quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

AOS AMIGOS E SEGUIDORES DESTE BLOG:

Que 2015 lhe permita fazer o que deseja...
Que tenhas saúde, paz e determinação.
Se acaso gostares de pinga ou cerveja,
Que'stas sirvam somente de inspiração.

São os votos de Ivan Pinheiro. 
Um forte abrASSU!

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

POESIA PIRASSUENSE:

FACES SEM SORRISO
Menino qual o teu nome,
Que tens uma angústia louca?
Foi o cabresto da fome
Que amordaçou minha boca,
Pois no meu nome senhor
Só há desespero e dor,
Tristeza e desolação,
O meu nome nada importa
Fico a soleira da porta
Pedindo a esmola de um pão.

E aquele rapaz, quem é
Que está ao pé do serrote?
É o meu irmão José
Que foi dar água ao garrote;
Chega José paciente,
Senta-se ao mesmo batente,
Vago olhar amortecido,
Na palidez do seu rosto
Tinha a força do desgosto
De um jovem desiludido.

O André chega também,
Antônio, Ambrózia e Tereza
Cada rosto uma tristeza,
Só alegria não vem
A pobre mãe numa rede
Embala o pé na parede
O filho mais pequenino,
Dois ou três meses de idade
Mais é na realidade
Vítima do mesmo destino.

Esse pequeno inocente
Sem brilho nos olhos seus
Sofre por culpa de Deus?
Não. Culpa dos homens somente,
Os homens sim, são culpados
Que aos filhos dos desgraçados
Lançam os grilhões da miséria
De Deus, não, a culpa é deles
Como se não fossem eles
Filhos da mesma matéria.

Autor: Francisco Agripino de Alcaniz - Chico Traíra.
Fonte: Espinhos e Flores da Minha Terra/1986.
Ilustração: Pintura de Bartolomé Esteban MURILLO - conhecida como "o jovem pedinte" (c. 1650).

LINGUAGEM POTIGUAR:

EMA
EMA - A maior das aves do continente Americano (Rhea americana). Marca de fumo no norte do Brasil. 
Na gíria daqui significa bêbado: "João vem montado na ema", isto é, vem bêbado.
Do tupi: Nhamdú - a que corre com estrépito.  De nhã (correr) + dú (com estrépito).
Pessoa que tem pescoço longo se diz que tem pescoço de ema. 
A avestruz do Brasil segundo B. Rohan.
Fonte: Contribuição Indígena à Fala Norte-Rio-Grandense - Protássio Pinheiro de Melo. 
Foto: https://ednene.wordpress.com.

AÇÃO PARLAMENTAR:

Deputado George Soares participa da reinauguração do Caic de Assú‏
A Escola Renato Caldas, o Caic de Assú, passou por uma grande reforma e reestruturação das suas instalações e foi entregue a população do Vale do Açu na manhã desta terça-feira, 31 de dezembro. 

A solenidade aconteceu no prédio da escola, no Bairro Vertentes e contou com a participação da governadora Rosalba Ciarlini e do deputado estadual George Soares que lutou na Assembleia Legislativa do RN para trazer a obra para Assú e foi atendido. 

" É sempre uma enorme satisfação ver que nossos esforços na Assembleia estão se tornando realidade para a população do nosso Estado. Agradecemos a diretoria da Escola que nos homenageou pelo serviço que prestamos, um reconhecimento ao nosso trabalho. A reforma no Caic de Assú veio graças a esforços somados e os maiores beneficiados são os estudantes do Vale que agora tem uma estrutura escolar com Ginásio e alto padrão de qualidade para o ensino e aprendizado de mais de mil alunos." Concluiu o deputado George Soares.
-- 
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CONTO:

A OUTRA
Maria das Virgens era mais doida do que pedra de funda. Vivia proclamando aos quatro ventos que jamais se casaria. preferia ser "A Outra" e espalhar lágrimas ao redor.

Seu último caso de amor foi com o marido de Das Dores, aquela que colecionava vidrinhos de lágrimas.

Após longos meses de união extra conjugal, João disse à amante:

- Maria das Virgens, tenho algo a lhe dizer.

- O que? Que fala de mistério!

- É isto. Quero lhe comunicar que o nosso caso de amor chegou ao fim...

- O que?! Vai me abandonar?

- Cansei, querida, mas "enquanto durou foi bom". Não desejo contrariar mais Das Dores. Ela já derramou lágrimas demais por mim. Não quero mais magoá-la.

- E eu?

- Se vire. Não lhe faltarão amantes com essa fogueira de seu corpo. Aprendi demais com você e cheguei a conclusão de que a meiguice e a doçura valem mais numa mulher, do que a volúpia vertiginosa do sexo...

- Está certo, mas eu já me vinguei por Das Dores. Diga a ela, que quando lhe acariciar, que passe as mãos em sua testa, e veja quantos chifres lhe botei... Tá?
*-*
Autora: Maria Eugênia Maceira Montenegro 
(*07/12/1915 - +29/04/2006 - aos 90 anos de idade). Natural de Lavras/MG. 
Cidadã assuense e Ipanguaçuense. Imortal da Academia Norte-rio-grandense de Letras. 

