Uziel Santiago (foto) era assuense. Garboso, vozeirão, inteligente, bom de copo e de garfo. Em 1963-64, tempo negro, efervescente no Brasil, o Uziel exaltou-se ao extremo, foi ás ruas contra o golpe militar (Revolução de 31 de março de 1964). O escritor Valério Mesquita no seu livro Causos 2014 narra que "o governo de Jango abria espaço para o pessoal de esquerda, e muitos já "passavam os pés pelas mãos". O doutor Uziel Santiago, entrava nesse rol. Uziel detestava os atos do Marechal Lott, cuja posição dentro da política não estava definida. Certa feita, acontecia uma reunião onde somente convidados entrariam no prédio. Eram vários oficiais do Exército, "tomando chegada" para o desfecho futuro (64). Uziel subia os degraus, quando uns seis soldados do Exército barraram-lhe a entrada. Uziel mostrou a carteirinha, mas foi em vão. Começou, então, um bate boca por parte do advogado, quando mais soldados se aproximaram e o cercaram. Uziel vendo a coisa verde", bradou:
- "Eu não sei se estou cercado pelas éguas de Lott, ou por um Lott de éguas! Meu amigo senador João Agripino assim falava."
A primeira bordoada que Uziel levou foi "no pé do ouvido". O doutor acordou no dia seguinte, em Natal, no quartel general. Moral da história: tropeiro que ataca égua só leva coice.
Foto e postagem de Fernando Caldas.
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