“Vale a pena morrer lutando do que perder a razão de viver.” - Leonel Brizola
E o povo assuense que sempre esteve presente nas grandes decisões cívicas e conflitos armados como, por exemplo, Guerra do Paraguaia, Revolução Pernambucana, 1817, Guerra dos Mascates, 1710-11, Revolta de Pinto Madeira, não poderia ficar indiferente na Revolução de 1964.
Pois bem, no começo daquele ano negro, um grupo de jovens secundaristas do Ginásio Pedro Amorim (da CNEG - Campanha Nacional de Educandários Gratuitos que naquela época funcionava onde hoje é o Instituto Padre Ibiapina, manifestaram-se a favor daquelas reformas do presidente Goulart criando o Clube dos Onze, do Assu, importante município do interior potiguar. Aqueles jovens secundaristas, cheios de entusiasmos, por influência de Gilberto Freire de Melo, Edson Queiroz e Horácio Cunha que eram respectivamente na cidade de Assu funcionário dos Correios, do Banco do Brasil e farmacêutico, ambos com muita influência na sociedade assuense.
Já formado aquela organização, deram notícia via Correios a Rádio Mayrinque Veiga, do Rio de Janeiro, comunicando a fundação daquele clube naquela cidade. O referido telegrama redigido por Alzair Roberto Pessoa, à época funcionário do Banco do Brasil, dizia assim, num gesto de bravura: "Estamos prontos. Só faltam as armas!"
Além de Alzair eram integrantes daquele clube, José Wellington Germano, Demócrito Amorim, Demóstenes Amorim, Pedro Airton de Lima, Nuremberg Borja de Brito, Francisco Eupídio da Silva, João Leônidas de Medeiros Junior, Francisco José Félix, Antônio Félix e Elian de Lima Cosme. Além daquela emissora que divulgou aquela organização, a revista cruzeiro, 1965, também divulgou a relação Do Grupo dos Onze, do Assu.
Afinal, todos os integrantes do Gr-11, do Assu e tiveram consequentemente, além de serem mal vistos pela sociedade local durante muito tempo como subversivos, comunistas, de responderem a inquéritos militares. Alzair fora o mais penalizado, pois levou anos a fio prestando depoimento no Quartel General de Natal - sendo ouvido por um coronel do Exército que teria feito curso de tortura na Escola de Las Americas, na Guatemala. Fica o registro.
Texto de Fernando Caldas.
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