sábado, 5 de janeiro de 2013

LABORATÓRIO DO ASSU

RECURSOS ESQUECIDOS?

Revirando arquivos encontrei cópia do Estudo Preliminar referente convênio CELEBRADO entre a Prefeitura do Assu e FUNASA, no ano de 2010, para construção de 01 LABORATÓRIO DE CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA E SEDE DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SANEAMENTO – ASSU - RN. 

O Laboratório de Controle da Qualidade da Água para Consumo Humano tem por objetivo possibilitar aos municípios participantes do consórcio o atendimento à Portaria 518/2004, que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
Consta no documento a seguinte informação: O presente estudo é fruto do apoio técnico prestado pela Coordenação de Arquitetura da FUNASA, conforme plano de trabalho do convênio celebrado com a Prefeitura Municipal de Assu – RN.

A edificação, cujo terreno para edificação foi destinado pela Prefeitura do Assu na comunidade rural de Santa Clara, engloba as seguintes áreas:
- Laboratórios (água e efluentes),
- Administração do Consórcio
- Treinamento e Capacitação
- Apoio Técnico e Logístico
A área a ser construída é de aprox. 1.240m2

PROGRAMAÇÃO FUNCIONAL

Laboratórios = 430,00m2
1. Laboratório de Água Código Ambiente
1.1. Sala da Bacteriologia 
1.2. Lavagem e Desinfecção da Bacteriologia
1.3. Esterilização e Secagem da Bacteriologia 
1.4. Sala de Equipamentos da Absorção Atômica
1.5. Sala de Manipulação da Absorção Atômica 
1.6. Sala de Análises da Hidrobiologia
1.7. Sala Escura
1.8. Sala de Análises da Físico-Química 
1.9. Sala de Lavagem da Físico-Química
2. Laboratório de Efluentes Código Ambiente
2.1. Sala da Bacteriologia 
2.2. Lavagem e Desinfecção da Bacteriologia
2.3. Sala de Esterilização e Secagem 
2.4. Sala da Físico-Química
2.5. Lavagem da Físico-Química

3. Apoio Técnico = 190,00m2 Código Ambiente
3.1. Sala de Técnicos 
3.2. Sala do Responsável Técnico
3.3. Recepção e preparo de amostras 
3.4. Sala de pesagem de amostras
3.5. Almoxarifado para reagentes 
3.6. Depósito de vidrarias
3.7. Depósito de material de limpeza para o laboratório de efluentes 
3.8. Depósito de resíduos

4. Administração do Consórcio = 430,00 Código Ambiente
4.1. Recepção / espera 
4.2. Sala de reuniões
4.3. Sala presidência do consórcio 
4.4. Sala da diretoria
4.5. Auditório de 80 lugares 
4.6. Sala de uso múltiplo
4.7. Salas de técnicos 
4.8. Apoio administrativo
4.9. Diretoria administrativo-financeira 
4.10. Almoxarifado / copa / wcs

5. Apoio Logístico = 190,00m2 Código Ambiente
5.1. Copa 
5.2. Refeitório
5.3. Sala para Vigia 
5.4. Guarita com sanitário
5.5. Sanitário / Vestiário (masculino e feminino) - Laboratórios 
5.6. Sanitários (masculino e feminino) - Administração 
5.7. Sanitário para PNE 
5.8. Depósito para gases
5.9. Almoxarifado

Este LABORATÓRIO DE CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA E SEDE DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DE SANEAMENTO é de suma importância não só para o Assu mas para todas as cidades do Vale e região Central do Estado. Ademais, abrigará a administração do Consórcio favorecendo o seu funcionamento de forma efetiva. Portanto, procurar saber em que pé se encontra este projeto e onde estão os recursos para sua edificação, conforme convênio celebrado em 2010, cabe a cada um de nós. ATENÇÃO PREFEITOS! 

