BASE
ECONÔMICA
No final da década de vinte o Assu já possuía porte
de cidade mediana. Contava com energia elétrica (fornecida pelo motor da usina
do Coronel Francisco Martins), escolas (José Correia e Colégio Nossa Senhora
das Vitórias), a economia tinha como base: atividade algodoeira, extrativismo
da cera de carnaúba, da oiticica,além da comercialização de peles de
animais. O comércio, a partir da feira livre era representativo e
arregimentava, principalmente aos sábados - dia da feira, gente de toda a
região. No entanto, precisava de uma instituição financeira para assegurar
estes investimentos.
EMBRIÃO
O Assú não ficou indiferente ao movimento
cooperativista desencadeado no Rio grande do Norte, através de Tércio Rosado, o pioneiro, e seus seguidores Ulisses de Góis, Ricardo Barreto, Juvino dos Anjos,
Heráclito Vilar e outros. As suas lideranças movimentaram-se. À frente o
portalegrense Francisco Martins Fernandes. Sua posição de líder do Vale exigiu
uma definição em termos de realidade. Ele defendia com fervor que
a fertilidade do solo, a intensidade demográfica possibilitava a
existência de uma organização que congregasse elementos, aglutinasse vontades
no sentido de cooperar, ajudar e amparar o homem, com predominância nas suas
atividades agrícolas.
A ideia, em princípio tateante, foi, aos poucos,
crescendo, tomando vulto, ora alicerçada no regime da catequese, ora alimentada
pelo esclarecimento junto ao rurícola até chegar à sua concretização.
A tarefa não foi das mais fáceis. Conscientizar o
homem do campo, ainda hoje arredio à necessidade associativa, a empreendimentos dessa envergadura, custou esforços, canseiras e obstinação por parte dos seus
idealizadores.
CAIXA
RURAL
No dia 06 de fevereiro de 1928 era fundada a Caixa Rural, tendo como Presidente
Francisco Martins Fernandes, Vice-presidente, José Soares Filgueira Sobrinho,
Primeiro Secretário, Francisco Augusto Caldas de Amorim, Segundo Secretário
Manoel Soares Filgueira Segundo, Gerente, Ezequiel Epaminondas da Fonseca.
A princípio, estes cooperativistas se não
alcançaram a plenitude desejada, obtiveram em seu favor o mérito de terem dado
os primeiros passos, fundando a Caixa Rural. Contava com 60 sócios, sendo 33
fundadores e 27 efetivos. No seu primeiro relatório anual apresentou, pelos
seus diversos lançamentos, em seu movimento geral um resultado total de Cr$
96.210,70 o que evidencia a soma de benefícios prestados aos seus associados.
COOPERATIVA
BANCO RURAL
Tempos depois a Caixa Rural passou a chamar-se Cooperativa Banco Rural continuando,
porém, com a mesma finalidade e os mesmos propósitos até que, no ano
de 1968, passou a denominar-se de Cooperativa
Agropecuária do Vale do Assu Ltda.
A transformação ensejou melhores perspectivas e
maior movimento. O comercio da cera de carnaúba, do milho, feijão e do algodão,
pela casa do Agricultor foram, iniciativas que lograram êxito em benefício do
associado.
IDEALIZADOR
Pelas mãos do Coronel Francisco Martins Fernandes (natural
de Portalegre, 04/06/1888) foram implantados em Assu, além da Caixa Rural e
Banco Cooperativo, estabelecimentos comerciais de: Beneficiamento da cera
de carnaúba e algodão, lojas de tecidos, ferragens e perfumarias, sem descuidar
do meio ambiente, plantando árvores nos logradouros públicos (os famosos
“pés-de-ficus” da Praça Getúlio Vargas - que foram erradicados recentemente). Construiu na cidade o primeiro cinema – mudo o “Cine Teatro Dr. Pedro Amorim”.
Depois trouxe equipamentos para o cinema falado, disponibilizando este serviço
para empreendimentos dos assuenses na década de quarenta. Esta edificação foi
extremamente benéfica para o desenvolvimento das artes e da cultura da
comunidade. O alto conceito de honestidade do Coronel levou todo comércio
assuense a recolher aos cofres de sua firma F. Martins Fernandes, o apurado diário
ao tempo em que era o representante oficial do Banco do Brasil na Região.
ÊXITO
Diante de tamanha luta, finalmente, no dia 21 de novembro de 1942 ocorreu o
êxito desejado, uma vitória de vários assuenses que lutaram por um
estabelecimento de crédito oficial. Foi inaugurada
a agência do Banco do Brasil. Este jubilo dos assuenses foi comemorado após a inauguração da Casa quando foi oferecido um banquete aos
funcionários do Banco do Brasil, em regozijo à instalação, nesta cidade, de sua
sub-Agência. Um dos oradores foi o Sr. João Celso Filho e por coincidência este
foi o ultimo discurso de sua vida, vindo há falecer um ano depois.
DISCURSO
O final deste discurso foi o seguinte: “...
Senhores funcionários do Banco do Brasil: Sabeis melhor do que os circunstantes
quanto vale para a vasta e ubertosa região do vale do Assú a instalação, que hoje festejamos, da Sub-Agência do Banco do Brasil. E tanto quanto eles, sabeis
quanto em espírito e coração contribuíram à inteligência, o zelo funcionar e a
capacidade técnica do ilustre Gerente da Agência do Banco em Mossoró, cujo nome
declino com especial agrado: Sr. Aristides Barcelos, para a realização dessa
obra, considerada na opinião dos competentes um dos maiores e mais importantes
serviços prestados a esta zona, para o seu grandioso futuro.
Mas, o que não sabeis senhores Funcionários do
Banco do Brasil, e é preciso que eu vos diga neste momento em que nos
felicitamos pelo bem que nos fizestes, é quanto de profunda é a exaltação do nosso agradecimento pela grandeza do benefício, agradecimento que vos damos, de
público, a todos vós, e, em particular, ao vosso eminente chefe, Sr. Aristides
Barcelos, a cuja saúde, como á de seus devotados auxiliares, ergo a minha taça,
como símbolo dos aplausos da consciência, á elevação do vosso nobre espírito de
solidariedade humana”. Disse.
SEDES
O Banco do Brasil em Assu, pelo que tenho
conhecimento, funcionou na Rua São João (prédio da esquina, ao lado direito do
Cine Pedro Amorim); no prédio da atual DIRED (esquina da Rua Frei Miguelinho com Praça Getúlio Vargas) e na sua sede própria atual - Avenida Senador João
Câmara.
Me ajudem a legendar. Alô Galynha, salve a pátria. Não lembro de todos.
Acredito que sejam as feras dos anos oitenta, levando em consideração os estagiários Rudá e Bolinha.
***
PARABÉNS
Deste espaço envio parabéns a todos os funcionários
da Agência do Banco do Brasil pelos 70 anos de serviços prestados. Reconhecidamente, uma instituição financeira singular para o Assu e região.
***
Fontes:
Pinheiro, Assu – Dos Janduís ao Sesquicentenário;
Poliantéia de João Celso Filho,
1944;
Silveira, Celso Dantas – Assu, Gente, Natureza
e História.
Nenhum comentário:
Postar um comentário