quinta-feira, 21 de novembro de 2013

POETA ASSUENSE

PRAQUÊ OIÁ?

Cabôca nova danisca,
Qui quando passa faísca
E tem convite no andá...
Quando anda remexendo,
As cadeira estremecendo,
- Num posso deixá de oiá.

Óio, óio e fico oiando
E dento deu vai inchando
O pecado originá.
Me esqueço da carestia
Se ela vendesse, eu queria
O maquinismo comprá.

Comprava só de malino,
Pra dá prazê ao destino,
- Véio, num tem o qui dá
Agarrava, aquela jóia,
Butava em minha tipóia,
Despois, ia balançá.

Me fazia de dengôso
Pachola, esperto, amorôso...
Porém, nada de avançá.
... Praquê fazê traquinage?
Véio só tem pabulagem...
Farta na hora legá.

Renato Caldas - Poeta assuense
(*08/10/1902 +26/10/1991) 

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