terça-feira, 10 de setembro de 2013

SONETO

COLIBRI
 
À minha filha Ana Júlia, que perdi para o tempo! (Sena*)
 
Beijos da primavera nos jardins dos sonhos teus,
Na flor que aos poucos desabrocha e eu não vejo!
Razão do meu viver, linhas imaginárias que tracejo,
No tempo sigiloso para os sonhos meus.

Enfeitarei os anjos para não te perder, perante Zeus!
No refúgio da calma, na intransigência da alma, desejo
Que os colibris furtivamente de flor em flor em cortejo
Beijando, matem a saudade que sinto, pelo amor de Deus!

As asas fragmentadas dos meus pensamentos, eu as doarei!
Só o vento, o tempo e a solidão, terão escrito o que pensei!
Esqueça... Esqueça os sonhos que em consciência desfiz!

A loucura inconscientemente perdoará aquilo que não sei,
A espera, a agonia de ser só, a lentidão, não é porque cansei,
É porque... Já não posso mais ser condenado, a te fazer feliz!"


* JOÃO BATISTA DE SENA - "SENA DA COSERN" - como é mais conhecido,
faz parte do Cenário Humano do Assu - Poeta de 'mão cheia', como diz o sertanejo. 

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