ESTÓRIAS DE CANTADOR:

Deste livrinho (imagem acima) de minha autoria intitulado "Tiradas e Boutades do Povo Assuense", 1996, edição independente é feito de estórias pitorescas, jocosas, espirituosas do povo da minha terra - o Assu, importante interior do Rio Grande do Norte, conhecida como a "Terra dos Poetas" e celeiro de figuras espirituosas, folclóricas. E naquela terra plularista de tudo acontece. É feito também de estórias contadas por poetas cordelistas/cantadores de viola em forma de versos. Vejamos as estórias contadas abaixo, para o nosso bem estar: :

Francisco Agripino de Alcaniz, poeta cantador de viola/cordelista conhecido em todo Nordeste brasileiro pelo apedo de "Chico Traíra (Traíra é um peixe de água doce muito comum nos rios, lagoas e açudes da terra nordestina), viajando em cima da carroceria de um caminhão juntamente com seu colega igualmente poeta chamado "Patativa" (Patativa é nome de um pássaro de canto melódico e suave), escultou aquele companheiro reclamar da viagem em razão da trepidante estrada esburacada, dizer a frase adiante: "Traíra. Eu acho que a nossa viagem não vai ser muito sublime!" - Chico Traíra pegou na deixa, dizendo no melhor da sua criatividade poética:

Se o amigo não está
Achando a viagem boa
Você é pássaro, eu sou peixe
Eu mergulho e você voa
Você volta para o ninho
E eu volto à minha lagoa.

De outra feita, na cidade de Areia Branca (RN) cantando com outro afamado poeta violeiro chamado Manoel Calixto, cantoria realizada na casa de um amigo, Chico Traira fora desafiado por Calixto com a seguinte estrofe:

Aviso ao dono da casa
Que não vá fazer asneira
Tenha cuidado em Traira
Que ele tem uma coceira
Se não quiser que ela pegue
De manhã queime a cadeira.

Chico retrucou:

Você é que tem coceira
Dessas que rebenta a calça
Está tomando por dia
Dezoito banhos de salsa
Quando a coceira se dana
Num dia acaba uma calça.

Certa vez, Câmara Cascudo recebendo homenagens na UFRN, Chico Traíra, "o mestre do repente e da viola" presente, homenageou aquela figura [que se tornou por merecimento, o escritor potiguar mais conhecido no mundo] com os versos seguintes:

Eis o doutor Cascudinho.
Que valoroso tesouro!
Lá no sertão também tem,
Cascudo, aranha e besouro.
Os de lá não valem nada.
Mas este aqui vale ouro.

Postado por Fernando Caldas

ASSU: PARÓQUIA DE IRMÃ LINDALVA

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

REGISTRANDO:

O programa Registrando, levado ao ar todo sábado entre 12h e 13h pela Rádio Princesa do Vale, em Assú, vivenciará neste sábado (27), sob a direção do comunicador José Régis de Souza, sua última edição de 2014, e recebe como convidado o deputado estadual George Soares (PR).
Em sua intervenção, o parlamentar deverá se pronunciar acerca de uma série de fatos que pautaram sua primeira experiência na Assembleia Legislativa do RN, para a qual foi reeleito em outubro deste ano, para seu segundo mandato consecutivo.
Obviamente, deverá no mesmo espaço radiofônico falar de suas expectativas, planos e projetos, para o ano de 2015 e para a futura legislatura que se iniciará em fevereiro.
Provando, de modo inequívoco, seu efetivo comprometimento com o Assú e região, o deputado George Soares foi o único dos 24 parlamentares com assento na Assembleia Legislativa potiguar, que compareceu mensalmente ao Registrando, para fazer do programa o veículo no qual realizou a prestação de contas deste seu primeiro mandato.
Postado por Pauta Aberta

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

UTILIDADE PÚBLICA:

O Deputado Estadual George Soares conseguiu aprovação da Assembleia Legislativa e a sanção da Governadora Rosalba Ciarlini nos processos de reconhecimento de utilidade pública de diversas associações assuenses.
As instituições que foram agraciadas com a Lei de Utilidade Pública foram: Associação Comunitária de Nova Esperança (Ascone); Associação Comunitária de Baviera; Associação Comunitária de Panon II (ACP); Associação Comunitária de Simão, Carne Gorda e Janduí; Associação dos Moradores de Areia Branca Piató (Amabp) e Associação dos Pequenos Agricultores do Palheiros I.

sábado, 20 de dezembro de 2014

NOMES DA TERRA:

