sábado, 9 de novembro de 2013

PETROBRAS

Retaliação: Trabalhadores das plataformas solidarizam-se com supervisor destituído
Em consequência da exoneração do técnico de Operações Pleno, Alécio Rubim, que exercia na companhia a função de supervisor de Produção, os operários de plataformas marítimas da Petrobras no Estado do RN expediram uma Carta de Desagravo, que está sendo veiculada pela página eletrônica do Sindicato dos Petroleiros do RN (Sindipetro).

O documento, com data de quinta-feira (07), emitido na cidade de Guamaré, possui o seguinte teor:

Nós, trabalhadores e trabalhadoras das plataformas marítimas da Petrobrás no Estado do Rio Grande do Norte, manifestamos, publicamente, nossa profunda indignação e repúdio à injusta destituição do Técnico de Operações Pleno, Alécio Rubim, do cargo de Supervisor de Produção.

Tomada logo após o encerramento da greve nacional, em 24 de outubro, a atitude dos gestores revela-se, claramente, como represália à participação do trabalhador no movimento paredista e à sua recusa em aceitar integrar de uma “Equipe de Contingência”, naquele mesmo período.

Ora! Desde quando se dispôs a assumir o posto de Supervisor, Alécio Rubim já havia esclarecido que, em momentos de conflito capital x trabalho, ou diante de decisões que pudessem contribuir para rebaixar condições de trabalho, não hesitaria em colocar o cargo à disposição.

E mais: agindo de forma clara e coerente, para que não restassem dúvidas sobre seu caráter e conduta, o trabalhador também solicitou, por escrito e publicamente, o licenciamento do cargo que então ocupava na direção do Sindipetro-RN, enquanto permanecesse na função de Supervisão.

Assim, quando irrompeu a greve, em 17 de outubro, Alécio Rubim não titubeou. Tal como afirmara, incorporou-se ao movimento, juntamente com seus companheiros de trabalho, recusando-se a fazer parte de qualquer esforço que pudesse enfraquecer uma luta justa que era de todos.

Para muitos gestores, no entanto, o fator determinante para a ocupação de postos na hierarquia da Petrobrás não é a competência, é a subserviência. Isto ficou claro quando, encerrada a greve, Alécio foi comunicado de sua destituição. E, ainda, agora, à medida que se intenta justificar o ato com o pretexto de que os cargos são “de confiança”.

De acordo com tal concepção, o critério principal para o preenchimento de cargos não é a capacidade técnica para o desempenho da função ou, muito menos, o respeito e a liderança que um trabalhador possa ter dentre seus pares. Para esses gestores que se apartearam completamente da força de trabalho, o que importa é a prática do servilismo.

Dessa forma, nesta Carta de Desagravo, nós, trabalhadores e trabalhadoras das plataformas marítimas do RN não estamos apenas denunciando a atitude de retaliação da Petrobrás. Antes de tudo, estamos aqui para manifestar nossa solidariedade a um companheiro que foi “punido” por aliar competência, coerência e honestidade; e, principalmente, por ter um sentimento verdadeiro de pertencimento de classe, o que muito nos orgulha!
Postado por Pauta Aberta

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