sábado, 22 de agosto de 2015

DIA DO FOLCLORE:

IVAN PINHEIRO E BATISTA MARQUES PARTICIPAM DA COLETÂNEA 
"SOU DA TERRA NORDESTINA"
Dentro da programação do DIA DO FOLCLORE, na capital do Estado, Ivan Pinheiro participou de dois eventos culturais: Na quinta feira, 20 de agosto, as 17 horas, esteve no lançamento do livro "A Presença Feminina na Literatura de Cordel do Rio Grande do Norte" do escritor e folclorista Gutenberg Costa. O evento ocorreu no Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão - antiga Rodoviária Velha - Ribeira. A obra foi agraciada com o prêmio municipal do Edital Literatura de Cordel 2014, pela Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte), Secretaria Municipal de Cultura do Natal.
Gutenberg Costa e Ivan Pinheiro - momento do autógrafo.
No sábado, dia 22 de agosto (DIA DO FOLCLORE) participou do lançamento da Coletânea Poética "Sou da Terra Nordestina" organizado pelo poeta Gélson Pessoa, através da Editora Ler Mais. O livro reúne trabalhos de 76 poetas de vários estados do Brasil (RN, PE, PB, BA, PI e CE). 
João Batista Marques e Ivan Pinheiro
- momento do lançamento da coletânea na Casa do Cordel
O Assu se fez presente na coletânea com a participação dos poetas Ivan Pinheiro e João Batista Marques (foto acima). Pinheiro numa sétima retrata a velha "história" de amor entre o mar e a terra nordestina.
 
Nesse torrão nordestino
o mar abraça a caatinga.
Como todo cabra macho,
come buchada com pinga,
dança forró pé-de-serra,
e, depois de beijar a terra,
faz do cabaço moringa.

Batista Marques retrata numa sétima a vida do vaqueiro nordestino.

Sou nordestino guerreiro
nascido lá no sertão
menino passarinheiro
moleque do Riachão
me criei tangendo gado
correndo em festa de prado
montado em meu alazão.

Essa participação demonstra, mais uma vez, que o Assu permanece ativo e presente nos eventos ligados a cultura buscando manter viva a chama da 'Terra da Poesia'.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ARTIGO:

A DUALIDADE ENTRE OS AGRICULTORES DO SEMIÁRIDO POTIGUAR
Por: Joacir Rufino de Aquino
(Economista, professor e pesquisador da UERN
O meio rural brasileiro é marcado por uma profunda dualidade econômica entre uma minoria de produtores equipados com tecnologias de ponta e uma maioria que ainda trabalha apenas no braço e na enxada. A semelhança do que acontece no país como um todo, o campo do Rio Grande do Norte (RN) também é permeado por esse contraste entre os segmentos agrícolas, que não podem ser tratados de forma homogênea. Recentemente, pude observar de perto essa realidade ao pesquisar a situação de dois grupos distintos de agricultores do nosso estado: o primeiro, formado pelos produtores de manga irrigada para exportação no Vale do Açu, e, o segundo, constituído pelos agricultores familiares de sequeiro beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) no oeste potiguar.
Os produtores de manga irrigada para exportação do Vale do Açu, que representam um segmento seleto formado por pouco mais de três dezenas de empreendimentos, ocupam o topo da pirâmide do setor agropecuário estadual. Em pequenas áreas de terra, usando trabalho assalariado, máquinas agrícolas e insumos modernos, produzem grandes quantidades de frutas frescas todos os anos. Até o primeiro semestre de 2015, graças à irrigação, suas atividades praticamente não sofreram qualquer abalo decorrente dos efeitos da severa estiagem que tem assolado a região. As suas maiores reclamações estão associadas à falta de estruturas para agregar valor aos produtos e aos gargalos de infraestrutura de transporte. Outras questões atinentes à qualidade de vida rural não fazem parte de sua agenda, haja vista que suas moradias estão situadas nas zonas urbanas dos municípios onde operam os negócios.
A situação dos agricultores familiares de sequeiro beneficiários do PBF, por sua vez, é totalmente oposta à do grupo anterior. Grosso modo, eles trabalham em pequenas áreas de terras cansadas que, em muitos casos, nem ao menos lhes pertencem. Além disso, não usam tecnologias avançadas e nem contam com a vantagem da irrigação. A sua produção de milho e feijão é voltada para o consumo do grupo doméstico e os pequenos excedentes gerados nos períodos de invernos regulares são comercializados no mercado interno por meio de atravessadores. Nos últimos quatro anos, porém, esses produtores contabilizam perdas sucessivas em suas lavouras em decorrência da falta de chuvas. No ambiente de vulnerabilidade a que estão sujeitos, as únicas rendas certas que dispõem são os benefícios do Bolsa Família ou os recursos das aposentadorias rurais.
O retrato sintético apresentado tem muitas implicações. Do ponto de vista prático, a dualidade presente no campo norte-rio-grandense indica que o Estado precisa adotar estratégias diferenciadas com a finalidade de atender a ambos os setores. No entanto, uma política agrícola e de desenvolvimento rural para o semiárido do RN deve priorizar ações estruturantes voltadas ao segmento mais pobre. Isso porque as demandas dos produtores modernizados são pontuais e mais fáceis de atender com medidas de curto prazo, como, por exemplo, a construção de canais eficientes de escoamento da produção e a instalação de um PackingHouse (galpão padronizado de processamento e embalamento pós-colheita) reivindicado há muito tempo pelos exportadores de manga açuenses. Já no caso dos beneficiários do PBF o desafio é bem mais complexo, exigindo medidas articuladas de cunho produtivo e social.
Os estudos disponíveis indicam que os agricultores de baixa renda situados na base da pirâmide social, que representam o lado pobre e majoritário do campo potiguar, necessitam de terra, água, assistência técnica, crédito, tecnologias adaptadas aos ecossistemas microrregionais e melhores condições de infraestrutura social nas comunidades rurais, as quais, para eles, cumprem o duplo papel de local de produção e de espaço de vida. Apoiá-los pode contribuir para gerar ocupação, renda e reduzir as desigualdades socioeconômicas que caracterizam a população residente nas diferentes regiões de nosso estado. Para tanto, é preciso avançar além das ações emergenciais de “combate à seca”, que são importantes no momento crítico de escassez de água que enfrentamos, mas apresentam-se insuficientes no sentido de equacionar os bloqueios históricos que limitam as chances de progresso social e de promoção da cidadania dos habitantes do meio rural.
Artigo publicado no Jornal De Fato, Mossoró/RN, 20/08/2015, p. 2. 
Fotos ilustrativas: aquiconectados.com.br

