Lamparina.
O principal instrumento de iluminação até o
início da década de setenta era a lamparina. É um objeto quase sempre de
flandres, com depósito próprio para querosene na sua parte inferior. A parte
superior é estreita, o bico da lamparina, onde se coloca o pavio, essa parte é
removível para que se possa abastecer de querosene a parte inferior.
Internamente, o pavio alcança o querosene, ficando do lado de fora, na parte de
cima, uma pequena parte do pavio para ser acesa e iluminar o ambiente.
Por
ser o objeto de iluminação mais barato que existia à época, era o mais usado
nos lares rurais do sertão do Nordeste do Brasil. Pode parecer uma descoberta
simples para a totalidade da população do mundo, entretanto, eu, em particular,
acho um processo muito interessante o fato de um pavio de algodão ter, ao mesmo
tempo, querosene na ponta interna e fogo na ponta externa, sem provocar
incêndio nem explosão.
Ao
entardecer as donas de casas abasteciam de querosene as lamparinas. Eram acesas
ao anoitecer e postas em alguns cômodos da casa; eram apagadas na hora de
dormir.
As
donas de casas fabricavam os próprios pavios das lamparinas. Ela elas pegavam
uma porção de algodão “in natura” e extraía os caroços. Tomava a lã e, com a
ajuda de um fuso, confeccionava os pavios com extrema habilidade. Essa era uma
das muitas atribuições que as donas de casas, da zona rural, tinham naquelas
épocas.
Usavam-se,
também, o farol para iluminar a casa. Era uma fonte de luz mais refinada, nem
todas as famílias possuíam esse objeto. Era muito utilizado para deslocamento à
noite, de uma casa para outra, uma vez que, estando protegida por uma manga de
vidro coberta com uma tampa metálica, sua chama ficava imune ao vento e à
chuva, possibilitando a iluminação do caminho em quaisquer condições
climáticas.
O
farol também era denominado de lampião. Esse tipo de iluminação foi bastante
utilizado nas tradicionais festas da zona rural dos municípios nordestinos,
conhecidas como forró pé de serra.
Fonte: Memórias Campestres - Ernandes da Cunha
Foto - Anna Jailma
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