CHEIAS DE 1964
Para
alimentar o nosso arquivo de informações sobre as grandes cheias ocorridas em
nossa região, relatamos alguns fatos ocorridos no ano de
1964.
Enquanto
o Brasil assistia a tomada do golpe militar em abril de 1964, o Vale do Assu era castigado pela maior enchente de sua história.
O Rio Grande do Norte ainda engatinhava no ramo das
telecomunicações, energia e estradas. Com as chuvas torrenciais e quase
ininterruptas durante 15 dias, despejadas sobre o Vale do Assu à época, cidades
ficaram ilhadas não só pelas águas. As estradas carroçáveis ficaram
intransitáveis. A aproximação de barcos era impossível devido aos rios
caudalosos. A comunicação foi possível dias depois por uma estação de rádio
amador. A alimentação para mais de 1.500 famílias desabrigadas chegava com
extrema dificuldade por canoas e era rateada em regime de guerra.
Jornais
da época noticiaram a entrega de 26 toneladas de alimentos para a região
afetada.
Na
edição de 15 de abril de 1964, o Diário de Natal estampava dados alarmantes da
enchente: “Na cidade de Ipanguaçu ruíram nada menos que 39 casas. O leito do
Rio Assu faltou apenas vinte centímetros para atingir o nível da cheia de 1924,
que foi a maior até agora naquela região”.
O
Governador Aluízio Alves enviou uma equipe coordenada por Luiz Antonio Porpino,
para auxiliar as vítimas da enchente. O Presidente da República recém-empossado
o general Castelo Branco prestou grande ajuda aos flagelados das enchentes,
enviou até o seu helicóptero particular para sobrevoar as regiões mais
afetadas. As duas aeronaves disponibilizadas para a ajuda no Vale do Assu eram
da frota nacional e com pilotos americanos no comando.
O
grave problema social e humano causado pela enchente de 1964 deixava mais de 30
mil pessoas privadas de lavouras, rebanhos de ovinos, caprinos e bovinos.
Algumas mortes de velhos e crianças foram registradas não diretamente causadas
pelas enchentes, mas pelo choque decorrente do drama vivido por uma população
inteira, jogada à miséria e ao desabrigo.
Fonte: O Diário de Natal de 13 de abril de 2008.
Foto: Blog Fernando Caldas - Rua Aureliano Lôpo
Nenhum comentário:
Postar um comentário