Duas personalidades literárias frente à frente, Padre Zé Luiz e Renato Caldas
- observados pelo jornalista mossoroense José Rodrigues.
INCANDIADO
Dos cabelo de Sá Dona,
A cô, eu num sei dizê!
Meus óio num tem vontade,
Meus óio num tem querê.
Pois os óio de Sá Dona,
Num deixa meus óio vê.
E quem é qui arrisíste,
Uma coisa desse jeito?
Qui se infinca pulos óio,
E se espaia pulos peito?!
Num hai Sá Dona, num hai,
Quem possa inxergá direito.
Mecê pensa qui é mintira...
Pois num é mintira não.
É mió oiá pru só,
Cum todo seu quilarão,
Do que oiá pra esse óio,
Mais preto do que carvão.
O Só atrapaia a vista,
Deixa aquela confusão...
Mas, os óio de Sá Dona,
Vai batê no coração,
Fica pru dentro queimando
Cuma se fosse um vurcão.
- E é por isso, Sá Dona,
Qui eu tô dizendo a mecê:
Meus óio num tem vontade,
Meus óio num tem querê,
Póis o brio dos seus óio,
Num deixa meus óio vê.
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