Algumas nomes de comunidades e cidades Potiguares cujos significados foram retirados do Livro “Nomes da Terra” do mestre Luís da Câmara Cascudo. Vejamos:
Praça São João Batista
ASSÚ – Nome do Rio Piranhas ou Assú, também Rio do Peixe, ao atravessar o território onde conflui com o Rio seridó. É o mesmo Piancó, na Paraíba, onde nasce. Município do Assú (foto - praça São João), principal cidade da região do Vale do Assú.
ANGICOS – Município. Lagoa em Portalegre e Touros. Riacho em Currais Novos e Mossoró. Serra em Santa Cruz. Povoação em Augusto Severo. Árvore piptadênias, de uso multiforme e predileção popular.
BANGUÊ – Lagoa e serrote no Assú. Serrote em Serra Negra do Norte. Significa: liteira Manual, carro-liteira com assento de couro. Também significa engenho de açucar de tração animal.
BOI-CHÔCO – Praia e povoação no Ceará-Mirim. Antiga rua na cidade de Goianinha e antigo bairro em Assú. Significa piolho-de-cobra, centopeia.
CARNAUBAIS – Município do vale do Assú. Poço de Lavagem e Santa Luzia. Plural de Carnaubal. Lagoa em Portalegre.
CUMBE – Antiga lagoa em Assú. Comunidade rural do Assú. Lugar em Ceará Mirim. Serrote e riacho em Caraúbas e Martins. Africanismo. Povoação com este nome em Angola, no Zaíre e em São Salvador do Congo.
IPANGUAÇU – Município no Vale do Assú. Significa Ilha Grande. Nome de um pajé e guerreiro potiguar que decisivamente auxiliou a fixação colonizadora dos portugueses no Potengí, possibilitando as pazes e subseqüente fundação da cidade do Natal em 1599.
MENDOBIM – Lugar e Açude em Assú. Começou por fazenda já existente em 1784.  De mand-obi, significa o estojo ou o rôlo pontiagudo.
MUTAMBA – Povoação e riacho em Assú e Jucurutu. Topônimo vulgar pelo Rio grande do Norte. Árvore Guazuma ulmifolia. Os indígenas chamavam-na Ibixuna. É africanismo, de Angola, embora a árvore no continente negro não seja a mesma.
PATAXÓ – Rio em cuja margem esquerda esta a sede municipal de Angicos. O mesmo rio Santa Maria, rio de Angicos, rio Patachoca. Distrito e Açude localizado no município de Ipanguaçu. Os Pataxós foram indígenas do grupo JÊ.
PORÉ – Lagoa e comunidade em Assú. Lugar em Augusto Severo. Significa gaita indígena.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

LUTO:

EDGARD BORGES MONTENEGRO
*22/06/1920 +17/12/2014 
 
Faleceu, na Casa de Saúde São Lucas - Natal, o líder político do Vale do Assu, Doutor Edgard Montenegro.

EDGARD BORGES MONTENEGRO nasceu em Assu no dia 22 de junho de 1920, sendo o 3º de uma prole de 10 filhos do casal Manoel de Melo Montenegro e dona Cândida Borges Montenegro.

Casou em 1946 com Maria Macedo Montenegro (in-memorian) de cujo matrimônio nasceram 07 filhos: Edgard Borges Montenegro Júnior, Edmar Macedo Montenegro, Paulo Roberto Macedo Montenegro, Rizza Maria Macedo Montenegro, Rejane Maria Montenegro Nunes Fernandes e Dália Maria Macedo Montenegro.

Foi da primeira turma mista do Colégio “Nossa Senhora das Vitórias” - Assu. Diplomou-se Engenheiro Agrônomo na Escola Superior de Agronomia de Lavras - MG.

Regressando a sua terra natal entrou na vida pública como o sexto Prefeito constitucional do município. Administrou o Assu de 1948 a 1953.

Além de Prefeito, foi Deputado Estadual por 05 legislaturas: 1955/58 (suplente); 1959/62; 1963/66; 1967/70 e 1971/74 (suplente), tendo assumido nas gestões em que ficou nas suplências.

Encerrou sua vida pública como vice-prefeito do município de Ipanguaçu, eleito por duas legislaturas seguidas, tendo como companheiro de chapa José de Deus Barbosa Filho.

Esteve a frente das seguintes instituições: CODEVA; COFAN; DNOCS; COAPERVAL; Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte e foi conselheiro Estadual do SEBRAE. Através desses órgãos muito pôde contribuir para o desenvolvimento sócio econômico do Rio Grande do Norte.

Homem de inegável postura de idoneidade, integridade e respeito. Orador de primeira grandeza, sábio articulador.

Doutor Edgard, foi um cidadão de experiência apurada. Sempre dispôs da amizade, respeito, admiração e incontestável apoio das grandes lideranças da Região e do Estado.

O “Comandante Edgard” – como também era conhecido, foi grande porque se fez entender pelos pequenos, partilhando com o povo suas alegrias.

Como líder semeou esperanças, realizou sonhos quase impossíveis, enfrentou dificuldades e galgou muitas vitórias... Cidadão de habilidades extraordinárias. Esteve sempre nas trincheiras de lutas ao lado do “seu” imortal povo varzeano.

Desse espaço apresento votos de pesar à todos os seus familiares.

MEMÓRIA PARLAMENTAR:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA INAUGURA MEMORIAL DO LEGISLATIVO
Na inauguração do Memorial do Legislativo Potiguar, esta manhã (17), o presidente Ricardo Motta (PROS) afirmou que o espaço guarda o tesouro precioso dos antecessores. “Aqui temos a reunião de cada sonho bom, de cada instante inesquecível, sonho espalhado em cada compartimento desse espaço tão bem feito, tão bem cuidado e construído com tanto carinho”, disse.

O presidente destacou o trabalho da equipe e afirmou que o memorial é fruto de muita luta, resultado de intenso esforço e de uma persistência quase teimosa. O espaço tem documentos relativos ao ano de 1835, ano de instalação da Assembleia Legislativa: “Aqui temos registros desde primeiro presidente, o Padre Francisco de Brito Guerra, passando por todas as fases da política potiguar até os dias atuais, podemos percorrer cada caminho temporal de nossa terra e conhecer a fibra dos seus homens e o pioneirismo de suas mulheres”, disse.

