domingo, 15 de setembro de 2013

REMINISCÊNCIAS

COSTUMES DO NORDESTE

Baseado em informações de Ernandes da Cunha em seu livro Memórias Campestres ligados às pessoas destacamos: Botar luto. 

Quando morria algum parente próximo (pai, mãe, irmão, etc) a família botava luto. As mulheres durante algum tempo, usavam vestido preto ou na tonalidade de branco e preto. Quem não podia adquirir um vestido novo, comprava tinta preta e tinturava algum vestido que já possuía. O vestido era tinturado dentro de uma vasilha d’água fervente misturada com a tinta preta. 

Os homens demonstravam o luto vestindo calça preta e camisa branca. Não estando de calça preta, os homens expressavam o luto por meio de uma fita preta, colocada em sentido horizontal na camisa à altura do peito. Quando a camisa tinha bolso, a fita era presa à parte superior do bolso. 

À época, a morte provocava um sentimento de tristeza muito forte entre os parentes e amigos da pessoa falecida. Cada vizinho costumava visitar, pelo menos uma vez, a família enlutada, dando os pêsames e demonstrando apoio naquele momento difícil. Acho que esse fervoroso pesar decorria da vida simples que os habitantes da zona rural levavam. A convivência realizava-se entre poucas famílias e acredito que essa circunstância produzia mais afeto e respeito entre as pessoas. O próprio contato verbal e direto entre as pessoas contribuía para aumentar o grau de afinidade entre elas. Cada habitante do lugar gostava de encontrar-se com outro para conversar, sem medo. Isso gerava amizades fortes, sinceras e desenvolvia fraternidade entre as pessoas. Neste início do Século vinte e hum, verifica-se nas cidades que o luto, outrora demonstrado pela vestimenta, está praticamente extinto, excetuando-se algumas viúvas de idade avançada que ainda usam vestidos em que predomina a cor preta.

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