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

DESCASO CULTURAL:

Diretor geral da FJA, Rodrigo Bico,
Curiosamente na gestão do atual presidente da Fundação José Augusto, Rodrigo Bico, já somam quatro os teatros fechados no Rio Grande do Norte: Alberto Maranhão e o Teatro de Cultura Chico Daniel e o Centro Cultural de Caicó. Todos sem data para reabrir. Impeachment nele!

Também está fechado o Teatro Sandoval Wanderley que é gerenciado pela prefeitura de Natal.
Postado por Robson Pires.

HOJE:

LANÇAMENTO DE LIVRO DO FOLCLORISTA GUTENBERG COSTA

ARQUIVO:

PARTE DE UMA EDIÇÃO DO JORNAL ATUALIDADE - MARÇO DE 1950



LITERATURA POTIGUAR:

 
O livro “O Rosto Alegre da Cidade”, do jornalista Rubens Lemos Filho, será lançado nesta quinta-feira na sede do Clube dos Radioamadores do RN, a partir das 19h. Com uma coletânea de 67 crônicas sobre alguns dos principais momentos do Mais Querido, o livro mostra a história do ABC a partir do olhar de um torcedor apaixonado.

A intenção do autor, em ano de centenário do clube, é compartilhar com os torcedores, principalmente, com os das próximas gerações, o futebol jogado pelo Mais Querido e a sua história. Um futebol que não existe mais. ““O mais importante é mostrar que tivemos vestindo a camisa do ABC jogadores que honraram a camisa do clube e times que honraram o distintivo do ABC”, diz.

Jogadores como Marinho Apolônio, citado diversas vezes e inspiração para uma das crônicas. A “pantera dribladora serial e goleadora implacável” foi, segundo Rubens Lemos Filho, o único a ser “cortejado por dois corações inconciliáveis no vermelho e no preto”. O ex-craque abecedista foi elogiado inclusive pelo mítico João Saldanha, que certa vez na Bahia garantiu: “Aqui tem um negrinho que joga pelos três do meio-campo da Seleção”. Os três: Dema, Alemão e Casagrande.

Com um olhar muitas vezes lírico, aliado a um conhecimento quase enciclopédico sobre o assunto, Rubinho demonstra de maneira clara as transformações pelas quais o futebol passou nas últimas décadas. “O ABC representa a única diversão que tive quando fui criança, filho de exilado político e passando dificuldades financeiras, mas tendo sempre no ABC um companheiro, um porto seguro, fosse nas vitórias ou nas derrotas, eu tinha o ABC para me socorrer. É uma das razões da minha vida, o ABC Futebol Clube”.