ADIVINHAS - FOLCLORE

adivinhas
As adivinhas, também conhecidas como adivinhações ou “o que é, o que é” são perguntas em formato de charadas desafiadoras que fazem as pessoas pensar e se divertir. São criadas pelas pessoas e fazem parte da cultura popular e do folclore brasileiro. São muito comuns entre as crianças, mas também fazem sucesso entre os adultos.
Alguns exemplos de adivinhas:
1. O que é que é surdo e mudo, mas conta tudo?
Respostas: abaixo.
2. O que é o que é que sempre se quebra quando se fala?
3. Ele é magro pra chuchu, tem entes mas nunca come e mesmo sem ter dinheiro, dá comida a quem tem fome?
4. O que é que passa a vida na janela e mesmo dentro de casa, está fora dela?
5. O que é o que é feito para andar e não anda?
6. O que é o que é que dá muitas voltas e não sai do lugar? 
7. Qual é a piada do fotógrafo? 
8. O que é o que é que sobe quando a chuva desce? 
9. Você sabe em que dia a plantinha não pode entrar no hospital? 
10. Qual a única pedra que fica em cima da água?

11. O que é um monte de pontinhos coloridos no meio do mato?
12. O que é um pontinho verde brilhando na cama de um hospital? 
13. O que a esfera disse para o cubo?
14. O que é o que é que esta sempre no meio da rua e de pernas para o ar?
15. O que é o que é que anda com os pés na cabeça?
16. É um pássaro brasileiro e seu nome de trás para frente é igual.


* Brasil Cultura - Publicado em  by Redação, nas categorias Almanaque Brasil CulturaAntropologiaBibliotecasCulturaDestaques,Folclore e com as tags ,,.

Respostas: 1. O livro; 2. O Segredo; 3. O Garfo; 4. O botão; 5. A Rua; 6. O Relógio; 7. Ninguém sabe, pois ela ainda não foi revelada; 8. O Guarda-chuva; 9. Em dia de plantão; 10. A pedra de gelo; 11. formigas treinando para o carnaval; 12. Uma ervilha dando à luz; 13. Deixa de ser quadrado; 14. A letra U; 15. O Piolho; 16. Arara.   

ALUÍZIO LACERDA

Agradeço, sensibilizado, as palavras afetuosas do meu amigo carnaubaense e contemporâneo da UERN (curso de história) Aluízio Lacerda escritas de forma franca e respeitosa sobre minha pessoa e o blog Assu na Ponta da Língua. Mestre Aluízio, desejo que o ano de 2013 lhe proporcione muito sucesso na labuta diária. E afianço, pode contar com este amigo para percorrermos as estradas e veredas garranchentas do nosso Vale, na tentativa de abrir caminhos que possam assegurar melhores passos à população.
Um forte abraço!

Ivan Pinheiro. 


COMENTÁRIO

IVAN PINHEIRO – UM CONTADOR DE HISTÓRIAS
Estava em débito com esse exímio historiador varzeano, beradeiro de boa cepa, índole benfazeja desde que botou a cara no mundo, nasceu privilegiado de bons costumes, sempre afável, solicito e bom companheiro.

Conheci Ivan Pinheiro nos bancos universitários da UERN, no inicio da década de oitenta, fomos colega de turma, o mestre Ivan já era um nato contador de histórias, sua palavra era fluente e apreciada por todos da turma, o diploma recebido foi apenas questão de mérito, de honra, amor próprio, seria historiador de qualquer forma, independente do canudo.

Ivan Pinheiro sempre teve sapiência elevada, assim me revelaram alguns amigos da sua infância, ocupante de cargos comissionados em gestões passadas no Assu, com especialidade nos governos de Ronaldo Soares, como chefe de gabinete, tive deste colega atenção especial quando resolvi lançar meu primeiro Livro: "Histórias Daqui Mesmo" fato ocorrido durante os festejos juninos na Praça São João Batista em 1991, estava lá na primeira fila, o filho de Ivo de Maria Boca Larga me prestigiando e recebendo o nosso autógrafo pela edição adquirida. 

