Vick-Vaporub
MEU AMIGO Cláudio de Zezinho é muito encabulado e tem mania de doença. Qualquer coisa que aparece de anormal faz carreira para providenciar uns exames.
Dia desses amanheceu se “vazando” como diz o dito popular. Sentado no bojo, perdeu o horário que o ônibus o apanhava para o trabalho na Delmont. De imediato pensou logo em fazer exame de fezes para diagnosticar o problema.
Levantou do bojo e foi procurar uma vasilha para colher o material. Procurou, procurou e nada encontrou. Por fim, resolveu desocupar uma latinha de vick-vaporub que encontrou. Limpou a lata e, com cuidado, colocou as fezes dentro e tampou, bem tampada.
Correu à um laboratório para fazer o exame. A tarde foi procurar o resultado. A atendente disse que o analista precisava conversar pessoalmente com ele. Ficou apavorado pensando tratar-se de uma doença grave. O analista chegou e explicou:
- Cláudio, rapaz, eu não tive como realizar o seu exame de fezes porque não consegui abrir a latinha de vick-vaporub.
E ele chateado por não ter o resultado replicou:
- Mas doutor, aquilo é fácil. Lá em casa, quando eu não consigo abrir com as mãos eu abro com os dentes.
Do livro: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro
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