ALCUNHAS DE GENTE DO ASSU
Se não nos falta a memória, foi o folclorista Veríssimo de Melo o primeiro a escrever sobre o assunto em nosso Estado.
O escritor Raimundo Nonato também ventilou-o em seu livro “Província Literária”, emprestando humor e peculiaridades aos portadores dos apelidos.
Um norte-rio-grandense ilustre, de quem não lembramos o nome, residente em Teresina, publicou algumas alcunhas no boletim da Biblioteca Municipal de Mossoró.
Agora o signatário destas linhas entra com as suas achegas para quando alguém quiser, juntar tudo num só volume, ou quem sabe? – Aproveitar os apelidos menos comuns, assim fazendo um trabalho mais completo, sem muita repetição de alcunhas.
Mas, o que é muito curioso é que há famílias no Assu, por cuja alcunha todos os seus membros atendem.
É o caso dos TRAÍRA, que não são pescadores e têm acentuada inclinação para a música.
Os PEBAS são agricultores e conhecidos valentões.
Os CANGALHAS, ao contrário do que o nome indica, são profissionais do volante, parentes próximos dos NIQUINHAS, proprietários de caminhões.
João, Chico, Oscar e José PACARÉ, comerciantes.
Os QUIÓS são agricultores.
Os TRIBUZANAS são muito numerosos.
Os fabricantes de calçados conhecidos por FURÉS.
Os GAXEIROS, são numerosíssimos, e bons operários.
Os CARCARÁS são uma família de marchantes onde não há um só que não tenha abatido uma rês.
Os CHIMBINHAS, os BOIS, os PERICOS, os PIABAS distribuem-se em diversas atividades.
Os CHORA EM PÉ são, tradicionalmente, cabras machos.
Os CURINGAS, os MINÓRAS, os TUBIBAS e os CARROÇAS podem fazer parte deste rol.
Chico, Zé, João, Manuel, Maria TÓCA etc., constituem, talvez, a maior família do Assu, com alcunha.
Ainda anotamos os BALAIOS, os MAXIXES, os PANONS, Os PADRES e os GÊS, todos muito conhecidos do autor destas notas e do município onde desenvolvem suas atividades profissionais.
Vimos quão numerosa são as famílias do Assu conhecidas pela alcunha. Na segunda postagem da série, teremos oportunidade de conhecer, isoladamente, diversos apelidos, uns motivados, outros sem nexo algum.
NOTA: Primeira parte Do artigo “Alcunhas de gente do Assu”, do historiador Celso da Silveira, publicado no Jornal “ADVERTÊNCIA” nos anos de 1954/55.