segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ASSU

POETA DE OUTRORA

Dos poetas da velha Assú” não poderíamos deixar de citar Marcolino Wanderley que pertencia a uma das famílias mais ilustres e mais antigas da Região.

Dizem que seus bisavôs vieram da Holanda com o Príncipe de Nassau e que depois de restaurado o domínio português fixaram residência no Rio Grande do Norte, em terras do Assú. 

A tradição informa mais que pelos serviços prestados na guerra, foram-lhes conferidos os títulos de nobreza. Uma das irmãs de Marcolino chamava-se Maria Gorgônia de Holanda Wanderley. Sabe-se que o sobrenome Wanderley é de origem holandesa, e que faz crer que, de fato, Marcolino tinha as suas raízes genealógicas fincadas nos países baixos. 

Era o homem mais esquisito daqueles tempos. Casou-se a meia noite com uma sobrinha, por mera caturrice, e quando ela veio a falecer, muitos anos depois, fez questão que fosse sepultada ao pé de uma tamarineira no quintal de sua residência. E como a família não consentiu, indispôs-se com a família.

Colecionava em uma sala de sua casa aves e animais empalhados, inclusive a tíbia de uma das pernas de Jesuíno Brilhante - afamado cangaceiro que fez época nos sertões nordestinos. Dizem que esta peça anatômica ele ofertou a um amigo de Recife, Pernambuco.

Era poeta, porém Bocageano. Suas produções são impublicáveis. Era anticlerical e não perdoava os inimigos.

Certa vez alguém censurou os seus procedimentos ele respondeu com estes versos: 

Da raça barbalhada e dissoluta.
Dela surge vil jumento corcovado
É tão descomunal este aleijado
Como é ele um cabrão filho da puta.

Descendente desta corja assás poluta.
É ele alcoviteiro e tão danado
Que do Cuó onde foi gerado
Vai às praias descobrir mulher inculta.

Só assim ela acharia casamento
Disse-me seu irmão que assistiu
A tão torpe e imundo ajuntamento.

E como nenhum segredo me pediu
Em resposta ao que de mim disse o jumento
Eu lhe digo: vá à puta que o pariu.

Atribuem a Marcolino Wanderley diversos versos regrados a putaria que não são recomendáveis serem divulgados nesta blog. Na verdade, Marcolino passou pelo Assú, marcou uma época e foi esquecido. Nada na cidade leva o seu nome. 
Coisas do Assú.

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