A hora e a vez de Leonam Cunha
Repetir para
aprender, criar para renovar.
Ezra Pound
Se a geração poética
potiguar dos anos 60 pode se orgulhar de ter revelado grandes poetas e um jovem
supertalentoso, Sanderson Negreiros, que publicou O Ritmo da Busca em 1956, com menos de 18 anos, a nova geração pode
se orgulhar de estar sendo bem representada pelo jovem poeta Leonam Cunha.
Lançando sua segunda obra, (a primeira foi Gênese em 2013), Leonam Cunha se afirma com,
propriedade e subjetividade, explodindo em versos, derramando no leitor um
verdadeiro lago de heterogeneidade poética. Embora Leonam seja um poeta em formação,
ele tem o mérito de haver nascido poeta,
inclusive, é poeta na própria maneira de viver e encarar a vida; portanto, a
poesia pra ele não é profissão é vivência. Ele traz em seu segundo livro a
experiência adquirida com o primeiro,
repetindo alguns aspectos, e recriando, renovando em outros , de modo que
merece louvores.
O que também observarmos nessa obra do poeta areia-branquense é a diversidade
de temas, além do tratamento dado a assuntos antipoéticos, lembrando em alguns
versos os simbolistas, numa poesia com propriedades
moderna, e pós-moderna, que mostram nossa sintonia literária com o restante do
país.
Existe de tudo um pouco na
poesia de Leonam, evidenciando que, acima de tudo, ele é leitor e dialoga com
facilidade com outros autores, escolas literárias e temas universais.
Subjetividade e sugestão
também fazem parte da poesia de Leonam Cunha. Outro item que merece ser
destacado é a aliciação em algumas causas, deixando evidente que ele é um poeta
atento aos acontecimentos, as mudanças e as discussões do mundo atual, e não fica
ausente a temas polêmicos, caracterizando a sua poesia também como uma arte
engajada.
Não nos restam dúvidas de
que o jovem poeta está na vereda adequada do universo poético, e que é inegável
um desenvolvimento, um amadurecimento em relação ao seu primeiro trabalho. “Sel”,”Poemimpuro”,”Poema
para quem amarei”, “Glosa” , “Definitivo”, “Sol da Ribeira”, “Soneto a Walflan”
e “Trocas” são alguns dos melhores momentos do livro, que vale a pena ser
conferido. Leonam Cunha, parafraseando o escritor Manoel Onofre Jr., no conto “A
Primeira Feira de José “ , seja bem vindo ao mundo dos grandes.
* Thiago Gonzaga é pesquisador da literatura potiguar.
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