O que emerge das 67 crônicas é a memória acerca do futebol alegre e popular do ABC. “Quero mostrar para a próxima geração, para o meu filho e para os filhos do meu filho que houve um ABC vitorioso, grandioso, altivo e especialmente um ABC popular. Era um clube alegre, que reunia a massa da cidade, os mais simples, em torno do futebol. Um futebol bonito e bem jogado”, finaliza.

Serviço

“O Rosto Alegre da Cidade”

Local: Sede do Clube dos Radioamadores do RN (Avenida Rodrigues Alves, 1004 / Tirol)

Data: 20 de agosto

Hora: das 19h às 22h

Valor do livro: R$ 50,00

Entrada gratuita
Postado pelo Blog do BG.

ASSEMBLEIA:

O deputado estadual George Soares (PR) comemorou nesta terça, 18, a sanção do governador Robinson Faria (PSD) ao Projeto Público de Irrigação Osvaldo Amorim (conhecido como Baixo Açu), finalizando assim uma espera de mais de 20 anos dos irrigantes que aguardavam os títulos de posse de suas terras para poder torna-las produtivas.

“Iniciamos essa discussão que estava adormecida na Assembleia Legislativa do RN. Realizamos audiência pública, participamos das discussões nas comissões da Casa, do encontro entre Irrigantes e Governo. Essa sanção, hoje, é uma grande vitória para o Vale do Açu. Mais de 6 mil empregos poderão ser gerados na nossa região, graças a Lei nº 9.973, assinada pelo governador e pelo secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca (SAPE), Haroldo Abuana.” Expressou o deputado George.

Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares

COOPERATIVISMO:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA VAI INSTALAR FRENTE PARLAMENTAR DE APOIO AO COOPERATIVISMO

FRENTA
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte irá instalar a Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo do Estado. Quem garantiu foi o presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PMDB), em reunião na manhã desta quarta-feira (19) com representantes do Sindicato e Organização das Cooperativas (OCB-RN), além dos deputados Galeno Torquato (PSD) e George Soares (PR).
“A Assembleia do Rio Grande do Norte apoia o cooperativismo do Estado. Essa frente terá como objetivo promover o desenvolvimento, apoiar e acompanhar ações do executivo e discutir o desenvolvimento das cooperativas do Rio Grande do Norte”, disse o presidente.
Segundo o presidente da OCB-RN, Roberto Coelho, presente na reunião, o Rio grande do Norte possui 135 cooperativas com 78 mil associados e 200 mil usuários. “As cooperativas tem uma capilaridade enorme em todo o Rio Grande do Norte e precisam do apoio da Assembleia. Há alguns anos, já existiu esta Frente na Casa, que agora será reinstalada”, completou George Soares (PR).
Ainda presentes da reunião, Sônia Rocha, superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP-RN) e o gerente do SESCOOP, Rubens Lopes.
ALRN

terça-feira, 18 de agosto de 2015

CURIOSIDADE HISTÓRICA:

QUEM DEU NOME AO ATUAL ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FOI O RIO DENOMINADO DE PIANCÓ-PIRANHAS-AÇU E NÃO O RIO POTENGI.
Por: Eugênio Fonseca Pimentel* 
Analisando o conteúdo do trabalho efetuado por Gabriel Soares de Sousa poucos anos depois das doações das Capitanias Hereditárias do Brasil denominado de TRATADO DESCRITIVO DO BRASIL EM 1587, observa-se claramente que existiam 2 rios com o nome de Rio Grande. O primeiro descrito situava-se na costa norte do Rio Grande do Norte e o segundo rio situava na costa Leste do atual estado do RN. Vejam os capítulos VII, VIII referente a costa norte e o capitulo IX a costa leste.

