sexta-feira, 12 de junho de 2015

POESIA REGIONAL:

BARRAGE DO PATAXÓ
Pode crê é a barrage
Qui mais trago na lembrança
Nunca perdi a viage,
Nos meus tempo de criança.
Pra nadá, dar gangapé,
E sentir nos aguapé,
O chêro desse sertão
Pelas águas ispaiado
No verde lôdo bordado
Paisage da criação

Num se pode compará
A beleza da sangria
Onde as água sem pará
Vão rolando de alegria
Curimatã pinotando
Pur riba tudo brincando
E tempo bom de fartura
É fejão verde no prato
E pra num dexá barato
Tucunaré na fritura

O pataxó tando cheio
O sertanejo é feliz
É ano sem aperreio
Tem peixe tem cordurniz
O gado solto no pasto
Dinheiro que dá pru gasto
Pra corrê im vaquejada
Amostrando valentia
Festejando a alegria
Nos braços da invernada

As águas limpa quilara
Onde nossa vista alcança
É duma beleza rara
Parece inté uma dança
Da babuge no remanso
Qui de oiá num me canso
De verde se cobre a terra
Canta sapo até caçote
Pulando feito um mangote
Dena do vale até a serra.

A força do Pataxó
Ninguém pode discrevê
Num tem açude mió
Pra pescá e intendê
No livro da natureza
Qui iscreve cum clareza
Nosso ponto de partida
O tempo de apreciá
As beleza do lugá
No viajar pela vida.

É tempo de fazê festa
De canaro no quintal
Um violão na seresta
No remanço natural
Mormaço no fim da tarde
aconchego sem alarde
Sem pressa nem agonia
Nas verêda da lembrança
Na canoa qu'imbalança
Nas água da fantasia.

Quem conhece o Açude Pataxó entende a descrição da beleza da sua sangria no tempo da invernada. A barragem do açude barro o rio pataxó, afluente do rio Açu (ou Piranhas), e localiza-se no município de Assu*, estado do Rio Grande do Norte. A barragem foi projetada e construída pelo DNOCS, tendo sido iniciada em 1951 e concluída em 1953.

EM TEMPO: * O Açude do Pataxó localiza-se no município de Ipanguaçu.  
Fonte: COISAS DE MATUTO - Antônio Carlos Matos de Oliveira - CJA Edições - 2015.
Foto Ilustrativa: blogdolevanyjunior.com 

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