A solenidade contou com a presença de familiares e de ex-deputados, como Antônio Câmara, Ana Maria Cavalcanti, Francisco Brilhante, Manoel de Brito, Aldo Fonseca Tinoco, Nelson Freire, Lauro Bezerra, Cleber Bezerra, Paulo de Tarso, Bevenuto Pereira, Frederico Rosado, Cipriano Correia, Cláudio Porpino, Elias Fernandes, José Andrade de Lucena, Geraldo dos Santos Queiroz, Gerôncio dos Santos Queiroz, José Belmont, Valério Mesquita, Pedro de Lucena Dias, Roberto Furtado, Rui Barbosa da Costa, Álvaro Coutinho da Motta, entre outros.

A resolução que criou oficialmente o memorial, 055/2009, foi o passo decisivo para ampliar um trabalho iniciado pela coordenadora, a jornalista Bernadete Oliveira. Bernadete já fazia um de pesquisa da história de criação dos municípios do RN e visitou iniciativas semelhantes na Paraíba e no Ceará.

Até tomar o formato que tem hoje, um longo trabalho de reconstituição dos fatos mais relevantes e garimpo de documentos e objetos foi feito pela equipe, que conta com historiadores, arquitetos, jornalistas, fotógrafos, entre outros. No local é possível encontrar a réplica de um antigo gabinete; objetos pessoais como peças de vestuário, acessórios e até material publicitário utilizado em antigas campanhas. “Com o memorial vamos preservar a nossa história, testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória anunciadora dos tempos antigos”, disse Ricardo Motta.
Assessoria da AL.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

FIQUE POR DENTRO:

CABRAL, UM ILUSTRE DESCONHECIDO
Filho de uma família nobre e rica, pedro Álvares Gouveia nasceu em Belmont, centro de Portugal, em 1468. Como era o segundo filho, só depois da morte do irmão mais velho é que ele pôde usar o sobrenome paterno, Cabral. É provável que ele tenha sido escolhido para comandar a expedição de 1500 por ser casado com D. Isabel de Castro, neta de reis e muito rica. Quando voltou a Portugal, depois de 500 dias, Cabral foi recebido com frieza. Considerado azarento, por ter perdido quase 1.000 homens e seis embarcações, ele se retirou para Santarém, onde morreu por volta de 1520.
Monumento a Pedro Álvares Cabral
Parque do Ibirapuera – Vila Mariana São Paulo – SP
MONUMENTO:

Tendo em seu corpo uma escultura em bronze como homenagem ao descobridor do Brasil, o Monumento a Pedro Álvares Cabral foi projetado pelo arquiteto Agostinho Vidal da Rocha e a escultura em si construída pelo artista Luiz Morrone. 
Localizado no Parque do Ibirapuera, mais precisamente em frente a Assembleia Lesgislativa, o Monumento a Pedro Álvares Cabral foi inaugurado no dia dez de junho de 1988, representando o início das comemorações dos 500 Dias de Descobrimento do Brasil.

Monumento a Pedro Álvares Cabral possui cerca de 5 metros de altura em bronze e seu pedestal em mármore mede 2 m x 1,80 m x 1,84 metros.
Fonte: História do Brasil - Do Descobrimento à abertura democrática; www.infobresil.com.

PÁGINA ASSUENSE:

Angelina Macedo, poeta da minha terra – Assu/RN, era de família aristocrática, originária da cidade do Porto, Portugal, de temperamento sentimental, casou-se em 1896. "O lirismo de Angelina também está marcado pela melancolia, pela religiosidade e por acentuados elementos românticos e simbolistas", depõe o antologista Ezequiel Fonseca Filho.

"Não encontrando no matrimônio a realização de seus sonhos de adolescente", escreveu na sua desilusão, o soneto que, penso eu, parecido com o estilo de poetar da poetisa portuguesa Florbela Espanca, que diz assim:

Sonhei que era feliz e que era amada,
Que ao lado de meus pais tranquilamente,
Passava minha vida sorridente,
Sem nunca pela dor ser perturbada.

Nessa doce ilusão, sendo embalada,
Áureos castelos levantei na mente
E por linda visão aurifulgente,
Era ao céu de fantasia arrebatada.

Porém ao despertar do grato sonho,
Ao ver o meu presente tão tristonho,
Tão negro como fora o meu passado.

Quisera viver sempre adormecida,
Do mundo e de todos esquecida,
Ou ao menos, meu Deus, não ter sonhado!

Abandonada pelo marido, doente e solitária, acometida por uma doença incurável, sentindo a morte chegar, escreveu o soneto intitulado 'Resignação', que diz assim:

Bendita seja a mão, que o golpe envia
Sobre a minha cabeça tão cansada;
Que me adverte ao fim desta jornada,e um dia
Na floresta da vida, erma e sombria.

Àqueles que disseram: Volto ao Nada,
A que triste, viveu somente um dia,
Eu direi: Enganai-vos! A alegria
Espera-me no Além, na Pátria amada.

Não criminem a morte, que me leva
Ao ver estrela que no azul cintila...
A luz, que vem do céu, não chamem treva!

Pouco a pouco, a matéria se aniquila,
Mas a alma imortal aos céus se eleva...
Que venha, pois, a morte - estou tranquila.

