RIO ASSU
Talvez muita gente não saiba que o Rio Assu foi conhecido um ano antes do descobrimento do Brasil, por três navegantes europeus que estiveram no seu estuário no fim de junho do ano de 1499.
Conta-nos Francisco Adolfo Warnagem, Visconde de Porto Seguro, ilustre historiador e diplomata brasileiro, com longo curso de pesquisas nos arquivos e bibliotecas de Portugal, coligindo documentos de grande interesse para sua notável História Geral do Brasil, que Alonso de Hojeda navegando em águas do Atlântico, aproximadamente na latitude de 5º (cinco graus) ao sul do Equinocial, avistou, por acaso, terras umedecidas, um verdadeiro pantanal que lhe chamou a atenção.
O Brasil foi sempre o país dos descobrimentos por acaso, é pelo menos o que reza a nossa história.
Pergunta-se agora se teria Alonso de Hojeda, que viajava em companhia do cartógrafo Juan de La Cosa e do experimentado marujo Américo Vespuccio, em mãos a carta de navegação, descrevendo as costas do Brasil, confeccionada por Toscanelle a mando de Fernando Telles em 1473?
Revendo-se história mais antiga, vêem-se, a saber, que é bem possível que os fenícios e os egípcios tenham estado à margem do rio Assu no ano de 1100 a.C.
Disto nos dá a entender Ludwig Schwennhagen, no seu tratado histórico – Antiga História do Brasil de 1100 a.C. a 1500 d.C. – em sua segunda edição, quando diz que estes povos ocuparam as costas do nordeste brasileiro constituindo colônias.
Voltando a descrição que faz Warnagem da viagem de Alonso de Hojeda, diz ele que: “a terra era baixa, alagada e de vários esteiros e braços de rios”.
Não podiam ser outros que os atuais rios das Conchas, dos Cavalos e Amargoso. Os três rios que formam o delta do rio Assu.
Tentou Alonso de Hojeda prosseguir pela costa no rumo do lês-sueste, mas não lhe foi possível vencer a força das correntes e viu-se obrigado a seguir com estas na direção de noroeste, e navegando ao largo foi somente de novo aportar, segundo parece, em Cayena.
Fonte: Pequeno trecho de “Anotações sobre o Rio Assu”
- escritas pelo assuense Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho no Jornal Novo Vale no ano de 1982.
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