Quando editei um jornal que marcou época na região ( A FOLHA), Ivan Pinheiro nos enaltecia com a supremacia linguística de suas bem redigidas crônicas. 

Li a pouco seu blog na PONTA DA LÍNGUA, quanta riqueza de causos são expostos ao conhecimento dos seus assíduos leitores, muito obrigado pela oportunidade da boa leitura.

Revelo que devo e gosto de pagar minhas contas, as vezes com um pouco de atraso, mas não deixo meu nome ir pra o SPC do esquecimento, reconhecer seu trabalho, sua obra e seu valor não é favor nenhum que estamos lhe prestando, simplesmente um justo reconhecimento.


Postado por Aluizio Lacerda 

EXEMPLO JOVEM

Juiz Federal aos 25 anos



“Não há momento ideal para começar a se inscrever em concursos públicos.” A frase, lapidar, é de Pedro Felipe de Oliveira Santos, aprovado recentemente em primeiro lugar no concurso para juiz federal da 1ª Região. Aos 25 anos, ele é o mais jovem juiz federal do país. A dica é para que os concurseiros não esperem o “momento ideal” para começar a fazer provas. Ele recomenda que comecem logo. As informações são do jornal Folha Dirigida.
Ele também tem uma longa lista de aprovações em concursos: técnico do Ministério Público da União, do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal Regional da 1ª Região, procurador do estado de Alagoas, defensor público do Piauí e defensor público da União. Tudo isso ao longo dos últimos sete anos.
Pedro Felipe começou sua vida de frequentador de provas cedo, ainda no primeiro semestre da faculdade. Estudou Direito na Universidade de Brasília (UnB)
entre 2004 e 2009. “No Distrito Federal é raro não se contaminar pela atmosfera do serviço público”, 
explica.
A principal dica do agora juiz federal é que não se estabeleçam metas protelatórias. “Por óbvio, cada
pessoa encontrará o seu método ideal. Entretanto, se questionado o motivo pelo qual logrei
tantas aprovações em um curto espaço de tempo, eu não titubearia: desde cedo, comecei a fazer
muitas provas. Inscrever-se em concursos públicos e resolver, desde logo, as questões, é um
excelente termômetro para detectar, concretamente, quais os pontos a melhorar e as disciplinas
que demandam mais tempo de estudo.”
Tantas emoções
Pedro Felipe de Oliveira Santos sabe que é impossível se sentir completamente preparado para
um concurso público, principalmente se forem analisadas as concorrências para cada prova. 
No caso dele, o concurso oferecia 29 vagas e teve 8,3 mil inscritos, atraídos pelo salário de quase 
R$ 22 mil.
“Estuda-se Constitucional, esquecem-se alguns detalhes de Administrativo; volta-se para
Administrativo, esquecem-se outros temas essenciais de Direito Penal, e assim por diante.”
O remédio é simples, para ele. “A meta do concurseiro não é gabaritar a prova, mas simplesmente
 alcançar um conhecimento geral das disciplinas e obter uma boa soma de pontos, que garanta a
 aprovação. Não devemos ter medo de ‘dar a cara a tapa’. É preciso perder o receio da reprovação,
de ser zoado pelos colegas, de decepcionar os familiares ou a si”.
Ele assume o cargo sabendo da responsabilidade que lhe será confiada, já que a magistratura é
sonho desde as épocas de calouro da UnB. “Assumir uma função pública, de menor ou maior
graduação, é colocar-se no papel de servidor da sociedade. Lidar com a ‘coisa pública’ consiste em
responsabilidade não apenas legal, mas também moral.”
Postado por RQ Blog

