ATIRAR CACOS OU PEDRAS NA ÁGUA
As crianças recolhem
diversos cacos de telhas ou pedras achatadas e a arremessam sobre a superfície
da água que pode ser um rio, uma lagoa, um açude ou até mesmo o mar. A criança,
ao jogar sua pedra, baixa o corpo, com uma perna à frente e a outra atrás para
ter apoio, possibilitando que a pedra deslize rente à superfície da água. Uma
de cada vez arremessa seu caco ou sua pedra que desliza ricocheteando (pulando)
até perder sua força e parar. Vence a criança cuja pedra atirada ricochetear na
água o maior número de vezes.
Quando criança, brincávamos muito na praia de atirar
cacos em cima d’água. A garotada apostava para ver quem batia mais na água com
uma só jogada. Por isso escolhíamos de preferência pedrinhas chatas ou cacos,
que deslizavam mais facilmente. O que não sabíamos, naquela época, é que a
brincadeira era conhecida em todo mundo e fora praticada, muitos anos antes de
Cristo, por crianças romanas e gregas. [...] No Ceará o menino acredita “que o jogador terá tantos filhos quantas
vezes o projétil que atirou a flor de’água.” (MELO, 1985. p. 139).
O jogo das pedrinhas é
relatado por Cavalcante (2009) que vivenciou sua infância na década de 20, na
localidade de Santo Antônio, município de Severiano Melo. O mesmo nos informa
que as crianças procuravam umas pedrinhas achatadas e quadradas na beira do
açude, chamadas “figo de galinha”.
Essas pedras eram boas pelo seu formato e peso, o que possibilitava ricochetear
na água várias vezes antes de parar. Antes de jogar a pedra na água,
perguntava-se: “quando se casar, quem é
que vai ter mais filhos?”. Ao término da brincadeira, contava-se a
quantidade de vezes que a pedra ricocheteou de forma acumulativa, isto é,
considerando-se a soma total dos toques à água de todas as jogadas.
Em Pernambuco, essa
brincadeira é relatada por Mello (1985) como tainha.
Fonte: Brinquedos e brincadeiras
populares – Editora IFRN.
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