TROVAS E TROVOADAS
Já havia algum tempo que desejava adquirir o livro TROVAS E TROVOADAS - de Luiz Francisco Xavier (Dedé). Na semana de emancipação política do Assu, enquanto recitava uns poemas na calçada do Bar de Nego João, meu amigo Mariano Tavares garantiu que me daria um exemplar de presente. Dito e feito. Como são poucas poesias possíveis de serem publicadas neste espaço, repasso duas delas:
Mote:
O BEIJO NÃO MATA FOME
MAS ABRE BEM O APETITE
Glosa
Muitas vezes me consome
todo corpo pra valer,
embora sabendo que
o beijo não mata a fome.
No momento não se come,
na verdade é só palpite,
porém é meio convite,
já que estimula a tesão,
nada tem com refeição,
mas abre bem o apetite.
P.S. do autor: - No sentido figurado, o beijo chega a se parecer com um determinado alimento e daí nasce a notória sensação de amorosidade...
Mote:
TENDO PERNA E TENDO COURO
SÓ RESPEITO TAMBORETE
Glosa
Boto ardendo como touro
que não tem pena da vaca,
como burra, como paca,
tendo perna e tendo couro.
Pode ter cara de choro,
ser doente pra cacete,
mas se gostar do macete,
cega ou doida, tudo eu furo
pois eu estando de pau duro
só respeito tamborete.
P.S. do autor: Essa minha glosa nasceu de um repente do amigo Andiére "O Majó" nos idos de 60, quando este (vindo de uma pesada farra), após galantear uma cafetina de seus setenta anos de idade, responde, assim à minha crítica: "Tendo perna e tendo couro, só respeito tamborete", pelo que, tempos depois, surgiu essa glosa, já publicada no livro "Glosa Glosarum", de Celso da Silveira.
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