CIGANOS
Em frente à casa grande
Frondosas oiticicas
Abrigos dos ciganos andarilhos
Amigos, compadres, matreiros
São lembranças de menina.
Ciganas bonitas, vestidas de sedas
Nos dentes a riqueza de ouro
Da cor dos cabelos.
Crianças aos montes
Cavalos velozes.
Tribos ciganas - raízes da raça
Em terras longínquas
Procura parentesco
Nos loiros homens
Do sertão Potiguar.
Carnaúba dos Dantas
Eles querem encontrar.
Fogueiras acesas
Cantorias na noite
Alegria no campo.
Na fazenda as crianças em festa,
Ciganos na terra
Andarilhos do mundo
O que procurar?
Hoje, os vejo vadios
Decadentes, briguentos
Sujos, esparsos e ladrões
Já não são acolhidos
São Ciganos mendigos
Roupas de chitas
Dentes quebrados
Das cidades enxotados.
A leitura da sorte
Nos traços da mão
Por poucos trocados
A sorte lançada.
Se a mão é negada
Amaldiçoa o homem
Que não quer nos costumes
Não entende os ciganos.
Autora: Maria Ivete de Macedo Medeiros
Natural de Ipanguaçu, residente em Assu, na Fazenda Ana Maria - Lagoa do Piató. Ivete é filha de João Leônidas de Medeiros e Raquelita de Macedo Medeiros, tem formação de 2º grau. Foi presidente durante vários anos do GAVA - Grupo Ambientalista do Vale do Assu, onde desenvolveu uma intensa campanha pela preservação de nossas riquezas naturais.
Foi Secretária Municipal na gestão do seu irmão José Maria de Macedo Medeiros.
Fonte: Vertentes - reunião com 25 poetas Assuenses contemporâneos.
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