quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

ASSÚ

O BAR DO NEGO JOÃO

O BAR DO NEGO JOÃO funciona no prédio da 'Família Amorim' situado na Praça Getúlio Vargas, nº 205, ao lado direito da Matriz de São João Batista.

A edificação foi construída em 1815 por José Gomes de Amorim, um comerciante de nacionalidade portuguesa, vindo de uma família aristocrática. Na época, uma construção para ali se estabelecer um empreendimento de ordem progressista, sendo utilizado seu pavimento inferior para um ponto comercial, depois farmácia, a primeira do interior do Estado “Farmácia Amorim” ou como era conhecida “Butica do Seu palmério” e no pavimento superior como moradia de seu proprietário.

No ano de 1889 no pavimento superior ali residiu o Dr. Ângelo Caetano de Souza Couseiro - Juiz de Direito da Comarca do Assú. Por ocasião da Proclamação da República do Brasil ele leu da varanda principal do sobrado o telegrama que anunciava o ato da Proclamação para um considerável público que se postava em frente ao casarão.

No velho casarão nasceu Palmério Filho - jornalista, orador e editor do Jornal 'A Cidade'; o poeta, escritor, jornalista e ex-prefeito Francisco Augusto caldas de Amorim – o popular Chisquito.

Outra personalidade que residiu naquele sobrado por um longo espaço de tempo o Major Ezequiel Epaminondas da Fonseca – Presidente da Intendência no ano de 1922, cargo equivalente a Prefeito. 

Naquele casarão também residiu Palmério Augusto Soares de Amorim, filho do velho José Gomes de Amorim. Palmério foi comerciante e farmacêutico, figura de grande projeção na sociedade assuense da época.

A Farmácia de Palmério era ponto de encontro dos intelectuais da terra, destacando-se João Celso Filho, Natanael de Macedo, Ezequiel Fonseca, José Albertino Macedo sem esquecer os ex-governadores: do Rio Grande do Norte José Augusto Bezerra de Medeiros e da Paraíba João Suassuna, que, então formados, estiveram residindo em Assú por longo tempo, exercendo a profissão de advogado.

Segundo Carlos Lemos o prédio possui um estilo denominado de “Pombalino” caracterizado pelo uso de arco abatido, das cornijas herdadas, pelo neoclássico e das proporções guardadas entre cheios e Vazias.

Atualmente parte deste prédio já desabou (fundos e parte do lado direito) e o que ainda resta dele esta correndo o risco de ser tombado, literalmente.

Naquele recinto funciona diariamente, de segunda à segunda, o 'Bar do Nego João' - ponto de encontro da boemia considerada "velha guarda" assuense. Naquele bar, aos sábados, encontramos bebericando alguns membros da saudosa 'Roda de Samba' tais como: Barrinho, Valdeci, Neto de Miguel e outros que se incorporaram nestas tardes agradabilíssimas. 

Sempre que estou em Assu dou uma passadinha por aquele recinto, muitas vezes sem beber somente para apreciar uma boa música e trocar dois dedos de prosas com alguns amigos, entre estes: Lourinaldo (está sem beber faz dois anos, o último gole foi no dia do meu aniversário: 25/01/2012), Nonato de Sá Leitão, Tarcísio de Sá leitão, Julião, Dudu, Benô, Casquinha (Luís) e tantos outros que frequentam o recinto, principalmente à tardinha, quando se encontram no beco para jogar conversa fora e tomar um "fresquinho" emanado pelo vento norte. 
Porta dos que se foram... (foto sobre foto - falta de espaço)
Parede dos que irão... (não pouparam nem o bispo).
 Quem passa por aquele bar dificilmente escapa de tirar uma fotografia pra ser postada na "parede dos que irão". Há, no mesmo espaço, frente a frente, a "porta dos que se foram" - destinada as fotografias dos ex-frequentadores ou amigos do recinto que já se encontram no 'andar superior'. Ainda no interior do bar, em local de destaque, tem uma frase típica daqueles que frequentam diariamente: BAR DE NEGO JOÃO - Só Viça quem pode!
EITA ASSÚ DO MEU AGRADO!         

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