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

CONTO


A CACIMBA
- Acorda Maria, já são quase cinco horas. Isso são horas de você ainda está dormindo? Passarinho que não deve a ninguém já tá acordado, faz é tempo... Ô! – Falou Julieta, mãe de Maria, estalando os dedos.
Maria se estira na rede com preguiça. Cobre-se pela última vez com o lençol, tentando se agasalhar do frio por mais alguns minutos. Por fim levanta-se fazendo automaticamente o sinal da cruz. Vai até o pote. Enche de água uma lata de óleo (recipiente de óleo comestível), dirige-se para o quintal cercado por varas e começa a sua higiene matinal.
O sol já se levantava disposto, quando Maria começou a caminhar com destino a cacimba a fim de apanhar água de beber. A fonte ficava a um quilômetro de sua casa. Tinha que encher os potes diariamente. Geralmente eram necessárias quatro latas d’água.
Da sua rotina sem perspectivas de melhoras ela não tinha muito do que reclamar. Maria morava à margem da lagoa do Piató, na qual tomava banho sem roupas todos os dias... Ajudava a mãe a cozinhar e vez por outra o pai a pescar de canoa. Estava aprendendo a costurar. As primeiras roupas foram feitas para as bonecas de sua irmã mais nova, de apenas 10 anos. Não conhecia vida melhor... Nem pior.
A casa mais próxima da sua ficava a uns quatro quilômetros. Pouco ia à cidade, só no último sábado de cada mês, comparecia à feira do Assú, acompanhada dos pais, para comprar os mantimentos: farinha, sal, açúcar, rapadura e o salgado (carne seca ou jabá), querosene, fumo de rolo e café.
Na terceira viagem para a cacimba, quando terminou de encher a lata, estava exausta. No interior da cacimba, tentou levantar a lata cheia d’água para colocá-la sobre a rodilha na cabeça. A mesma caiu e se desfez. Ela arriou novamente a lata e ao apanhar o tecido ouviu uma voz.
- Quer ajuda? – Falou com voz firme um jovem de aproximadamente 20 anos.
Maria sobressaltou-se. Nunca tinha visto aquele sujeito pelas redondezas. O medo tomou conta de si. Ela estava no interior da cacimba e ele na saída. Ela pensou: “Quem será?!... Pode ser quem for mais é muito bonito...”
Recuperada do susto falou meio desconfiada:
- Não obrigada!... Eu me dou conta sozinha.
O rapaz fingindo que não tinha escutado desceu a rampa da cacimba e parou bem próximo da moça.
- Não tenha medo. Meu nome é Ubiraci, moro em Assú. Sou primo de Chico de Rosa que reside aqui perto. Conhece?- Diante do silêncio, Ubiraci puxou conversa: - qual é o seu nome?
- Maria Beatriz – Deu um tempo e continuou. - Mas pode me chamar de Maria. Você é primo de Seu Chico?... Eu conheço! – Falou Maria encabulada.
Pela primeira vez os olhares se cruzaram. Ubiraci tomou a iniciativa.
- Vim passar o final de semana por aqui. Acordei cedo e saí pra ver se mato alguma rolinha de baladeira.
Maria evitando intimidade enrolou o pano em forma de rodilha e colocou sobre a cabeça. Quando foi pegando na lata, Ubiraci se antecipou.
- Deixe que eu te ajude. É muito peso para... Uma garota bonita como você carregar na cabeça.
- Já tô acustumada! – Disse Maria levantando a lata, sendo ajudada pelo rapaz.
Seus corpos se chocaram, devido à falta de experiência de Ubiraci ao colocar a lata sobre a cabeça de Maria. Uma quantidade de água derramou sobre ela, molhando a parte superior esquerda do seu vestido amarelo.
Ubiraci pediu desculpas pela falta de jeito, momento em que pôde observar na transparência do vestido molhado o seio empinado com o mamilo super saliente. Não resistiu. Seu pênis começou a se avolumar dentro da bermuda. Maria sentiu o “clima” e, sem perda de tempo, subiu a rampa da cacimba e seguiu o caminho em direção a sua casa, sendo acompanhada pelo olhar malicioso do seu “ajudante”.
Sem saber direito o que dizer, vendo Maria se afastar Ubiraci perguntou se ela voltaria. Ela parou. Deu meia volta. Olhou-o dos pés à cabeça. Desceu um pouco à vista e, com olhar curioso, notou a excitação do rapaz. Pensou um pouco e respondeu:
- Talvez não! Acho que esta é a última viagem de hoje. Agora só amanhã, bem cedo. Té mais ver. Brigada pela ajuda!
Pintura do assuense Wagner Oliveira 
Enquanto Maria caminhava com a lata na cabeça, seu quadril remexia de forma impressionante. Pernas grossas. Pareciam trabalhadas em aulas de ginástica. Cabelos castanhos reluzentes ao reflexo da luz solar. Pele morena clara. Devia ter, aproximadamente, um metro e sessenta e cinco de altura. Talvez não tivesse 18 anos. Enquanto ela foi se embrenhando na mata, Ubiraci foi tendo a certeza de que aquela mulata tinha que ser sua. Não podia voltar para a cidade sem desfrutar de momentos eróticos com aquele “avião”. Amanhã, certamente, iria madrugar.
- Mariiiaa!! – Gritou dona Julieta, de cima de uma barreira à beira da lagoa – deixa pra lavar essa roupa mais tarde. Vem dar de mamar ao danado desse teu menino, antes que ele me tire o juízo.
No dia seguinte, de fato, ocorreu o reencontro. Foi inesquecível... Maravilhoso. Maria só lamentava ter sido o último.

