UM PASSAGEIRO DO TEMPO
O
município do Assu amanheceu mais vibrante. Uma de suas paisagens humanas,
detentor de caráter, respeito e hombridade completa 89 anos. Refiro-me ao
cidadão JOSÉ ARAÚJO FILHO – o popular ZÉ
DE ANA – uma das reservas morais do Assu contemporâneo. Nascido no dia 03
de dezembro de 1924 na comunidade de Ivalhada da Areia (atualmente Base Física),
Ipanguaçu/RN. Filho do casal José Batista de Araújo e Dona Maria Fausta Ribeiro.
Ficou órfão muito cedo tendo que encarar a vida com muito trabalho e responsabilidade.
Sua irmã mais velha, de nome Ana Manaia, o adotou. A partir daí passou a ser
conhecido como “José de Ana” ou “Zé de Ana”.
Adolescente sem muitas opções de lazer,
nas horas vagas se dedicou ao futebol. Como atleta pôde se destacar na região atuando
ao lado de alguns companheiros, entre eles: João Tibúrcio, Galigale, Cara-suja,
entre outros.
Curioso
e apaixonado por velocidade aprendeu a dirigir ainda adolescente. Quando serviu
ao Exército Brasileiro no período em que se registrou a segunda grande guerra
mundial, como tinha a profissão de motorista, gozou de algumas regalias entre
estas, ficar cuidando dos 16 veículos no quartel na Base Aérea de Parnamirim
durante três anos e seis meses. Graças a este privilégio não foi convocado para
os campos de batalhas.
Conta
que no Exército foi bom, mas nada comparado a sua vida pacata e alegre no Assu
(terra que adotou ainda criança). A ansiedade foi tanta que no dia em que
concluiu sua permanência naquela base militar não esperou tempo melhor, nem
pior, pôs os pés na estrada (Natal/Assu) e 04 dias depois estava dando bunda
canasca, se banhando nas águas do Piranhas/Assu. Satisfeito como pinto em beira
de cerca.
Voltou a atuar na sua maior paixão, o
futebol, como atleta da seleção do Assu e do Macapá Esporte Clube. Pela sua
destacada atuação o desportista Arcelino Costa Leitão (que depois veio a ser
prefeito do Assu) o convidou para jogar no Fortaleza-FC. Não aceitou. Deixar o
Assu – seu grande amor, Jamais!
Mesmo
assim, Costa Leitão como forma de reconhecimento pelo talento esportivo, no ano
de 1950, lhe concedeu um empréstimo de 150 mil réis que lhe permitiu a compra
do seu primeiro carro zerado - veículo que veio a dar início a toda uma
trajetória de sucesso.
Zé de Ana casou-se com Maria Auxiliadora
de Araújo cujo matrimônio nasceram: Josineide, Josiene, Maria José, Ana Maria e
José Maria. Ainda adotou: Gilvaneide e Alexandra que lhe renderam 05 netos, 05
bisnetos, 04 tetranetos.
Cidadão religioso, benemérito,
solidário. Sempre apoiou os festejos de São João Batista. Nesta área ajudou não
só a Matriz como as demais capelas do município. O Instituto Padre Ibiapina
também foi uma instituição que ele nunca “negou fogo”, em qualquer
circunstância. Sua contribuição era garantida.
Em
Ipanguaçu - sua terra berço - Zé de Ana adotou o bairro Manoel Bonifácio, onde
há mais de duas décadas contribui com as festividades: dia das mães, das
crianças, natal e ano novo. Faz sempre questão de se fazer presente nestes
movimentos comunitários.
José Araújo Filho conta com muita
vitalidade e saúde. De motorista passou a comerciante, depois proprietário de
terras se destacando na região como um agropecuarista de sucesso.
Outra
grande paixão, que acredita superar as demais, é fazer amigos. Construiu
amizades sólidas por onde passou, em todos os ramos de suas atividades. No
entanto, lembra com saudades de alguns grandes amigos que já se foram como: José
de Deus Barbosa, Gorgônio Bezerra, Arnoud Abreu, Inácio Bezerra de Gouveia -
Seu Nilo, Antônio Felipe, entre outros. Atualmente seu maior amigo é Zé de Deus
Barbosa Filho (que o chama de pai) o mesmo quando prefeito de Ipanguaçu
construiu um Ginásio de Esportes e o denominou de: Ginásio Poliesportivo José
Araújo Filho – Zé de Ana.
Zé de Ana é, portanto, um cidadão
alegre, brincalhão, um varzeano feliz. Gente que faz. Personalidade norte-rio-grandense
merecedora de respeito e admiração.
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