TRATADO DESCRITIVO DO BRASIL EM 1587

GABRIEL SOARES DE SOUSA

CAPÍTULO VII
Em que se declara a costa do rio Grande até a do Jagoaribe. Como fica dito, o rio Grande está em dois graus da parte do sul, o qual vem de muito longe e traz muita água, por se meterem nele muitos rios; e, segundo a informação do gentio, nasce de uma lagoa em que se afirma acharem-se muitas pérolas. Per-dendo-se, haverá dezesseis anos, um navio nos baixos do Maranhão, da gente que escapou dele que veio por terra, afirmou um Nicolau de Rezende, desta companhia, que a terra toda ao longo do mar até este rio Grande era escalvada a maior parte dela, e outra cheia de palmares bravos, e que achara uma lagoa muito grande, que seria de 20 léguas pouco mais ou menos; e que ao longo dela era a terra fresca e coberta de arvoredo; e que mais adiante achara outra muito maior a que não vira o fim, mas que a terra que vizinhava com ela era fresca e escalvada, e que em uma e em outra havia grandes pescarias, de que se aproveitavam os tapuias que viviam por esta costa até este rio Grande, dos quais disse que recebera com os mais companheiros bom tratamento. Por este rio Grande entram navios da costa e têm nele boa colheita, o qual se navega com barcos algumas léguas. Deste rio Grande ao dos Negros são sete léguas, o qual está em altura de dois graus e um quarto; e do rio dos Negros às Barreiras Vermelhas são seis léguas, que estão na mesma altura; e numa parte e noutra têm os navios da costa surgidouro e abrigada. Das Barreiras Vermelhas à ponta dos Fumos são quatro léguas, a qual está em dois graus e 1/3. Desta ponta do rio da Cruz são sete léguas e está em dois graus e meio em que também têm colheita os navios da costa. Afirma o gentio que nasce este rio de uma lagoa, ou junto dela, onde também se criam pérolas, e chama-se este rio da Cruz, porque se metem nele perto do mar dois riachos, em direito um do outro, com que fica a água em cruz. Deste rio ao do Parcel são oito léguas, o qual está em dois graus e meio; e faz-se na boca deste rio uma baía toda esparcelada. Do rio do Parcel à enseada do Macorive são onze léguas, e está na mesma altura, a qual enseada é muito grande e ao longo dela navegam navios da costa; mas dentro, em toda, têm bom surgidouro e abrigo; e no rio das Ostras, que fica entre esta enseada e a do Parcel o têm também. Da enseada do Macorive ao monte de Li são quinze léguas e está em altura de dois graus e dois terços, onde há porto e abrigada para os navios da costa; e entre este porto e a enseada de Macorive têm os mesmos navios surgidouro e abrigada no porto que se diz dos parcéis. Do monte de Li ao rio Jagoarive são dez léguas, o qual está em dois graus e 3/4, e junto da barra deste rio se mete outro nele, que se chama o rio Grande, que é extremo entre os tapuias e os potiguares. Neste rio entram navios de honesto porte até onde se corre a costa leste-oeste; a terra daqui até o Maranhão é quase toda escalvada; e quem quiser navegar por ela e entrar em qualquer porto dos nomeados há de entrar neste rio de Jagoarive por entre os baixos e a terra porque tudo até o Maranhão defronte da costa são baixos, e pode navegar sempre por entre eles e a terra, por fundo de três braças e duas e meia, achando tudo limpo, e quanto se chegar mais à terra se achará mais fundo. Nesta boca do Jagoarive está uma enseada onde navios de todo o porte podem ancorar e estar seguros.

Observação e Conclusão:
Na descrição do capitulo VII do Tratado Descritivo do Brasil em 1587,GABRIEL SOARES DE SOUSA descreve parte da costa setentrional do Brasil, ou seja ele cita deste modo:

Em que se declara a costa do rio Grande até a do Jagoarive. Esta Costa aonde está inserido o rio Grande é atualmente denominado rio Piancó-Piranhas-Açu.

Cita que afirmou um tal Nicolau de Rezende, desta companhia, que a terra toda ao longo do mar até este rio Grande era escalvada a maior parte dela, e outra cheia de palmares bravos.

Observação e conclusão : 
Os palmares bravos são os carnaubais com seus talos cheios de espinhos em que formam a mata ciliar do atual rio Piancó-Piranhas-Açu.

Cita que os tapuias que viviam por esta costa até este rio Grande, dos quais disse que recebera com os mais companheiros bom tratamento.

Os índios tapuias habitavam também o litoral norte no tempo do Brasil colonial.

Cita que o rio Grande, era o extremo entre os tapuias e os potiguares.

Cita que neste rio entram navios de honesto porte até onde se corre a costa leste-oeste

CAPÍTULO VIII
Em que se declara a costa do rio de Jagoa-rive até o cabo de São Roque.

Do rio Jagoarive de que se trata acima até a baía dos Arrecifes são oito léguas, a qual demora em altura de três graus. Nesta baía se descobrem de baixa-mar muitas fontes de água doce muito boa, onde bebem os peixes-bois, de que aí há muitos, que se matam arpoando-os assim o gentio potiguar, que aqui vinha, como os caravelões da costa, que por aqui passam desgarrados, onde acham bom surgidouro e abrigada. Desta baía ao rio S. Miguel são sete léguas, a qual está em altura de três graus e 2/3, em a qual os navios da costa surgem por acharem nela boa abrigada. Desta baía ao rio Grande são quatro léguas o qual está em altura de quatro graus. Este rio tem duas pontas saídas para o mar, e entre uma e outra há uma ilhota, que lhe faz duas barras, pelas quais entram navios da costa. Defronte deste rio se começam os baixos de São Roque, e deste rio Grande até ao cabo de São Roque são dez léguas, o qual está em altura de quatro graus e um seismo; entre este cabo e a ponta do rio Grande se faz de uma ponta a outra uma grande baía, cuja terra é boa e cheia de mato, em cuja ribeira ao longo do mar se acha muito sal feito. Defronte desta baía estão os baixos de S. Roque, os quais arrebentam em três ordens, e entra-se nesta baía por cinco canais que vêm ter ao canal que está entre um arrecife e outro, pelos quais se acha fundo de duas, três, quatro e cinco braças, por onde entram os navios da costa à vontade.

Observação e conclusão:
O rio Grande do litoral norte do atual estado do Rio Grande do Norte tem duas pontas saídas para o mar, e entre uma e outra há uma ilhota, que lhe faz duas barras, pelas quais entram navios da costa.

O rio Açu adentra no continente até cerca de 30 quilômetros. Este era navegável quando a maré ficara alta.

Gabriel Soares de Sousa cita que do rio Grande atual rio açu até ao cabo de São Roque são dez léguas.

Gabriel Soares de Sousa cita que entre o cabo de São Roque e a ponta do rio Grande se faz de uma ponta a outra uma grande baía, cuja terra é boa e cheia de mato, em cuja ribeira ao longo do mar se acha muito sal feito.

Esta região com muito sal marinho é o atual município de Macau no Rio Grande do Norte.

CAPÍTULO IX
Em que se declara a costa do cabo de São Roque até o porto dos Búzios.

Do cabo de São Roque até a ponta de Goaripari são seis léguas, a qual está em quatro graus e 1/4, onde a costa é limpa e a terra escalvada, de pouco arvoredo e sem gentio. De Goaripari

à enseada da Itapitanga são sete léguas, a qual está em quatro graus e 1/4; da ponta desta enseada à ponta de Goaripari são tudo arrecifes, e entre eles e a terra entram naus francesas e surgem nesta enseada à vontade, sobre a qual está um grande médão de areia; a terra por aqui ao longo do mar está despovoada do gentio por ser estéril e fraca. Da Itapitanga ao rio Pequeno, a que os índios chamam Baquipe, são oito léguas, a qual está entre cinco graus e um seismo. Neste rio entram chalupas francesas a resgatar com o gentio e carregar do pau de tinta, as quais são das naus que se recollhem na enseada de Itapitanga. Andando os filhos de João de Barros correndo esta costa, depois que se perderam, lhes mataram neste lugar os potiguares, com favor dos franceses, induzido,, deles muitos homens. Deste rio Pequeno ao outro rio Grande são três léguas, o qual está em altura de cinco graus e 1/4; nesse rio Grande podem entrar muitos navios de todo o porte, porque tem a barra funda de dezoito até seis braças, entra-se nele como pelo arrecife de Pernambuco, por ser da mesma feição. Tem este rio um baixo à entrada da banda do norte, onde corre água muito à vazante, e tem dentro algumas ilhas de mangues, pelo qual vão barcos por ele acima quinze ou vinte léguas e vem de muito longe. Esta terra do rio Grande é muito sofrível para esse rio haver de se povoar, em o qual se metem muitas ribeiras em que se podem fazer engenhos de açúcar pelo sertão. Neste rio há muito pau de tinta, onde os franceses o vão carregar muitas vezes. Do rio Grande ao porto dos Búzios são dez léguas, e está em altura de cinco graus e 2/3; entre este porto e o rio estão uns lençóis de areia como os de Itapuã, junto da baía de Todos os Santos. Neste rio Grande achou Diogo Pais de Pernambuco, língua do gentio, um castelhano entre os potiguares, com os beiços furados como eles, entre os quais andava havia muito tempo, o qual se embarcou em uma nau para a França porque servia de língua dos franceses entre os gentios nos seus resgates. Neste porto dos Búzios entram caravelões da costa num riacho que neste lugar se vem meter no mar.