Fonte: Dez Contos & Cem Causos – Ivan Pinheiro

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

CAUSOS

Advogado bom
E

STAVAMOS no Bar do Genilson conversando em uma roda de amigos sobre assuntos variados. No momento, Roldão (então chefe do Ministério do Trabalho, em Assu) se gabava por ser um exímio aplicador de injeções em animais. Defendia que nunca tinha errado uma veia. Para comprovar sua proeza convocou o testemunho de Pretinho (Hudson Fonseca) que estava presente. 
- Pretinho, já vacinei vários animais seus. Já errei a veia de algum?
Pretinho sem balbuciar, respondeu:
- De jeito nenhum. E aplicou de noite... Escuro de meter dedo no olho. 

Fonte: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro

CENÁRIO HUMANO

JOÃO BRABO

Por: Ivan Pinheiro
         Visitando a comunidade de Banguê, no dia 03 de fevereiro de 2011, estivemos com Dona Zélia Nogueira – professora do lugar. Através dela tomamos conhecimento de que o maior contador das histórias da localidade, Seu João Brabo, não se encontrava na comunidade. Estaria com uma filha lá nos Beneditos – aglomerado do lado oposto onde estávamos. Tínhamos que retornar contornando grande parte da lagoa do Piató. Não perdemos tempo, após as entrevistas visitamos o casarão do velho capitão Zumba Marreiro, a capela e as ruínas da casa de Dom Alexandre (Padre Xanduzinho). Fotografamos tudo o que achamos interessante, inclusive, os tradicionais pavões que, faceiramente, “desfilavam” no pátio e pelos escombros dos casarões. Partimos em busca do “Brabo”.
Antônio, Chico Benedito, João Brabo e Ivan Pinheiro - Comunidade João Franco - 2011
         Ao chegarmos aos Beneditos, comunidade também conhecida como "João Franco", fomos orientados pelo “pajé dos Beneditos” Chico Benedito a deslocarmos até a casa de seu irmão Antônio onde João Brabo estaria.
         Fomos recepcionados por dois cachorros vira-latas, latindo insistentemente. Antônio, o dono da casa, deitado numa rede armada sob o alpendre, despertando de um cochilo, olhou com soslaio e ordenou: - Pode se achegar. Esses aí não mordem ninguém. Só se eu mandar!   
         Após os cumprimentos e identificações perguntamos por Seu João Brabo. Queríamos conversar um pouco sobre Banguê. Demoraram alguns minutos, ele estava no banheiro. De bengala em punho, com dificuldades, chegou ao alpendre e nos cumprimentou. Mostrou-se muito envaidecido com a nossa presença e, sobretudo, porque em outras épocas tinha estado comigo na Prefeitura por diversas vezes, para reivindicar “coisas” para a comunidade.
- Ivan depois que fiquei cego só lhe escuto no rádio dizendo aquelas lorotas. Tudo aquilo é verdade? (risos).
         João Luiz de Melo – João Brabo é filho de Luiz Francisco de Melo (Luiz Brabo) e Juvina Maximina de Melo. Nasceu na margem da Lagoa do Piató. Há setenta e tantos anos reside em Banguê. No entanto, depois que ficou viúvo e cego perdeu o amor pelo lugar.
