DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
O rei indígena Janduí e Zumbi - o líder do
Quilombo dos Palmares, o primeiro no Rio Grande e o outro nas Alagoas, são
considerados grandes líderes de nossa história. Ambos lutaram até
a morte (na mesma época), contra o governo português pela liberdade de sua
gente em todos os aspectos. O dia da morte de Zumbi 20 de novembro (1695) é
lembrado e comemorado até hoje, como o Dia
da Consciência Negra.
O primeiro rei do Sertão foi
um potiguar. Ou melhor, era da terra potiguar, embora fosse um índio tapuia:
chamava-se Janduí, o “rei” da nação tarairiús, seu acampamento principal
localizava-se no vale do rio Assu, todavia seu território se estendesse pelos
sertões do Ceará à Pernambuco.
As glebas de terras que compõem hoje os
municípios do Vale do Assu, no início da colonização do Brasil, eram habitadas
por índios da tribo Janduís, nome derivado do grande Rei Janduí, que de um modo
natural, também, se estendeu à tribo.
Os índios Janduís eram nômades e pertenciam à
grande nação dos Tapuias, também, chamada de Cariri, que viviam na ribeira do
Assu e outras regiões do interior do nordeste setentrional do Brasil, em plena
harmonia com o meio ambiente, só retirando da natureza o necessário para a sua
sobrevivência. Alimentavam-se da caça, da pesca e da coleta de frutos, raízes,
ervas e mel silvestres. Cultivavam a lavoura de subsistência, onde plantavam
principalmente o milho, o jerimum e a mandioca.
Os Janduís eram grandes guerreiros, pois
necessitavam cotidianamente, guarnecer seu pedaço de terra dos invasores.
Muitas vezes em meio a uma adversidade climática eram atraídos a disputar com
as tribos vizinhas os melhores territórios onde existia a caça, ou fazerem
migrações sazonais à região litorânea, onde a pesca no mar se apresentava mais
abundante e mais fácil de obter. Esta é uma das razões, entre outras de serem
nômades.
Seus olhos eram pretos ou castanho escuros,
ligeiramente repuxados, lembrando os olhos dos povos orientais. Seus cabelos ao
contrario da maioria dos índios do Brasil não eram muitos lisos, escorridos,
sem ondulações e de cor muito preta, mas sim espessos, ligeiramente grosseiros
e áspero. Devido talvez a esta diferente aparência os Janduís fossem chamados
de modo genérico de “Barbaros”. Andavam em nudez quase absoluta, trazendo
consigo apenas pequena quantidade de enfeites de penas de variadas cores que
distribuíam ao redor do corpo e dos braços. Na cabeça, alguns desses nativos,
principalmente os do sexo masculino, usavam o cocar de penas.
As armas utilizadas na sua defesa, caça e
pesca, eram o arco e a flecha, com as quais manejavam com admirável destreza.
Além dessas armas, utilizavam a clava, que consistia em um pedaço de pau
pesado, mais grosso em um dos seus extremos, feita de madeira resistente e
pesada, que era chamada de tacape.
Uma corrente de historiadores advoga que os
holandeses utilizavam os bravos índios Janduís da nação Tairurús como “bucha de
canhão” para combater os colonizadores portugueses e, enquanto os indígenas e
portugueses se matavam o centurião holandês poupava sua tropa.
Ainda é tempo de o Assu homenagear este
líder, ao menos com uma estatua em um lugar de destaque da cidade, podendo ser
num dos altos do bairro Janduís que leva o nome desta nação aborígine.
Fonte: Baseado em trechos de artigos do geólogo assuense Eugênio
Pimentel e do bacharel em filosofia Túlio Madson - UFRN
Os Janduís são um dos 22 povos que compõem à nação Tarairiú/Otxukayone, não havendo relação alguma (nem linguística, nem cultural com a nação Karirí).
ResponderExcluirDentre os povos que compõem nossa nação estão os próprios Janduís, os Kanindés, os Xukurús, os Ariús, os Takarijús, os Payakús, os Pêgas, os Javós, os Panatis, os Coremas, os Areriús, os Camuçús, dentre outros. Y teríamos a língua Brobó que poderia ser dividida em quatro variantes faladas pela nação Tarairiú, pelos Xukurús, pelos Paratiós y pelos Garanhuns.
Enquanto que a nação Karirí possui também seus diversos povos, dentre eles os Kariús, Icós, Icózinhos, Quixelôs, Sapuyás, dentre outros y as línguas Dzubukuá, Kipeá, Natu, Sapuyá y pelo menos mais duas.
Havendo em comum unicamente parte da cosmovisão englobando a aparição do Setestrelo, que demarca o ano novo de ambas as nações.
A nação Tarairiú/Otxukayone segue viva. Estamos vivos y na luta. Nossos parentes Karirís de igual modo.
Lutaremos pelo fim das tentativas de apagamentos via historiografia que sucedem de reproduções sem censo crítico y sem levar em questão à contemporaneidade.
Proxikimen ghê krody wacini wanen! 🏹🏹🏹