MANÉ RAPOSA – A ESTRELA DO MUNICIPAL
Manoel
Balbino dos Santos - "Manê Raposa" (foto) – 65 anos, casado com Raimunda Maria de
Souza, pai de três filhos. Nasceu no sítio Timbaúba – Ipanguaçu. Veio para o
Assu com quatro anos morar com os avós. Estudou até o científico no Ginásio
Pedro Amorim, naquela cidade, concluindo em 1972.
EMPREGOS
O primeiro emprego foi como
padeiro de Jaime de Antônio Carneiro, depois com Tarcísio da sorveteria, em
seguida (1967) ingressou como vocalista na Banda do Sr. Cristóvão “Os Professores”. Aí vieram: Sambrasa (Caicó); Fórmula Cinco (Macau); The
Love (Lajes); Alta Tensão
(Sapé-PB); Perdidos & Achados
(Mossoró); Brasa Samba Show (Assu); Banda Saltérios (Assu); Sistema Cinco (Afonso Bezerra); Roda de Samba (Assu) e Banda Terço (Assu). Sempre como
vocalista.
Atualmente Manoel não
exercita mais essa atividade, se limitando a ficar em casa com a esposa, que é
aposentada, ele não, e a enviar “bilhetes” para amigos quando tem alguma
dificuldade. Manoel e família moram na casa n 1738 da Rua 24 de Junho – vizinha
a AABB.
ENTREVISTA
CONCEDIDA A GILVAN LOPES EM MARÇO DE 2008:
G:
Você desistiu de ser interprete. O que deu errado?
- Um arrependimento. Foi só
uma oportunidade que eu tive de gravar com Roberto Múller, ele quis me levar,
eu não fui. Isso contribuiu muito para não dar certo. Foi o meu primeiro erra
na carreira, em 1972, aqui em Assu.
G: Mesmo com esse arrependimento continuou
cantando?
-
Continuei.
Era minha vida, né? O conjunto era melhor do que o vestibular... Em conjunto
nunca me decepcionei.
G:
Mané Raposa. Como surgiu esse nome?
-
A
gente vinha de um jogo em Jucurutu num carro tipo Pau-de-arara fomos jogar lá
aí, de lá pra cá, eu me levantei e gritei: -
Lá vai uma raposa! – Todo mundo olhou ninguém viu. Daí pra cá, Chico
Lamparina e outros me batizaram de “Mané
Raposa”. Hoje se perguntarem quem é Manoel Balbino, ninguém sabe.
G:
E quanto a “Mané Fox”?
-
Foi
uma turma do municipal: Ronaldo Soares, Lourinaldo, Jaques – irmão de Chico
Lamparina, e outros... Abrahão que está no Canadá, Olegário, Seu Ademar do
Correio – que era professor de inglês... Eu não sabia não, mas depois me
disseram que ‘fox’ era raposa...
Raposa em inglês, mas num pegou não. Até hoje, graças a Deus, a raposa é mais
forte.
G:
Quando foi o auge de Mané Raposa?
- De 70 a 85 quando acabou a
Roda de Samba.
G:
O que você ganhou nessa época? O que tirou de positivo?
-
As
amizades que eu tenho, eu ganhei com a música. Gilvan, eu vou dizer uma coisa a
você: Tem um amigo meu em Macau, fui tocar uma vez lá, assim que tinha surgido
“Mar de Rosas”. Eu cantei “Mar de Rosas” 25 vezes numa festa só pra
esse senhor, ele era estivador... Eu cantava, ele fazia assim (faz gesto) com o
dedo. Eu cantava de novo. Até hoje é o maior amigo que tenho em Macau. Seu Gino.
G:
Como era cantar em inglês, sem saber inglês?
- Decorava a pronúncia e a
melodia. Pronto. Cantava por intuição. Eu dizia uma coisa, as pessoas entendiam
outra. Mas, eu acho que isso nunca existiu não.
G:
Está a quanto tempo fora de banda?
-
Desde
1985.
G:
Segundo Barrinho (Valderson Inácio de Oliveira), companheiro de Roda de Samba e farra, você já se
despediu da vida artística 16 vezes... Vai ter outra?
-
Todo
ano, né? Enquanto tiver voz...
G:
Que história é essa dos bilhetes?
-
É
assim: as vezes eu não quero falar no seu ouvido na frente de alguém, aí
escrevo um bilhete com aquilo que estou necessitando, você ler e me atende? Né
certo?
G:
Quem são as pessoas mais endereçadas, você pode dizer?
-
Há!...
A pessoa que recebeu mais bilhete foi Rivanildo do Cartório. Perdi a conta.
Depois dele, Quinha de João branco, Batistinha do Jogo do Bicho e outros...
Agora quero ver bandas, tá com amigos... Gosto muito de Djavan. É.
Fonte: Revista Rebuliço nº 17, Jan/Fev/Março de 2008.
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