quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

MEUS LIVROS PREFERIDOS

Um convite ao universo literário potiguar

Por Thiago Gonzaga
É quase impraticável fazer uma lista de livros preferidos da nossa literatura, porque cada título que proclamamos aproxima outro e mais outro, principalmente quando o assunto é literatura do Rio Grande do Norte, vertente a que tenho grande apreço. Porém eu não poderia fazer uma lista sem incluir a obra “Salvados – Autores e Livros Norte-rio-grandenses”, do escritor Manoel Onofre Júnior, lançada originalmente em 1982 pela Fundação José Augusto, com uma reedição em 2002 pelas Edições Sebo Vermelho, e agora em 2014 relançada em edição revista e ampliada.

O livro “Salvados” não está entre os primeiros volumes potiguares que li, mas ele foi decisivo para eu me tornar um pesquisador da literatura do Rio Grande do Norte. “Salvados” é um livro de cabeceira, uma espécie de guia, de roteiro, para se conhecer um pouco sobre nossos autores e livros. São pequenos-grandes ensaios que nos induzem a apreciar um pouco da nossa história literária, dos primeiros passos até uma experiência de atualização, com citações de alguns dos principais nomes da literatura contemporânea do Rio Grande do Norte.

“Salvados” é daqueles livros pioneiros, únicos do seu tempo, um clássico local, divisor de águas. Um livro escrito originalmente há mais de trinta anos, mas que permanece atual. Começamos o século 21 com a literatura potiguar sendo reconhecida (mesmo a passos curtos) nos meios acadêmicos, entrando definitivamente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, chegando ao ponto de ser alçada como disciplina curricular nos cursos de Letras , além de ter autores sendo estudados no Mestrado e numa Pós Graduação dedicada a obras e autores locais. E é nesses momentos que se encaixa perfeitamente a utilidade da obra de Manoel Onofre Júnior. Além da importância de levar o conhecimento de geração a geração, “Salvados” tem uma relevância fundamental na disseminação da literatura potiguar para a nova geração, que parece querer finalmente cantar a sua aldeia.

Ai a possibilidade de obras futuras, diversificadas e mais extensas, sobre o assunto, em que o livro “Salvados” foi um dos pioneiros. Ao proporcionar uma visão mais ampla da literatura local e oferecer um norte, um percurso ao leitor, “Salvados” pretende dar sua contribuição à formação de novas gerações interessadas em conhecer nossas obras e autores. É o acesso a esse conhecimento que possibilita ao indivíduo o crescimento tanto intelectual quanto humano. “Salvados” pode ser considerado talvez até um pequeno passo para um escritor local, mas é sem dúvidas um grande passo para a literatura potiguar.

Postado por 101 Livros do RN

Nenhum comentário:

Postar um comentário