terça-feira, 11 de novembro de 2014

LANÇAMENTO DO MÊS*:

A hora e a vez de Leonam Cunha

Repetir para aprender, criar para renovar.
Ezra Pound
Se a geração poética potiguar dos anos 60 pode se orgulhar de ter revelado grandes poetas e um jovem supertalentoso, Sanderson Negreiros, que publicou O Ritmo da Busca em 1956, com menos de 18 anos, a nova geração pode se orgulhar de estar sendo bem representada pelo jovem poeta Leonam Cunha.
Lançando  sua segunda obra, (a primeira foi Gênese em 2013), Leonam Cunha se afirma com, propriedade e subjetividade, explodindo em versos, derramando no leitor um verdadeiro lago de heterogeneidade poética. Embora Leonam seja um poeta em formação, ele tem  o mérito de haver nascido poeta, inclusive, é poeta na própria maneira de viver e encarar a vida; portanto, a poesia pra ele não é profissão é vivência. Ele traz em seu segundo livro a experiência  adquirida com o primeiro, repetindo alguns aspectos, e recriando, renovando em outros , de modo que merece  louvores.
O que  também observarmos nessa  obra do poeta areia-branquense é a diversidade de temas, além do tratamento dado a assuntos antipoéticos, lembrando em alguns versos os  simbolistas, numa poesia com propriedades moderna, e pós-moderna, que mostram nossa sintonia literária com o restante do país.
Existe de tudo um pouco na poesia de Leonam, evidenciando que, acima de tudo, ele é leitor e dialoga com facilidade com outros autores, escolas literárias e temas universais.
Subjetividade e sugestão também fazem parte da poesia de Leonam Cunha. Outro item que merece ser destacado é a aliciação em algumas causas, deixando evidente que ele é um poeta atento aos acontecimentos, as mudanças e as discussões do mundo atual, e não fica ausente a temas polêmicos, caracterizando a sua poesia também como uma arte engajada.
Não nos restam dúvidas de que o jovem poeta está na vereda adequada do universo poético, e que é inegável um desenvolvimento, um amadurecimento em relação ao seu  primeiro trabalho. “Sel”,”Poemimpuro”,”Poema para quem amarei”, “Glosa” , “Definitivo”, “Sol da Ribeira”, “Soneto a Walflan” e “Trocas” são alguns dos melhores momentos do livro, que vale a pena ser conferido. Leonam Cunha, parafraseando o escritor Manoel Onofre Jr., no conto “A Primeira Feira de José “ , seja bem vindo ao mundo dos grandes. 
* Thiago Gonzaga é pesquisador da literatura potiguar.

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