Postado por Fernando Caldas

RETRATOS DA SECA:

BURROS COM CARGAS D'ÁGUA
PASSAM SEDE NO CAMINHO SECO.
 
retalhos do poema "Cinco agoras de Sítio" - Wesley Gama

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

HISTÓRIA:

Foto: João Gilberto/Assecom ALRN

Criado através do Projeto de Resolução nº 055/2009, o Memorial do Legislativo Potiguar será inaugurado pelo presidente Ricardo Motta (PROS) nesta quarta-feira (17), às 10h.
O Memorial abriga documentos, fotografias, mobiliário, entre outros muitos itens que retratam os 179 anos de história do parlamento, segundo notícia antecipada pela assessoria de comunicação social da Assembleia Legislativa do RN.
O registro da história do Legislativo potiguar vem sendo armazenado e permanentemente catalogado pela equipe, coordenada pela jornalista Bernadete Oliveira.
Está instalado no Salão de Eventos da ALRN, enquanto aguarda a mudança para a sede definitiva, que funcionará em um casarão que está sendo restaurado na Cidade Alta.
A história do Memorial começou com o levantamento da criação dos municípios do estado. 
Hoje, concentra um verdadeiro acervo.
No local é possível encontrar peculiaridades, como as onze sedes nas quais o legislativo funcionou a partir de 1835, fotos de casais de ex-parlamentares e um cenário criado especialmente para o clero, que teve mais de 50 representantes, sendo o mais recente o padre Cortez.
O Memorial também reservou uma sala para os ex-deputados, na qual os familiares, amigos e eles próprios colaboraram e continuam colaborando com a doação de objetos e enriquecendo o acervo.
Postado por Pauta Aberta.

VÍDEO EMOCIONANTE:

Banhista é salvo na Praia do Forte pelos bombeiros Potiguar

Nesse domingo(14), o Corpo de Bombeiros do RN fez um resgate impressionante, digo de cenas dos melhores filmes de ação na Praia do Forte, em Natal. Na ocasião, o banhista Rubens da Silva Santos, de 47 anos, morador de Felipe Camarão, felizmente, foi salvo pela rápida ação dos militares.
Postado por Blog do BG: http://blogdobg.com.br/#ixzz3LySmOILS.

LANÇAMENTO DO MÊS:

HERÓIS DA RESISTÊNCIA
Por Thiago Gonzaga*
Recentemente, um verdadeiro quinteto fantástico das letras potiguares, formado por Afonso Martins, Carlos Astral, João da Rua, Jota Medeiros e Novenil Barros, se reuniu para relançar, pelo Sebo Vermelho Edições, de Abimael Silva, (que pode, com certeza, ser chamado de o sexto fantástico dessa turma), mais uma importante contribuição para a literatura do Estado: Delírio Urbano, jornal literário que circulou em Natal  nos meados dos anos 80 e que teve três edições.
 Delírio Urbano (republicado em novembro de 2014) é um trabalho graficamente suntuoso, riquíssimo inclusive em imagens, uma valiosa amostra de como foram e o que criaram alguns periódicos literários marginais em meados dos anos 80 no  Rio Grande do Norte, marginais, digamos assim, por terem ficado fora dos circuitos literários “oficiais”. Conhecidos também como literatura alternativa (Jota Medeiros lançou em 1997, uma importante obra com grande parte de quem publicou poesia marginal no Rio Grande do Norte nos anos 70/80).
Dando continuidade ao trabalho da geração literária potiguar do final dos anos 70, essa literatura  reapareceu, ou melhor, continuou, de forma, alternativa, devendo-se essa alcunha a diversas características como a falta de um compromisso comercial, a liberdade de temas, de expressão.  Foi uma opção inteligente face à literatura oficial, digamos assim. Em Natal, nos anos 80, atuou intensamente uma geração engajada, que pregou a pluralidade e massificação da literatura-cultura-música, através dos meios de comunicação criados, ou aperfeiçoados por eles próprios, mesmo que de forma carente, esteticamente falando, ou precários, pela falta de recursos financeiros. O Delírio Urbano foi um que se destacou.
Os fanzines, ou pequenos jornais literários, de uma maneira  geral,  ganharam bastante destaque desde os anos 80, o tal fenômeno, não é exclusividade da literatura potiguar, porém, prova, mais uma vez, a nossa sintonia literária, pois surgiram publicações dessa natureza concomitantemente em várias outras cidades.  Ao contrario do que aconteceu nos anos 70, quando existiu o problema da censura, elas tiveram liberdade para criar, ousar, de todas as formas e maneiras, quebrando paradigmas e tabus, fazendo experimentações literárias, e eram  em sua grande maioria editadas de   forma artesanal e tendo  distribuição  entre amigos, simpatizantes,  divulgadas boca a boca.
No Rio Grande do Norte, é incrível a  quantidade de pequenas publicações literárias, ( um capitulo do livro relaciona uma infinidade de títulos da época), numa verdadeira explosão que poderia ser admitida como forma de resistência alternativa, de gritar ao mundo a sua existência.  Na grande maioria, foram editadas por jovens, poetas, sonhadores,  sem nenhum apelo comercial, muitas foram criadas de maneira fugaz, ficando apenas na primeira edição. Porém, é importante dizer que, cada vez que  se esvaecia uma  publicações  dessas, surgiam outras no universo cultural local.
Falando mais especificamente sobreo o Delírio Urbano, este livro desempenhou papel importante, pois além de ter revelado vários nomes da nossa literatura,  fez circular uma produção literária  também de qualidade.  Valer frisar  também que, na medida em que esse tipo de divulgação literária ganhava notoriedade, surgiam alguns jornais literários históricos, no Estado, como O Galo, por exemplo.
Delírio Urbano resgata bons valores da literatura alternativa dos anos 80, em solo potiguar, valendo, igualmente, como um significativo instrumento de resistência cultural. Também pode ser caracterizado por sua linguagem ousada, experimentações poéticas, o coloquial, o caráter literário sem postura ideológica mais destacada. Seu intuito era divulgar literatura e cultura, mas havia também grafismos, desenhos, que eram valorizados,   alguns também com viés  mais anarquista .
Nas décadas de 70/80, a literatura  marginal potiguar começou a contestar com mais nitidez  demandas de transformações sociais  que aconteciam no Brasil e no mundo, demostrando definitivamente que a nossa literatura estava atenta a tudo que acontecia lá fora. Parabéns a todos que colaboraram para o ressurgimento desse belo trabalho.

