José Coriolano Ribeiro nasceu no dia 1º de março de 1928, no lugar denominado Sacramento, atual e próspero município de Ipanguaçu, no tempo ainda que aquele município pertencia a Santana do Matos, que veio a ser emancipado a 23 de dezembro de 1948. Zé Coriolano faleceu, salvo engano, com pouco mais de cinquenta anos de idade. Era tipo baixo, nem gordo, nem magro, bom de papo, de garfo e de copo maia ainda. Viveu uma vida boêmia, prazenteira e feliz. Poeta dos bons, nascido "bafejado pelo farfalhar dos verdes carnaubais" de sua terra natal. Bardo amoroso, versejava o cotidiano, seus versos populares, suas glosas estão espalhadas por Ipanguaçu e região.
Lembro-me dele, eu era ainda menino quando ia sempre a terra ipanguaçuense acompanhando meu pai Edmilson Caldas que era proprietário rural e secretário da prefeitura daquele lugar [fundado pelo meu bisavô Luiz Lucas Lins Caldas em terras de sua propriedade], no tempo em que Nelson Montenegro era o seu prefeito, 1963-66.
Lembro-me de Zé Coriolano declamando pelos bares e botequins de Ipanguaçu e de Açu, bem como dos seus dramas
Um homem solidário. Lembro-me também dos seus dramas vividos em várias enchentes provocadas pelas cheias caudalosas do Piranhas/Açu e do rio pataxó, para salvar seus conterrâneos.
Voltando a sua vida de poeta, Zé Coriolano como era mais conhecido está antologiado por Rômulo Wanderley, no seu livro intitulado Panorama da Poesia Norte-Rio-Grandense, 1965. Naquela antologia o escritor Walter depõe que ele, Coriolano, "é um poeta e um boêmio. Sem instrumentação, possui apenas aquele dom maravilhoso que Deus concede a determinadas criaturas, para que, com a sua inteligência, contem as coisas belas da Natureza, por ele criadas."
Vamos, afinal, para o nosso bem estar, conferir o poema adiante intitulado Louvação que Zé Coriolano produziu numa feliz inspiração, como prova da beleza do seu poetar:
Colheste mais uma rosa
Na sublimada existência
e esta por excelência
A quadra mais preciosa.
Quinze anos, vida airosa
De esperança o fanal,
Teu sorriso perenal
Zomba de toda desdita,
Tu és muito mais bonita
Que a aurora boreal.
Tu és o alvo diadema
De lírios brancos se abrindo
Tu és a Musa assistindo
A criação de um poema.
És pura como a inocência,
Tu és a divina essência
Adorizando um altar.
Mais sublime que o amor
Esta virgem idolatrada,
Su’alma é mais delicada
Que o trescalar de uma flor.
A natureza com primor
Fez este anjo ideal,
Torna a vida esplendorosa
Na mansão celestial.
Deus conceda sua vida
De harmonia completa.
São desejos de poeta
Parabéns, ó flor querida,
“Sempre seja esquecida,
Ao destino adversário”
Que nunca mágoas, nem dor,
Nem amplexo, terna flor,
Pelo seu aniversário.
Postado por Fernando Caldas
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