domingo, 18 de novembro de 2012

ASSUENSES

Poetisa Ana Lima Pimentel
ANA LIMA PIMENTEL nasceu em Assu (RN), em 16 de maio de 1882. Muito inteligente e sensível, foi autodidata, e costumava ler tudo o que encontrava, principalmente a literatura romântica.
Dona Sinhá, como era conhecida na intimidade Dona Ana dos Santos Lima, perdeu seu marido a 12 de março de 1899, na então Vila de Areia Branca, para onde havia se transportado à procura de recursos médicos para sua saúde combalida.
Galdino Apolônio dos Santos Lima quando faleceu contava 54 anos de idade. Dona Sinhá, neste mesmo ano vendeu tudo quanto possuía  inclusive a casa de morada e o estabelecimento comercial de seu marido, e transferiu a 6 de setembro, a sua residência para Natal, levando nove filhos, entre os quais Ana Lima que era conhecida entre os familiares por “Sinhazinha”.
Ana Lima ou Ana de Lima como costumava assinar, aprendeu a ler com sua mãe e não dispunha de conhecimentos além do curso primário. Desde cedo se revelou uma menina inteligente e aos 17 anos publicava estes versos:

Ontem à tarde, ao desmaiar do dia
As estrelas inquietas e medrosas,
Procuravam nas plagas luminosas
Uma outra estrela que fugido havia

Elas todas choravam silenciosas,
Cheias de medo e cheias de agonia
E o claro pranto das estrelas ia
Cair no seio das nevadas rosas.

Porém, mais tarde, quando a lua algente
Transpôs a curva triunfal do oriente
Noiva do sol, pela amplidão vagando...

Elas viram, do espaço interminável
A meiga estrela, pálida, adorável
Na doce luz do teu olhar brilhando.

Este soneto foi escrito em Assú, em 1899, ano em que seu pai morreu e ela, em companhia de sua família, mudou-se para a capital do Estado.
Ana Lima colaborou em diversos jornais e revistas do Norte e Nordeste. Como A República (1903), o Lyrio (Recife, 1903), Almanach Literário e histórico do Município do Assú (1904), entre outros, utilizando muitas vezes o pseudônimo de “Sinhá”. Em 1901, aos dezenove anos, publicou o livro de poemas “Verbenas”, que recebeu elogioso prefácio de Pedro Avelino, jornalista patrício, diz que nos versos de Ana Lima há duas notas que ressaltam nítidas a afetividade e a espontaneidade.
Em 22 de dezembro de 1906, casou-se com o professor Celestino Pimentel, com quem tem teve seis filhos. Aos trinta e seis anos, grávida do sétimo filho, a poetisa sofre uma queda que provocou a morte imediata de seu filho e, semanas mais tarde, a sua própria, em Natal, no dia 18 de janeiro de 1918.

"Guarde em teu seio o meu gentil desejo,
Faz do meu canto um madrigal formoso,
E em cada verso deposita um beijo".

Segundo informações de conterrâneos e parentes, Ana Lima teria deixado um segundo livro com o título de “Natalinas”, que lamentavelmente desapareceu antes de ser impresso, e muitos poemas esparsos.

Uma das Fontes:
Verbete organizado por Constância Lima Duarte e Diva Cunha


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