Já sentado ao lado da rede de Antônio, numa cadeira de balanço, de ferro com fitilhos plásticos, lembra-se de muitos companheiros de outrora lá de Banguê: Emídio (Garapa), João Vieira, Chico Velho, Manoel Nogueira, Chico Fernandes (Fifi), Nezinho Sariema, João Nogueira, o capitão Zumba Marreiro, Padre Xandu, e outros. – No momento a memória não ajuda... Também, já tô comendo noventa anos... Sou “Brabo”!  Complementa em tom de brincadeira.  
         Aproveitando o ensejo perguntei sobre a origem do seu nome. Se o “Brabo” era porque ele era bravo mesmo... Cabra da peste. Seu João desatou uma gargalhada gostosa. Quando parou dirigiu seu olhar infinitamente em trevas para o genro que estava sentado na rede ao lado e contou que nos anos sessenta foi com uma turma assistir a missão de Frei Damião em Ipanguaçu. Antes da novena “conheceram alguns amigos”, uns dezoito. Ele foi convidado para conhecer melhor a cidade. Saíram e logo que chegaram a um local um pouco afastado da Igreja, um deles gritou:
­-Vamos ver se você é brabo mesmo, cabra bom de peia... A briga começou. Quando eu pensava em dar um bofete levava cinco, seis... Se não fossem as pernas e a cabeça, eu tinha morrido... (Pausa. Levanta a cabeça para forçar a memória) – Sempre fui bom nessas duas coisas. Numa das rasteiras encontrei um tijolo e sapequei nos peito de um deles. O cabra caiu ciscando feito bode. Quando os outros viram o amigo estrebuchando, correram. Eu também corri. Todo cheio de sangue fiquei no caminho em cima de uma árvore esperando o carro. Quando os romeiros me encontraram ficaram apavorados com tanto sangue. Vim para o Assu. Não sei o resultado do rapaz.
         O genro, se ajeitando na rede, ao lado, resmunga em tom desafiador:
- Ora num sabe! Lascou os peito em banda....!
         Indaguei onde ele tinha aprendido a jogar capoeira e dar cabeçadas. Prontamente me respondeu: - Em Mossoró. Mas usei pouquinho. Só quando foi preciso me defender de algum “bicho”.  
         Sobre sua família João Brabo foi taxativo: - Meu pai se encantava ou voava. Ele estava aqui, quando a gente baixava a vista e levantava ele já estava a mais de cem metros de distância. Era muito estranho! Quase num falava... (pausa) – Minha bisavó foi pegada a casco de cavalo e a dente de cachorro. (explicando a origem indígena da família). 
         João Brabo nunca sentou num banco de escola. Aprendeu a ler e escrever, um pouquinho, aos “troncos e barrancos”. Finalidade maior, votar. 
        Banguê sem a presença de João Brabo perde a sua originalidade. Ele está agregado à comunidade como a lagoa; o sobrado do Capitão Zumba Marreiro; a Igreja de Xandu; a escolinha, construída com uma sala de aula e dependências para moradia do professor (gestão do prefeito Edgard Montenegro); os pavões... Talvez seja a comunidade mais charmosa do anel da Lagoa do Piató. Pena que o tempo está devorando seu patrimônio arquitetônico, histórico, paisagístico e, como é natural, seu rico cenário humano.   
         As instituições defensoras dos remanescentes indígenas e quilombolas, entre elas UFRN, FUNASA e FUNAI vêm batalhando, há anos, para que os moradores de Banguê reconheçam suas origens como remanescentes indígenas da tribo Janduís. No entanto, há resistências devido aos preconceitos. Infelizmente.