*Thiago Gonzaga é pesquisador da literatura potiguar.

ASSÚ:

São João 2015: George Soares confirma emenda de R$ 50 mil para show religioso

George Soares
A paróquia de São João Batista, em Assú, vai dispor de uma dotação financeira extra de R$ 50 mil no ano que vem para os festejos do padroeiro, no mês de junho.
O deputado estadual George Soares (PR) confirmou, através de sua assessoria, na Assembleia Legislativa do RN, em Natal, a apresentação de emenda parlamentar no valor de R$ 50 mil ao Orçamento Geral do Estado (OGE) para o próximo exercício – cuja votação está prevista para a próxima quarta-feira (17) –, soma que, conforme já frisou publicamente, terá o objetivo de financiar a realização do show religioso que tradicionalmente acontece no dia do encerramento da programação católica.
O deputado declarou que levará o fato oficialmente ao conhecimento do administrador da paróquia e vigário-geral da Diocese de Mossoró, padre Flávio Melo, para que o sacerdote possa colaborar com a ação que terá por finalidade a liberação da citada importância no âmbito do OGE/2015.

domingo, 14 de dezembro de 2014

CURIOSIDADE:

LUZIA, A TATARAVÓ DOS BRASILEIROS
Em 1999, o arqueólogo Walter Neves começou a estudar o crânio mais antigo já encontrado no Brasil. Era o crânio de uma mulher e recebeu o nome de Luzia. O curioso é que o esqueleto de Luzia não se parecia com os dos indígenas. Ele se assemelhava mais aos africanos e australianos. Por isso, acredita-se que grupos de australianos tenham chegado a terras brasileiras antes dos asiáticos. 
Como conseguiram cruzar o Oceano? Esse é um enigma que os arqueólogos ainda não decifraram. 
Fonte: História do Brasil - Do Descobrimento à abertura democrática - Coleção Fique por dentro.
Ilustração: www.brasilescola.com 

REMINISCÊNCIAS:

PADARIA SANTA CRUZ - ASSU - II

A PADARIA SANTA CRUZ fabricava os seguintes produtos: 

BOLACHAS:
Melindrosa, Flor do Assu, Japonesa, De Banha e Regalia-Vitória.

BISCOITOS:
Salineiro, Fino, Melindre, Tareco e XPTO.

PÃES:
Francês, Massa Fina, Doce e Cetim.

Muito interessante era o anuncio da PADARIA SANTA CRUZ.


O ABECÊ DAS DONAS DE CASA
ASSU possui a melhor a melhor padaria do Estado - A PADARIA SANTA CRUZ.
B
BOLACHAS,  bolachinhas e biscoitos do mais fino paladar! são os da PADARIA SANTA CRUZ.
C
CADA freguês é um propagandista espontâneo dos saborosos produtos da PADARIA SANTA CRUZ.
D
DELICIOSAS e preferidas são as massas da PADARIA SANTA CRUZ.   
E
ETELVINO Caldas foi, em 1907 o fundador da PADARIA SANTA CRUZ.
F
FAMA não corre, voa! É por isso que já está tão longe o renome da PADARIA SANTA CRUZ.
G
GOSTO apurado tem todo aquele que prefere os biscoitos e bolachas da PADARIA SANTA CRUZ.
H
HURRA! Gritam os garotos de outras terras, em volta da mesa familiar, quando lhe apresentam biscoitos da PADARIA SANTA CRUZ.
I
INGLESA era antigamente a manufatura dos biscoitos "cracknell" mas, hoje eles são fabricados caprichosamente na PADARIA SANTA CRUZ.
J
JUSTIÇA faz todo aquele que reconhece a superioridade do pão da PADARIA SANTA CRUZ.
L
LANCHE bom, só se faz tendo à mesa os famosos biscoitos da inimitável PADARIA SANTA CRUZ.
M
"MIMOSA" é a bolachinha que os médicos atestam ser, própria para os convalescentes, e é um produto exclusivo da PADARIA SANTA CRUZ.
N
NATAL, a capital do nosso Estado também importa os deliciosos biscoitos da PADARIA SANTA CRUZ.
O
ÓTIMOS e por isso mesmo, sempre preferidos, são os produtos da PADARIA SANTA CRUZ.
P
PANIFICADORA é o endereço telegráfico da PADARIA SANTA CRUZ.
Q
QUANDO viajantes querem ser recebidos festivamente em sua casa, faz de passagem por Assu um bom sortimento de massas da PADARIA SANTA CRUZ.
R
"REGALIA" é o nome de uma bolachinha muito apreciada que só se encontra na PADARIA SANTA CRUZ.
S
SOLON Wanderley é hoje continuador de Etelvino Caldas e, tem aperfeiçoado sempre os métodos de fabricação da PADARIA SANTA CRUZ.
T
TODO mundo diz, em alto e bom som, que não há igual à PADARIA SANTA CRUZ.
U
UNIDOS pelo mesmo ideal de bem servir o público, e demonstrar os seus conhecimentos , como exímios panificadores - trabalham os mestres e operários da PADARIA SANTA CRUZ.
V
"VITÓRIA" é uma bolachinha que tem a fama que merece e é uma criação do proprietário da PADARIA SANTA CRUZ.
X
"X.P.T.O" é um bom biscoito para lá de bom que só se encontra na PADARIA SANTA CRUZ.
Z
ZELO, agrado e sinceridade, é lema que torna vitoriosa em toda linha PADARIA SANTA CRUZ.

Fonte: Lembranças e Tradições do Assu - Maria Eugênia - FJA - 1978.
Fotografia: Demóstenes Amorim - Solon, Afonso e funcionários da Padaria Santa Cruz (arquivo de Ivan Pinheiro). 

ASSÚ:

Enfim, a Diocese de Mossoró respondeu (indiretamente) uma pergunta que há muito eufaço neste espaço: A quem pertence o Instituto Padre Ibiapina?

- aparentemente administrada por uma empresa terceirizada (conforme contrato de locação de espaço, celebrado com a prefeitura do Assú), sem que a Paroquia de São João Batista e a comunidade católica local tivesse qualquer, digamos, ingerência, o IPI transformou-se em Complexo e, paradoxalmente, diminuiu significativamente sua inserção no mundo do ensino/aprendizagem formal. E em relação as ações sonhadas por padre Ibiapina, o distanciamento foi inscritível.

Agora, eis que a Diocese de Mossoró toma as rédeas da situação e iniciará 2015 com nova gestão, a qual será encabeçada pela ex secretária municipal de educação do Assú, Sandra Regina Alves. 

Resta-nos agora torcer para que a Paróquia de São João Batista e a comunidade católica da cidade consubstancie esta decisão da Diocese e também arregace as mangas para fazer os reparos devidos nos alicerces desta importante instituição educacional e filantrópica (?) sonhada por padre Ibiapina no século XIX e efusivamente apoiada por Minervindo Wanderley.

Postado por ana valquiria

sábado, 13 de dezembro de 2014

LITERATURA POTIGUAR:

LANÇAMENTO
Por Thiago Gonzaga*
Em um período extremamente rico e diversificado de publicações, o ano literário praticamente termina com chave de ouro. A obra “Quase Conto” da escritora Josimey Costa, publicado pela EDUFRN, é um bom trabalho de ficção, com histórias envolventes, em textos curtos, que transitam entre os campos do conto, da poesia e da crônica. “Quase Conto”, cria um universo de acontecimentos e situações cotidianas num estilo moderno de narrativa. Uma forte marca do conto de Josimey Costa é sua pequena extensão, outra, é a capacidade de tocar o leitor, que se identifica com varias situações narradas no livro. “Quase Conto” tem uma composição unida, bem estruturada, desenvolve, ou melhor, constrói histórias com tramas e algumas características psicológicas. O conto de Josimey , está muito próximo daquilo que o escritor argentino Júlio Cortazar, definiu como, “aquele texto que corre em poucas linhas e em alta velocidade narrativa, capaz de nocautear o leitor com seu impacto dramático concentrado”.
O conto é um dos tipos de textos mais versáteis da literatura, e tem ganhado bastante espaço no Estado desde meados dos anos 60, quando foi publicada a primeira coletânea de contistas potiguares. Na atualidade, um número quase incontável de escritores locais se aventura neste gênero. Através dos contos de Josimey Costa pode-se verificar a própria evolução do conto potiguar, em sintonia com o conto brasileiro contemporâneo.

“ Quase Conto” é um livro que vale a pena ter em nossa estante.

* Thiago Gonzaga é pesquisador da literatura potiguar.
Postado por 101 livros do RN.

PERSONALIDADE ASSUENSE:

Na fotografia: Francisco Amorim ladeado a esquerda 
pelo seu filho Tarcísio Amorim e Fernando Fonseca.

Francisco Augusto Caldas de Amorim (Chisquisto) como era chamado carinhosamente era servidor público federal da antiga Controladoria de Renda (atual Receita Federal), poeta, escritor, jornalista, memorialista, fundador de jornais como "A Cidade" - o jornal mais antigo do interior do Rio Grande do Norte, que circulou durante 25 anos consecutivos sob a organização dele, Chisquito, Otávio e Palmério Amorim. Ambos eram irmãos.

Franklin Jorge depõe que "aos nove anos Chisquito escrevia o seu primeiro jornal, significativamente chamado "O Trabalho", pois aprendera a manejar o compunidor e dispunha os tipos sem atrapalhar-se e sem cometer gralhas na página impressa.

Amorim era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, da Academia Potiguar de Trovas, entre outras instituições culturais do Estado Norte-rio-grandense e do Brasil. Foi prefeito do Assu (1953-58), presidiu durante muito tempo o Banco Rural do Assu, que depois veio a ser Cooperativa Agropecuária do Vale do Açu Ltda - Coapeval. Ele empresta o seu nome a sede do poder executivo da terra assuense, uma homenagem de José Maria Macedo Medeiros quando prefeito daquele município.

