sexta-feira, 23 de outubro de 2015

CRÔNICA:

ASSÚ DE OUTRORA
Encontrei num recorte do Jornal de Fato, (não tinha data, acredito que de 2010), na coluna Outras Palavras - do jornalista José Nicodemos -, uma crônica contando um pouco da vida na Várzea do Assú nos idos de setenta para oitenta, quando o então jovem areia-branquense, residente em Mossoró, José Nicodemos, vinha passar finais de semana ou períodos de férias na comunidade rural de Santo Antonio. Vejam a crônica: 

"Ainda resta um pedaço de carnaubal no vale do Assú, digo um pedaço porque ainda alcancei o carnaubal um estirão verde a se perder de vista vale a dentro. Mas, se não me engano, tudo indica que a tendência é desaparecer por completo, se a carnaubeira não fosse um símbolo não só da 'terra dos poetas', mas de toda a região. Um símbolo telúrico.

Até uns vinte e tantos anos atrás (quem disse que está errado?) eu costumava passar dias em Santatônio, ali no vale, na casa de um amigo e parente afim, de férias do emprego. Ainda tinha carnaubal muito, mas diziam os moradores antigos que já não era como antes, nem a metade. Imagino como não será hoje, duas décadas mais tarde, quase três. Carnaubeiras esparsas.

Tinha um morador da casa que me hospedava, e que era chamado de Nego Veio, já ali pegando os noventa, com quem eu gostava de conversar, debaixo do alpendre, depois do banho no rio, que tinha uns duzentos metros da casa. O olhar baço perdido além do carnaubal, ele me contava muitas coisas do tempo em que o carnaubal “não tinha fim”, cobrindo aquele mundo afora.

Tinha muita ema, e de madrugadinha “era aquela zoada dentro do carnaubal”. Já não se encontrava mais uma. Caça? Veados e porcos do mato, pebas e tatus amanheciam comendo na beira dos terreiros que nem bichos de casa. Acabou-se tudo, dizia ele, lembrando que era um tempo de fartura do que comer, ali no vale. Era de ver a fartura nas feiras, “peixe de fazer lama”. De inverno a verão.

Por aí assim, fico-me a pensar no grande mal que o homem, em nome de tudo e de nada, tem causado à sobrevivência no futuro, que se anuncia tão perto. E os governantes – não é comigo, devem pensar assim. De modo que segue, de vento à popa, a destruição da natureza, sem preocupação nenhuma com a vida para as gerações vindouras. Na verdade, o homem é o grande mal do mundo". 

Quem teve oportunidade de viver (em épocas áureas dos carnaubais na várzea do Assú) pode confirmar a fartura que o cronista José Nicodemos relata. O Assú, de maneira especial a Várzea, sempre foi uma terra rica, de muita fartura, tanto na área agrícola quanto na pecuária. A realidade hoje é diferente. Infelizmente.
Ilustração: Capa do livro de Manoel Rodrigues de Melo - Coleção Potiguariana.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

ATIVIDADE PARLAMENTAR:

George Soares participa de comemorações de ordenação sacerdotal em Parazinho

A cidade de Parazinho, na região do Mato Grande potiguar, celebrou na última quarta (21), os 5 anos de ordenação sacerdotal do padre Ivanilson Alexandrino, que dirige a Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré.

George Soares (PR), que foi o deputado estadual mais votado em Parazinho nas eleições do ano passado, esteve presente na santa missa em ação de graça ao sacerdócio do Padre Ivanilson, neste município. Ao lado do prefeito Marquinhos do PR e dos vereadores da base aliada, George teve a oportunidade de homenagear o padre, representando as autoridades presentes na Missa.

"O Padre Ivanilson é um conterrâneo nosso, criado no Vale do Açu e filho de Ipanguaçu. Um amigo que conquistamos aqui na querida cidade de Parazinho e que fazemos questão de homenagear neste dia especial. Parabéns pelo tempo de serviço a Deus Pe. Ivanilson." Desejou o deputado.
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Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares

MEMÓRIA:

O município de São Rafael perdeu o seu maior símbolo turístico na passagem de quinta, 16, para sexta-feira, 17, de dezembro de 2010. A torre da igreja da cidade antiga, inundada pelas águas da barragem Engenheiro Armando Ribeiro na década de 80, ruiu, fazendo desaparecer 60 anos de história e 27 anos de símbolo visual. Depois da inundação da cidade antiga, desocupada pelo Governo, a torre da Igreja de Nossa Senhora da Conceição se transformou na única construção à vista do município. A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de São Rafael completou 90 anos de existência naquele ano de 2010, mas fontes não oficiais alegam que o prédio da igreja devia ter entre 100 e 102 anos. Com a seca que assola a região, levando a diminuição do volume de água da barragem, deixando à mostra as ruínas da antiga cidade, inclusive da igreja, a cúpula, que estava submersa desde a queda da torre, reapareceu e tem sido alvo da visitação popular as ruínas da antiga cidade. Na manhã do último domingo (18/10), o prefeito de São Rafael José de Arimatéia Braz e o padre da cidade Antônio Gomes, estiveram reunidos para falar sobre o resgate da cúpula. Como as ruínas estão em terras da união, no encontro, ficou definido que as partes buscarão uma audiência com o DNOCS, para conseguir autorização para o resgate da cúpula, que seria levada para um local ainda a ser definido. 
Postado por Adailton Amorim.