MATRIARCA

FALECEU AOS 94 ANOS DONA MARIA EDITE
Maria Edite Germano Martins - filha do Coronel Antônio Germano da Silveira e Antônia Fernandes da Silveira - D. Tonheira. Nasceu no dia 29 de novembro de 1918, em Luiz Gomes/RN onde foi alfabetizada na ‘Escolas Reunidas Coronel Fernandes’ na segunda metade da década de 20. Nos anos 30 foi matriculada interna do Colégio Nossa Senhora das Vitórias em Assu, aonde veio a concluir o Curso Normal no ano de 1940. Naquele educandário fortaleceu a sua formação cristã, através dos ensinamentos das "Filhas do Amor Divino" e gozou da convivência das primeiras, amigas internas e externas, das quais guarda boas e felizes recordações.
    Aos 22 anos, em 26 de julho de 1941, casou-se com Sandoval Martins de Paiva, passando a residir em Assu, onde lá nasceram todos os seus seis filhos.
    O seu comportamento eminentemente doméstico cumulou de lealdade e caráter a formação dos seus filhos na convivência com a comunidade assuense participando ativamente da vida social e religiosa da cidade.
     A prole de Sandoval Martins (falecido em 1998) e Maria Edite: Sanedite (faleceu antes de 01 ano de idade), José Edival, Maria Valdite, José Marival, José Sande e José Valmar, todos nascidos em Assu.
    Dona Maria Edite sempre foi uma referência familiar dos: Germano, Martins, Paiva, Vieira e Fernandes. Sem sombra de dúvidas, acrescento que também foi uma referência para o povo da Terra dos Poetas. Um exemplo de honestidade, honradez, solidariedade... E, acima de tudo, de fé cristã. Uma mulher de caráter ilibado.
     Maria Edite Germano Martins faleceu no dia 31 de dezembro de 2012, em Natal. Que dona Maria Edite possa ser feliz ao lado de Deus Pai assim como foi aqui na terra ao lado dos seus familiares e amigos. A todos, apresento votos de pesar, de modo distinto, ao meu amigo Sande Germano Martins.
Fonte dos dados biográficos: Fragmentos de crônica de Cidinha Pascoal.

domingo, 30 de dezembro de 2012

REGIStrando

Entrevista de George Soares ao Registrando‏


O ultimo programa Registrando de 2012, contou com a presença do deputado estadual George Soares, que na oportunidade fez uma retrospectiva do seu trabalho destacando requerimentos, projetos e emendas destinadas a Assu e ao Vale do Assu.

Através de requerimentos, o parlamentar fez várias solicitações que beneficiaram tanto a zona rural como a área urbana. Perfuração de  poços; Restabelecimento dos horários da Central do Cidadão; Recapeamento de estradas e rodovias; Instalação de redutores de velocidades e diversas ações contra a seca.  

Quanto aos projetos que tramitam na Assembleia, está o que institui a Festa de São João Batista como patrimônio histórico e imaterial do Estado do Rio Grande do Norte e diversas instituições que foram reconhecidas como de utilidade pública. 

Dando continuidade a  entrevista o republicano falou sobre as emendas parlamentares. Juntas foram mais de 2 milhões de reais em recursos que beneficiaram toda a população e que tornou o deputado George Soares o campeão em emendas destinadas a Assu e ao vale.

Ao final da entrevista o parlamentar agradeceu o apoio recebido pelos amigos e de toda a população, que participou através de mensagens e por telefone. Também revelou a alegria de está sendo pai pela primeira vez.

Assessoria George Soares