sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ARQUEOLOGIA

CAÇADORES DE RELÍQUIAS
ARQUEÓLOGOS ENCONTRAM PISO ORIGINAL DO FORTE DOS REIS MAGOS DURANTE ESCAVAÇÕES QUE ANTECEDEM A RESTAURAÇÃO DO MONUMENTO; ACHADOS HISTÓRICOS FICAM EXPOSTOS À VISITAÇÃO
DO NOVO JORNAL
“Enterravam gente aqui?”, pergunta um turista diante da cavidade que revela três níveis de diferentes pedras no chão em uma das dependências do Forte dos Reis Magos. “É muito pouco provável. Antigamente, eles preferiam enterrar as pessoas em lugares que tinham significado santo”, responde Veleda Lucena, uma das arqueólogas pernambucanas responsáveis pelos estudos históricos iniciados ali há cerca de 15 dias.

Até março do próximo ano essa será uma cena comum para os turistas que visitam um dos cartões postais mais famosos da cidade, o Forte dos Reis Magos, fundado em 1599, no lado direito da barra do Potengi, para proteger a cidade de ataque dos invasores estrangeiros.

Em 2014 o local vai passar pela restauração mais importante de sua história, segundo Onésimo Jerônimo Santos, superintendente do IPHAN, que assumiu oficialmente a direção do Forte na última segunda-feira. “Temos R$ 8 milhões e meio dentro do PAC Cidades Históricas para usar no restauro”, informa, reforçando que as obras começarão apenas em março do ano que vem e devem acabar somente um ano e meio depois.

Antes disso, porém, os arqueólogos estão com a missão de explorar a estrutura para elaborar um relatório que vai servir como base ao projeto de restauração. O saldo dos primeiros 15 dias foi a escavação de uma das dependências da estrutura histórica, o que acabou revelando o piso original do forte, recoberto com o passar do tempo a partir das reformas que foram sendo feitas no monumento.

“Estranhamos o fato de essa sala ser maior do que as outras, então fomos pesquisar e descobrimos que havia duas paredes aqui”, conta a arqueóloga Veleda Lucena, apontando para as marcas de divisórias visíveis no chão. Além do piso, as paredes também estão sendo escavadas.

“O valor de descobrir o piso original do forte é a quantidade de informações que nos traz”, analisa a arqueóloga, garantindo que, além daquela, outras dependências serão analisadas pela equipe de três arqueólogos e dois auxiliares da “Arqueolog Pesquisas”, empresa pernambucana contratada para o serviço.

O trabalho que começa por volta das 7h e segue até às 17h conta ainda com um laboratório móvel, localizado no estacionamento do Forte, para onde são encaminhadas as descobertas, a fim de que o material seja analisado em um ambiente técnico.

“Esse é um dos monumentos mais antigos do Brasil e que não sofreu grandes mudanças. O Forte está bastante conservado”, frisa Veleda. Através das escavações já se achou também uma moeda do século XX bastante deteriorada e restos de ossos de animais.
Mais informações no Novo Jornal
Foto: Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário