CHICO E
CHICA.
Sinha
moça, eu conto um fato
De Chico ôio de gato
E Chica Passarinheira:
Ele,
vendia missanga,
Pó de arroz e burundanga;
Era mascate de feira.
Chiquinha,
uma roceira
Disposta e trabaiadeira...
Pegava os pásso e vendia.
Porém,
tinha um priquito
Muito mansinho e bonito
Qui ela, vendê num queria.
Chico,
toda menhanzinha,
Ia a casa de Chiquinha
Já cum mardósa intenção...
Na
cunversa qui travaram,
Os óio, se
encontraram...
Tibungo, no coração.
Chico,
moço da cidade,
Cunversava de verdade,
Dotô em tefularia,
Foi de vagá se
chegando,
Passando a mão e alisando
E o priquitinho cedía
O bicho se arrupiava...
Ela, calada deixava,
Gostava daquele trato.
Nisso o amô pôz a
canga!
Pôi-se a brincar cum a missanga
De Chico ôio de Gato.
Um
brincando, outro alizando
E a missanga amariando
Nisso, um gritinho se ôviu.
Num é qui o priquito-rico,
Teve fome e abriu o bico...
Bufo – a missanga
engoliu.
O verde priquitinho
Bateu asas e avuô...
E Chica Passarinheira,
Tá sôrta na buraqueira...
Inté o nome mudô.
Renato Caldas
Charge: blog de Marii Andrade
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