Observação e conclusão:
Deste rio Pequeno ao outro rio Grande são três léguas, o qual está em altura de cinco graus e 1/4; nesse rio Grande podem entrar muitos navios de todo o porte, porque tem a barra funda de dezoito até seis braças, entra-se nele como pelo arrecife de Pernambuco, por ser da mesma feição.

Deste rio Pequeno ao outro rio Grande são três léguas. O outro rio Grande é o rio Potengi agora na costa leste do estado do Rio Grande do Norte Brasil.

No rio Potengi chamado também de Rio Grande por Sousa viviam os índios Potiguares.

Por fim podemos esclarecer que nesta descrição não existia pau brasil ou pau de tinta na costa norte o que é observação verdadeira.
*Eugênio Fonseca Pimentel é geólogo e pesquisador.

AÇÃO PARLAMENTAR:

George Soares comemora sanção do Governo ao Projeto do Baixo Açu 
O deputado estadual George Soares (PR) comemorou nesta terça, 18, a sanção do governador Robinson Faria (PSD) ao Projeto Público de Irrigação Osvaldo Amorim (conhecido como Baixo Açu), finalizando assim uma espera de mais de 20 anos dos irrigantes que aguardavam os títulos de posse de suas terras para poder torna-las produtivas.

"Iniciamos essa discussão que estava adormecida na Assembleia Legislativa do RN. Realizamos audiência pública, participamos das discussões nas comissões da Casa, do encontro entre Irrigantes e Governo. Essa sanção, hoje, é uma grande vitória para o Vale do Açu. Mais de 6 mil empregos poderão ser gerados na nossa região, graças a Lei nº 9.973, assinada pelo governador e pelo secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca (SAPE), Haroldo Abuana." Expressou o deputado George.
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Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares

CULTURA:

 
O ensaio fotográfico “Bravos” produzido pelo fotógrafo Jean Lopes e o jornalista Esdras Marchezan, e publicado pelo coletivo “Repórter de Rua” - uma iniciativa de jornalismo independente nascida em Mossoró, retratando o trabalho extrativista da cera de carnaúba no Vale do Açu, foi vencedor regional representando o Nordeste da categoria Fotojornalismo na finalista no Prêmio Ministério Público do Trabalho de Jornalismo. A premiação ocorreu na última sexta-feira, 14 de agosto, em cerimônia em Brasília (DF).

Já neste segunda-feira, 17, o mesmo trabalho foi anunciado como finalista nas categorias Multimídia e Fotografia, do 14º Prêmio Massey Fergusson de Jornalismo. O júri avaliou 432 trabalhos, do Brasil e de vários países da América do Sul, destacando a originalidade, qualidade do conteúdo e abrangência dos temas no setor.

A classificação final será conhecida, no dia 2 de setembro, em uma cerimônia oferecida aos convidados na sede da fábrica da Massey Ferguson, em Canoas (RS), em paralelo à programação da Expointer - considerada a maior feira de agronegócio da América Latina.

Para conhecer o trabalho completo acesse AQUI
Transcrito, na íntegra, do blog de Alderi Dantas.

AÇÃO PARLAMENTAR:

George Soares pede celeridade nas emendas destinadas a Saúde do Vale do Açu
Nesta segunda, 17, o deputado estadual George Soares (PR) se reuniu com o secretário de saúde do Estado, Dr. José Ricardo Lagreca, para levar reivindicações de seu mandato e pediu celeridade no pagamento das emendas de sua autoria voltadas a Saúde da região do Vale do Açu.

O Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos, administrado pelo Estado em Assú, recebeu uma emenda de 500 mil reais do mandato do deputado George, onde duas parcelas dessa verba já foram pagas e serviram para climatizar várias salas/leitos da Instituição e para compra de uma ambulância semi-UTI, 0 km. Agora, a emenda restante de 327 mil reais já está empenhada e será destinada para a compra de equipamentos do Centro cirúrgico.

O deputado George, preocupado com a situação da Saúde da região, ainda pediu o pagamento das emendas de sua autoria para a compra de ambulâncias nas cidades de Itajá, São Rafael, Carnaubais e Porto do Mangue.
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Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

EVENTO:

O Circuito Popular: Arte e Cultura apresenta mais um ciclo de debates e desta vez a pauta são as leis de incentivo e isenção fiscal.
A informação é prestada pela assessoria de imprensa da Fundação José Augusto (FJA), na capital do estado.
O Seminário Marcos Legais da Cultura será realizado de 24 a 26 de agosto, na Pinacoteca do Estado, em Natal, com início sempre às 18h30.
Os interessados podem se inscrever gratuitamente, preenchendo o formulário – acesse AQUI.
A ideia é construir coletivamente propostas de adequação e modernização desses instrumentos legais que se relacionam com a Cultura e contribuem para o fomento do setor no RN. Confira as mesas: segunda-feira (24), Financiamento da Cultura; terça-feira (25), Sistema Estadual de Cultura, com participação de Guilherme Varela, do Ministério da Cultura; e, quarta-feira (26), Conselho de Políticas Públicas.
Postado por Pauta Aberta.

ATIVIDADE PARLAMENTAR:

Deputado George Soares quer São João do Sabugi como “Capital Potiguar do Frevo”

O Rio Grande do Norte pode ter a sua “capital do frevo”. Tramita na Assembleia Legislativa uma proposta do deputado George Soares (PR) que quer conceder o título honorífico a São João do Sabugi, no Seridó potiguar. Segundo o parlamentar, a cidade tem “laços de sangue” com o ritmo pernambucano.
De acordo com George Soares, São João do Sabugi possui desde o início do século passado uma forte tradição no que diz respeito à produção de frevo, principalmente através da família pernambucana “Capiba”, que tinha ligação com o fundador e primeiro regente da banda de música da cidade, Honório Maciel da Fonseca.
O músico era tio de Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba, compositor de diversos sucessos do ritmo, como é de amargar.
Além da ligação familiar da cidade com o frevo, a cidade também implantou o Projeto Cultural Caminhão do Frevo, que vem desempenhando papel na valorização do ritmo.
- “O Frevo é patrimônio cultural da humanidade, título concedido pela Unesco, e durante o período de carnaval contribui para a elevação da autoestima da população de São João do Sabugi, agregando uma infinidade de adeptos oriundos dos municípios norte-rio-grandenses e de outros estados”, justificou o deputado.

PÁGINA ASSUENSE:

JOÃO SOARES DE MACÊDO
 
João Soares de Macêdo Sobrinho - que depois passou a assinar-se apenas João Soares de Macêdo – (1859-1954).

Foi pecuarista, jornalista, professor, coletor de rendas provinciais na Vila potiguar de Serra Negra, advogado provisionado, promotor público na então comarca do Seridó, homeopata e funcionário da Inspetoria Federal de Obras contra as Secas – IFOCS.

Sob o pseudônimo de João da Cruz publicou em versos todo o histórico dos violentos e trágicos acontecimentos políticos ocorridos em Assu, no ano de 1935. Esse trabalho foi intitulado de "Facit Indignatio Versum" (A indignação faz brotar o verso). 

Realizou duas conferências religiosas em Assu: a primeira em 15 de agosto de 1938 (abordando os Sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia); a segunda, no dia seguinte, (enfocando a Confissão, a Extrema Unção, a Ordem e o Matrimônio). Em setembro do mesmo ano, viajou até Serra Negra do Norte e, respectivamente, nos dias 06 e 08, também apresentou duas conferências: a primeira sobre os Sete Sacramentos e a última acerca do Primado de São Pedro.

Casou três vezes e deixou numerosa descendência.
Fonte: Gregório Celso Macedo

EVENTO:

domingo, 16 de agosto de 2015

POEMA DEVASSO:

AMOR NA TARDE
Eu sinto uma atração especial,
vaginal, por homens maduros.
Mais fantasiosos que concretos,
mais maleáveis do que duros,
eles me preenchem de palavras doces
me fazem de menina sobre a cama,
me querem com fardinhas do colégio,
me cercam de carinho e muitas tramas.
Não têm a pressa dos adolescentes,
nem a arrogância do adulto macho.
Seus exercícios de língua são caminhos
onde me perco, me procuro e me acho. 

Autora: Nathália de Sousa - Poetisa Norte-rio-grandense 
Livro: Poemas Devassos e uma Canção de Amor. Sebo Vermelho -  
Pintura ilustrativa: betebrito.com - Nu na Relva.

POESIA & HISTÓRIA:

CANÇÃO DA TERRA DOS CARNAUBAIS
A MINHA gente provém
de indígenas e portugueses, (1)
e traz, no sangue, também,
o sangue dos Holandeses. (2)
Se os seus filhos, quando nascem,
talento não denunciam,
Morre na infância  primeira,
porque asnos lá não criam. (3)

1. A colonização portuguesa já encontrou no Rio Grande do Norte povoado de tribos paiacus, paiins, mororós, pegas, caborés, patatis, janduís, etc. 
Os paiacus povoavam do baixo Jaguaribe, no Ceará, à serra do Apodi, e a várzea do Assu, onde também habitavam os Janduís, "Num assalto furioso que os indígenas tentaram contra o arraial do Assu, escreve Câmara Cascudo (história do Rio Grande do Norte, Rio, 1955), os paiacus defenderam valorosamente os brancos, salvando-lhes a vida e fazendas, e guiando a repressão".
No Assu, o africano seguiu o exemplo dos seus infelizes irmãos, que desembarcaram no Recife, Bahia, Rio de Janeiro, etc. Misturou-se ao indígena e ao branco, dando-lhes os braços para o trabalho e música e dança para os prazeres de amos e ioiôs. 
No lugar Vaca Morta (atual Bela Vista-Piató), ao norte da cidade, existe um núcleo de pretos, que parecem não ter recebido nenhuma gota de sangue branco ou indígena. 

2. Nestes versos, o autor se refere às origens da família Wanderley, descendentes do holandês Gaspar Wanderley (*), chegado ao Brasil com as invasões flamengas. É o mesmo que, em 1668, estando em Lisboa, requereu a Maurício de Nassau certidão de nobreza.
O primeiro Wanderley (grafia brasileira que nem mesmo as reformas ortográficas conseguiram modificar) chegado ao Rio Grande do Norte, foi Gonçalo Lins Wanderley, que era pernambucano e casou no Assu, com Francisca Xavier de Macedo. Gonçalo foi pai de João Carlos Wanderley e Manuel Lins Wanderley. 
João Carlos, nascido a 25 de julho de 1811, na antiga Vila Nova da Princesa (cidade do Assu) em 1845, foi o fundador da imprensa na sua terra e, transferindo residência para a capital da Província, fundou e dirigiu jornais e foi político. De 1879 a 1889, dirigiu o Correio de Natal, em cujas oficinas Pedro Velho mandou imprimir A República, a 1º de julho de 1889, órgão do recém fundado Partido Republicano. Foi também secretário do governo provincial, Inspetor do Tesouro, diretor da Instrução Pública, Deputado Provincial, Deputado Geral, esteve no governo da província (o mesmo que governador do Estado), de 25 de novembro de 1848 a 24 de fevereiro de 1849 e de 25 de março a 6 de maio de 1850. (v. Câmara Cascudo, in Governo do Rio Grande do Norte, Natal, 1939). Faleceu em Natal, a 2 de março de 1899, inteiramente desiludido da política e dos políticos.
Manuel Lins Wanderley, seu irmão, outro varão ilustre da família, foi o pai do Dr. Luiz Carlos Lins Wanderley, médico, dramaturgo, poeta e romancista, e de Belisária Wanderley de Carvalho e Silva, Baronesa de Serra Branca.
Não foi literato, como os seus parentes, mas foi homem de prestígio na política e no comércio de sua terra. Dirigiu a construção das torres da Igreja de São João Batista, padroeiro do Assu, empenhando para isso o seu patrimônio particular. 
Recebeu na praça pública, por solene aclamação dos povos, "a patente de coronel".
Todos os Wanderley de Natal são descendentes dos de Assu, sendo que alguns nasceram na própria taba. 

(*) GILBERTO FREIRE, em CASA GRANDE & SENZALA (7ª edição. II vol. diz que "Gaspar Wanderley, fundador da família, casou-se  com uma moça da família Melo, em pernambuco, e teve de abraçar a religião da noiva, filha de rico senhor de engenho, procedimento que os seus patrícios nunca perdoaram".

3. Assim como se diz na Bahia, que baiano que nasce burro, morre cedo, a mesma coisa se afirma em relação aos assuenses. É um elogio à inteligência inata dos filhos da antiga Vila Nova da Princesa.
Desde os primeiros tempos que a nossa gente se destaca pela sua natural vocação para as letras, principalmente a poesia e o jornalismo. Até às três primeiras décadas do século atual (passado), os assuenses não dispunham de outro estabelecimento de ensino, além de cursos primários, inclusive o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, inaugurado em 1911.
Mesmo assim, tornam-se autodidatas e brilham pela inteligência e pelo espírito. Que estudos tiveram João Celso Filho, João Carlos Wanderley e Angelina Macedo, Palmério Filho, Francisco Amorim, Oliveira Júnior e Renato Caldas? Nunca viram, nem ouviram as aulas de um colégio secundário, nem tampouco tiveram professores de humanidades. No entanto, fizeram e fazem (atualmente todos já falecidos)  milagres nos setores intelectuais. 
Fonte: Canção da Terra dos Carnaubais - Rômulo Wanderley.
Fotografia: Jean Lopes.