Poetisa Ana Lima Pimentel |
Dona
Sinhá,
como era conhecida na intimidade Dona Ana
dos Santos Lima, perdeu seu marido a 12 de março de 1899, na então Vila de Areia Branca, para onde havia se
transportado à procura de recursos médicos para sua saúde combalida.
Galdino
Apolônio dos Santos Lima quando faleceu contava 54 anos de idade. Dona Sinhá,
neste mesmo ano vendeu tudo quanto possuía inclusive a casa de morada e o
estabelecimento comercial de seu marido, e transferiu a 6 de setembro, a sua
residência para Natal, levando nove filhos, entre os quais Ana Lima que era conhecida
entre os familiares por “Sinhazinha”.
Ana Lima ou Ana de Lima como costumava assinar, aprendeu a ler com sua mãe e não
dispunha de conhecimentos além do curso primário. Desde cedo se revelou uma
menina inteligente e aos 17 anos publicava estes versos:
Ontem
à tarde, ao desmaiar do dia
As
estrelas inquietas e medrosas,
Procuravam
nas plagas luminosas
Uma
outra estrela que fugido havia
Elas todas choravam silenciosas,
Cheias de medo e cheias de agonia
E o claro pranto das estrelas ia
Cair no seio das nevadas rosas.
Porém, mais tarde, quando a lua algente
Transpôs a curva triunfal do oriente
Noiva do sol, pela amplidão vagando...
Elas viram, do espaço interminável
A meiga estrela, pálida, adorável
Na doce luz do teu olhar brilhando.
Este soneto foi escrito em Assú, em 1899, ano
em que seu pai morreu e ela, em companhia de sua família, mudou-se para a
capital do Estado.
Ana Lima colaborou em diversos jornais e revistas do
Norte e Nordeste. Como A República
(1903), o Lyrio (Recife, 1903), Almanach Literário e histórico do Município
do Assú (1904), entre outros, utilizando muitas vezes o pseudônimo de “Sinhá”. Em 1901, aos dezenove anos,
publicou o livro de poemas “Verbenas”,
que recebeu elogioso prefácio de Pedro Avelino, jornalista patrício, diz que
nos versos de Ana Lima há duas notas
que ressaltam nítidas a afetividade e a espontaneidade.
Em 22 de dezembro de 1906, casou-se com o
professor Celestino Pimentel, com quem tem teve seis filhos. Aos trinta e seis
anos, grávida do sétimo filho, a poetisa sofre uma queda que provocou a morte
imediata de seu filho e, semanas mais tarde, a sua própria, em Natal, no dia 18
de janeiro de 1918.
"Guarde em teu seio o meu gentil desejo,
Faz do meu canto um madrigal formoso,
E em cada verso deposita um beijo".
Segundo informações de conterrâneos e parentes, Ana Lima teria deixado um segundo livro com o título de “Natalinas”, que lamentavelmente desapareceu antes de ser impresso, e muitos poemas esparsos.
"Guarde em teu seio o meu gentil desejo,
Faz do meu canto um madrigal formoso,
E em cada verso deposita um beijo".
Segundo informações de conterrâneos e parentes, Ana Lima teria deixado um segundo livro com o título de “Natalinas”, que lamentavelmente desapareceu antes de ser impresso, e muitos poemas esparsos.
Uma das Fontes:
Verbete organizado por Constância Lima Duarte e Diva Cunha
Nenhum comentário:
Postar um comentário