterra, em 1815, resolveu escrever um livro sobre o Brasil. Publicou-o em Londres, sob o título “Travels in Brazi”l, em 1816. A obra obteve uma grande repercussão na Europa, com várias edições publicadas em diversas línguas. A primeira edição brasileira do livro, com tradução de Luís da Câmara Cascudo foi publicada em 1942, com o título Viagens ao Nordeste do Brasil.

Koster não pretendia voltar ao Brasil, mas ao concluir o livro e sentindo o recrudescimento da tuberculose, retornou a Pernambuco em 1817.

Transferiu-se depois para a Goiana, ao norte de Pernambuco, à procura de um clima melhor para sua saúde. Segundo informações de um outro viajante inglês, seu contemporâneo James Henderson, Henry Koster teria retornado ao Recife em fins de 1819, onde faleceu no início de 1820, sendo enterrado no Cemitério dos Ingleses, em local não identificado.

P.S. – Antes que alguém reclame da resolução do mapa, eu recebi o material com 406 KB e, mesmo não sendo nenhum expert, tentei dar uma melhorada através do programa PICASA. Mas o resultado não ficou 100%. De forma alguma reclamo o regalo recebido, antes disso. Mas é o que tenho para mostrar.

Um forte abraço ao amigão José Cardoso de Paula Morais, a Laura, a Paulinha e estou na luta para ir para o Rio no fim do ano e visitar estes maravilhosos arquivos.

Postado por Tok de História