JURAMENTO
Sá
Dona, eu só quiria,
Qui
mecê pudesse vê,
A
dô qui trago nos peito,
Sofrendo
pru seu respeito
Tudo
pru vossa mecê.
Desde
aquela tarde ingrata,
Meu
coração parpitô:
Qui
tava tudo acabado,
Tava
tudo desgraçado...
Meu
coração num faiô.
Prá
eu, tem sido uma luta.
Tô
mágo assim de pená!
Se
as vez, eu pégo no pinho,
Coméço
a cantá baxinho,
O
pinho pega a chorá.
Se
coméço oiá pra lua,
Me
alembrando de mecê;
Vejo
ela se escondendo,
Se
incuiendo, se incuiendo,
Cum
pena do meu sofrê.
Inté
a lua, Sá Dona,
Chora,
tem pena d’eu!
Só
Sá Dona num simporta,
Inté
me fechô a porta,
Cuma
se eu fosse um judeu.
...
Lá um dia Deus mióra,
mióra
pruque Deus qué.
E
eu juro ajueiado;
Inquanto
tive lembrado,
Num
oiá mais pra muié.
Renato Caldas - Poeta Assuense
* 08/10/1902 + 26/10/1991
Fonte: Fulô do Mato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário