segunda-feira, 27 de maio de 2013

OBJETOS DE OUTRORA

Lamparina.

          O principal instrumento de iluminação até o início da década de setenta era a lamparina. É um objeto quase sempre de flandres, com depósito próprio para querosene na sua parte inferior. A parte superior é estreita, o bico da lamparina, onde se coloca o pavio, essa parte é removível para que se possa abastecer de querosene a parte inferior. Internamente, o pavio alcança o querosene, ficando do lado de fora, na parte de cima, uma pequena parte do pavio para ser acesa e iluminar o ambiente.
         Por ser o objeto de iluminação mais barato que existia à época, era o mais usado nos lares rurais do sertão do Nordeste do Brasil. Pode parecer uma descoberta simples para a totalidade da população do mundo, entretanto, eu, em particular, acho um processo muito interessante o fato de um pavio de algodão ter, ao mesmo tempo, querosene na ponta interna e fogo na ponta externa, sem provocar incêndio nem explosão.
         Ao entardecer as donas de casas abasteciam de querosene as lamparinas. Eram acesas ao anoitecer e postas em alguns cômodos da casa; eram apagadas na hora de dormir.
         As donas de casas fabricavam os próprios pavios das lamparinas. Ela elas pegavam uma porção de algodão “in natura” e extraía os caroços. Tomava a lã e, com a ajuda de um fuso, confeccionava os pavios com extrema habilidade. Essa era uma das muitas atribuições que as donas de casas, da zona rural, tinham naquelas épocas.
         Usavam-se, também, o farol para iluminar a casa. Era uma fonte de luz mais refinada, nem todas as famílias possuíam esse objeto. Era muito utilizado para deslocamento à noite, de uma casa para outra, uma vez que, estando protegida por uma manga de vidro coberta com uma tampa metálica, sua chama ficava imune ao vento e à chuva, possibilitando a iluminação do caminho em quaisquer condições climáticas.
         O farol também era denominado de lampião. Esse tipo de iluminação foi bastante utilizado nas tradicionais festas da zona rural dos municípios nordestinos, conhecidas como forró pé de serra.   
Fonte: Memórias Campestres - Ernandes da Cunha 
Foto - Anna Jailma 

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