Chisquito publicou diversos livros que engrandece as letras potiguares como, por exemplo, A Eucaristia e a Questão Social, 1944 (conferência), Discurso de Saudação aos Prefeitos, 1961, Eu Conheci Sesióm, 1961, Seriema e Outros Versos, 1965, Galeria do Lions, 1969, História do Teatro no Assu, 1972, Colégio Nossa Senhora das Vitórias, 1977, As Vantagens da Eletrificação Rural (cordel), 1978, Titulados do Assu, 1982, O Assu No Roteiro das Glosas, 1983, Nos Tempos de Cristo, além de Assu da Minha Meninice, 1982, Trovas à Toa, 1991, Forrobodó, 1984, História da Imprensa do Assu, 1965, Teu Livro (versos), 1965, O Homem e as Cooperativas, 1965, A Reforma Agrária e o Trabalhador Rural, 1988 e Essências, 1991.

Francisco Amorim ficou conhecido nos meios culturais do estado como "O Poeta da Seriema". Vejamos o seu célebre soneto:

Na doce evocação do seu ledo passado,
A seriema vê, como num sonho lindo,
O riacho correndo, o Mofumbo ensombrado,
O cipoal a crescer, para o alto subindo.

E belo o panasco, o amplo campo rasgado,
As expansões febris do juremal florindo,
A sombra da oiticica o tresmalho do gado,
A alva flor do cardeiro alvas rosas abrindo.

A lembrança lhe vem dos tempos seus ditosos,
Correrias na mata, os êrmos pedregosos,
Verde vegetação desabrochando a terra,

E na concentração ascética de um monge,
A pernalta desperta, olhando e vendo longe,
O panorama azul, belíssimo da terra.

Do seu livro sob o título "Assu de Minha Meninice", transcrevo o artigo de autoria de Francisco Amorim, conforme adiante:

Quando comecei a ter o uso da razão, isto é, a ser capaz de dar recado, levar bilhete, fazer mandados, a minha cidade, a nossa cidade tinha escassos limites que iam do bairro Macapá - com uma rua só de casas quase que todas elas da taipa cobertas com palha de carnaúba - até à rua São Paulo, com vários espaços vazios entre esses extremos de Norte e Sul.

As ruas chamadas principais eram localizadas na praça da Matriz - era o quadro da Rua, onde ficavam a Rua Casa Grande (norte), do Mercado (sul), São João (nascente) e coronel Souto (poente).

Era aí que moravam as pessoas importantes e famílias endinheiradas. Moravam o Juiz de Direito, o Promotor, o Vigário, o Médico e o Farmacêutico, o patriarca da família Casa Grande - jornalista Antônio Soares de Macedo - e o da família Piató - Zumba Marreiro. 

Existiam, como ainda hoje existe, o sobrado da Baronesa de Serra Branca e o velho José Gomes de Amorim, este construído em 1845. A praça da Matriz vem de longa data. Já Koster, historiador inglês, que pór aqui passou no dia 1. de dezembro de 1810 fez referência a ela, destacando a Matriz e o historiador Manoel Ferreira Nobre, em seu livro "Breve Noticias Sobre a Província do Rio Grande do Norte", impresso na Tipografia Espíritosantense, em Sergipe, no ano de 1877, destacava a casa residência do dr. Luiz Carlos Lins Wanderley, localizada nesta mesma praça. Os sobrados de Minervino e o de Medeiros (Antônio Dantas Correia de Medeiros), desapareceram para darem lugar a outras edificações residenciais. 

A antiga Cadeia Pública, a Interdependência e a inacabada igreja do Rosário, também desapareceram. Estão hoje em seus lugares a Prefeitura e a Praça do Rosário, cuja imagem de N. Senhora é doação do dr. Pedro Amorim, médico e político da terra. 

No "Quadro da Rua" ficava o comércio - a Casa Dantas - Nova Aurora do Dantas - A Casa Medeiros, firma sucessora; João Vicente da Fonseca. os armazéns de compra e venda de algodão e peles de "Seu" Nondas - Epaminondas - depois do coronel José Soares Filgueira Sobrinho, Ezequiel Fonseca, Osvaldo Oliveira e João Caldas. 

Na rua São Paulo destacavam-se o prédio do Grupo Escolar Ten, Cel. José Correia e os armazéns do exportador Minervino Wanderley e do comprador de couros e peles Luiz Cabral, cujo estabelecimento exibia o pomposo título de "O Rei do Algodão". 

Nessa época essas firmas exportavam diretamente algodão para Liverpool. 

A primeira rua a receber iluminação a querosene foi a rua Coronel Souto, na praça da Matriz. A sua inauguração ocorreu em 24 de dezembro de 1908, na administração de Antônio Saboia. Coincidiu que nessa noite, depois da Missa do Galo, tinha lugar os festejos da Lapinha na residência do coronel Sá Leitão, à rua de Hortas, atual Moisés Soares. Lembro-me bem. Nós, meninos que tínhamos ido assistir aquela diversão, inclusive eu que nela tomei parte, nos intervalos íamos até ao beco da Botica, depois Farmácia Amorim, verificar se os lampiões ainda estavam acesos. 

A luz elétrica só chegou na cidade de Assu, em 13 de dezembro de 1925.

Postado por Fernando Caldas.