TERÇO DOS PAULISTAS
A
força de trabalho dos indígenas potiguares e o Terço dos Paulistas. Desde o
descobrimento do Brasil que os europeus mantiveram contatos diretos com os
índios, utilizando-os como mão-de-obra na coleta do pau-brasil e noutras atividades
de interesse econômico. E mais tarde, foram utilizados nas lavouras e fazendas
de gado como força de trabalho.
Na
verdade, os portugueses quando descobriram o Brasil já tinham a intenção de
escravizar os nativos. Mas os índios reagiram contra a escravidão. Eles não
poderiam nunca ser escravos em virtude de sua cultura e de seus hábitos de caça
e pesca que lhes davam uma vida de liberdade.
No
Rio Grande do Norte, antes do negro ser escravo, os indígenas foram os
primeiros escravos, mas esse cativeiro não durou muito tempo. O chamado Terço dos Paulistas era um grupo
de homens formado em São Paulo para penetrar nos sertões, visando escravizar os
índios. Esse Terço esteve no Rio Grande do Norte no período de 1688 a 1724.
Passaram pelo Seridó, onde hoje se encontra o município de Currais Novos e nas
terras em que hoje está encravado o município do Assú.
Em
Currais Novos e Assu, o Terço dos Paulistas matou milhares de índios. Embora os
índios Paicus (ou Paiacus) fossem Cariris, também, eles viviam em clima de rivalidade,
brigando pela posse de melhores terras para a caça e pesca. Os Paicus e Cariris
vivam em guerra desde o século XVII. Esse conflito sangrento entre eles foi
denominado de Confederação dos Cariris. O Terço dos Paulistas aproveitou o
litígio existente entre eles, ficando ao lado dos Paicus e atiçando massacre
contra os Cariris.
Por
ter participado diretamente da guerra entre Paicus e Cariris, o Terço dos
Paulistas, obedecendo à determinação superior, voltou a São Paulo, deixando os
“senhores de terras” insatisfeitos, porque estes eram a favor da permanência
dessa organização no Rio Grande do Norte.
Em
1720, houve o último levante geral. O governador da Capitania, o capitão-mor, Luís
Ferreira Freire foi enérgico, utilizando o Terço dos Paulistas, sob o comando
de Morais Navarro, dispersou a indiada. Morreram muitos índios. Foi um grande
extermínio.
Muitos
homens do terço dos Paulistas permaneceram no Rio Grande do Norte desenvolvendo
atividades econômicas como a de agricultura e fazendeiro. Por exemplo, o
sargento-mor José Morais Navarro, natural de São Paulo, radicou-se no sítio
Curralinho da praia da Ribeira do Assú, perto da Lagoa chamada Pendências.
Sendo considerado o primeiro proprietário do atual município de Pendências. Em
Assú existe a comunidade rural, próximo a Lagoa do Piató, denominada de
Paulista.
Tivemos como fonte o livro
Evolução econômica do Rio Grande do Norte – Século XVI ao XX – de Paulo Pereira
dos Santos.
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