segunda-feira, 8 de junho de 2015

LANÇAMENTO DE LIVRO:

COISAS DE MATUTO

Nesta terça feira, dia 09 de junho de 2015 na Livraria Saraiva Midway Mall, a partir das 19h00, o poeta Antônio Carlos Matos de Oliveira, lança seu primeiro livro: "COISAS DE MATUTO". Sobre a obra vejam o que dizem alguns literatos.
Por:
José Lucas de Barros
Antônio Carlos decanta o Assú de ponta a ponta. Não escapam aos raios de ação de seus versos: praças, igrejas, bares, bodegas, figuras sociais, motoristas de praça, escolas, feiras, vaqueiros, pescadores, festas de Natal, programas de rádio etc. Além disso, abriu o coração para dizer de sua vida estudantil, brincadeiras, seus amores, seu mundo romântico, quase transformando o livro numa obra autobiográfica muito aberta, franca e alegre. 

Por:
PAULO ALFREDO SIMONETTI GOMES.
Seu moço, ao ler essas coisas de matuto, lembro as veredas abertas nas matas do sertão, onde os pássaros empoleirados nos galhos do arvoredo disferem o seu alegre gorjeio ao raiar das madrugadas e o comboieiro trafega tangendo a tropa de burro, em cujo lombo transporta víveres para o abastecimento da população rural. Lembro o bafejo cheiroso da chuva, vindo de todos os lados do matagal orvalhado pela espessa neblina de uma manhã glacial. Lembro, por fim, o amplo terreiro da Casa Grande, onde o cachorro, latindo furiosamente, acua o passante, aquele mesmo cão que “ladra enquanto a caravana passa”. Nesse terreiro, descreve o poeta, espalham-se por todos os lados os agregados, entregues a faina diária dos cuidados da pocilga, do aprisco que abriga a criação e do curral onde as vacas de leite malham. Sequer esqueceu, o vate primoroso, de aguçar a nossa memória, com a magia de sua verve, para a imagem do vasto alpendre da Casa Grande, de cujos armadores pendem redes brancas de dormir, com ricas varandas de rendas, ao lado de cadeiras de balanço, para descanso do Fazendeiro, ou do viajante, ali arranchado. A poesia do jovem escritor derrama-se pelo terreiro da Casa Grande e espraia-se, sertão adentro, no que a vista dá. Passa pelo grande açude, em cuja margem o bando alado de marrecos perseguido pelo caçador, sobrevoa assustado, o tapete verde de aguapé. E a inspiração vai além, até a densa mata que de longe circunda a propriedade, o campo onde o resto do rebanho pasta, sob o olhar atento do vaqueiro, que, vez por outra, dispara em sua montaria, varando grosso cipoal para resgatar uma rês tresmalhada. O sertão é um só em qualquer parte. Rusticidade do homem e da própria natureza. Seus versos capitaram, tanto as curiosidades do meio rural, como as excentricidades, dos burgos sertanejos, onde o tabaréu, meio deslocado, passeia pela feira, deslumbrado diante do parque de diversões e da multidão que se apinha no adro da igreja, por ocasião da Festa do Padroeiro, momento que faz a sua reza e deixa a oferta para o santo de sua devoção. 
Por que um “cabra da peste” sai de Iguatu no Ceará e vai até Açu (ou Assú) no Rio Grande do Norte, para colher subsídios que lhe garantirão o ingresso na literatura? Mas Antônio Carlos é assim mesmo. Seu livro destaca seus momentos de sonhos e devaneios. Para onde o destino tomba, surge um caso e uma poesia, nas pessoas, nos fatos, no dia a dia. É apaixonado pela vida, pelo violão, pelos amigos e, principalmente, pela família. Dos frutos dessa paixão, teve origem seus muitos versos, sua veia poética, sua vida de artista. Sua argúcia e perspicácia, sua inspiração, nos mostram numa visão poética, quadros sertanejos de fazendas e cidades, onde juntos, nos regalamos com a beleza da vida campesina. O Poeta, deixou de lado, por instantes, o mestrado feito em Louvain La Neve, na Bélgica, o Curso de Engenharia Civil feito em Fortaleza (CE) e o exercício do Magistério na Universidade Potiguar, em Natal (RN), resumindo, deixou de lado por instantes, o fausto da vida acadêmica para entregar-se de corpo e alma ao lirismo da região do semiárido e de sua gente. 
Fonte: Literatura - UERN Assu - 40 anos.

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