O POETA DESPUDORADO
Segundo Francisco Amorim, as produções poéticas, estilo bocagiano de Moysés Sesyom eram naturais e espontâneas. Refletiam o seu espírito jocoso, alegre, travesso e trocista, em contrapartida ao seu viver de aperturas e necessidades. Servia-se, talvez, das "Musas" para esquecer as tormentas da vida.
Sesyom, ao primeiro encontro, não denunciava o glosista escarnecedor. Circunspecto no tratamento, maneiroso no falar, o seu estro despudorado só se expandia, se dilitava e se desenvolvia nos ambientes propícios aos desregramentos e às achincalhações.
URTIGA era uma pensão de mulheres da "vida alegre". Dentre elas, destacava-se uma, chamada Ana.
Bonitona, gorducha, ancas bem feitas, atraente e simpática, atraía pela jovialidade de que era possuidora. Sesyom, como farrista que era, frequentava a pensão.
Certa vez, lá indo, em companhia de outro seu colega de farras, Alexandre Pio Dantas, barbeiro e músico, entre umas e outras, glosas, fez:
MOTE
O PÉ DE RABO DE ANA
POR GOSTO SE PODE OLHAR
GLOSA
Meti-me na carraspana,
Alexandre acompanhou
E comigo analisou
O PÉ DE RABO DE ANA.
Alguém dirá que é chicana,
Porém, eu posso provar,
A puta é de arrebentar,
Da URTIGA eu tiro ela,
Pois o pé de rabo dela
POR GOSTO SE PODE OLHAR.
Foto ilustrativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário