Biólogo entrega 160 mil assinaturas ao ICMBio pela preservação do espécime
Tatu-bola |
Depois
de produzir artigo científico em conjunto com outros pesquisadores, mostrando
incoerência entre a escolha de uma espécie ameaçada, para dar cara ao maior
evento esportivo do planeta, a Copa do Mundo 2014, e a falta de investimento
para conservar a espécie, o biólogo Felipe Melo, professor da Universidade
Federal de PE, abriu abaixo-assinado para receber apoio da população para o
pedido de criação de um parque nacional na Caatinga, dedicado à preservação do Tolypeutes tricinctus, o tatu-bola.
Em
menos de um mês, o movimento conseguiu mais de 160 mil assinaturas, entregues quarta
(02) ao diretor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), Sérgio Brant.
A
reportagem é de Aline Leal, publicada pela Agência
Brasil.
Para
produzir o artigo, o grupo de pesquisadores fez uma expedição à Caatinga e
constatou que a caça de tatu ainda faz parte da cultura regional.
“A
gente chegava nos lugares e perguntava para as crianças quem tinha comido tatu
no último ano, e todo mundo levantava a mão”, segundo Felipe Melo.
Isso, apesar
de o tatu ser um reservatório de hanseníase, e comer a carne do bicho, além de
poder levá-lo à extinção, ainda traz o risco de contrair a doença, alerta ele.
Segundo
o professor, a Caatinga é um ecossistema que só existe no Brasil, e é o mais
desprotegido de todo o país.
Além
da caça ao tatu, a destruição do bioma – habitat da espécie, juntamente com o
Cerrado – também contribui para aumentar a ameaça de extinção da espécie de Fuleco.
Em
seu ambiente natural, o tatu-bola tem o papel de movimentar os nutrientes da
terra, de controlar a presença de formigas, e ainda são alimento para grandes
felinos.
Para
Felipe Melo, a principal ferramenta para conservar o tatu é a criação de áreas
naturais, protegidas por lei, para a manutenção de espécies e ecossistemas.
Postado por Pauta Aberta.
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