Ao companheiro Fernando "Fanfa" Caldas
Por Aluízio Lacerda, professor, jornalista, blogueiro
Amanheci sentindo saudades das coisas do Assu, infância boa, bem vivida, ladeado de uma turma inesquecível alguns vivinhos da silva pra acompanhar essas saudáveis recordações, outros já dormem na cidade de pés juntos, cumprindo a sina da vida, levado pela morte.
Pra começar devo lembrar ao amigo Fanfa algumas esquisitices da sua amada urbe: O homem mais pesado de Assu era chamado de "Maneiro" (saudosa memória), no finalzinho da cidade, periferia, havia uma padaria com o nome de Central, isso sem se falar em algumas preciosidades poéticas feita pelo consagrado bardo, Renato Caldas.
Certa vez um feirante com sua mercadoria encalhada, o bamburro de batatas era grande pediu ao poeta uma luz, um comercial rimado, afim de chamar atenção da freguesia: O poeta deu de garra de uma enorme batata e tascou essa de improviso: Batata, batata doce, batata que o povo gosta, um quilo dessa batata, dá mais de 10 quilos de bosta!
Seu Amaro Sena, em 1945, com o incêndio havido na usina fornecedora de energia da cidade (Intendência), ficando o Assu às escuras por um certo tempo, comprou ao poeta uma "Lâmpada Cóleman" para pagamento posterior, tinha uma bodega nas 4 bocas, passado algum tempo, esquecido de saldar o débito, pediu ao poeta uma rima em tom de cobrança para o fiado bastante acumulado em suas cardenetas - Renato não se fez de rogado, fez o seguinte verso: Amigo Amaro Sena. vejo e tenho pena, da sua situação, você é amigo raro, fiz você ficar no claro e fiquei na escruidão. Moral da história a cobrança foi eminente, Amaro meteu a mão no bolso e liquidou a conta com o poeta...
Certa vez, campanha eleitoral, bastante acirrada em Assu, disputavam a prefeitura Edgard Montenegro e Costa Leitão, estando o poeta de cara cheia, como gostava de viver seu cotidiano, ouviu num comício, Costa Leitão pronunciar uma palavra de cunho erudito de forma literalmente errada, bateu palmas ao orador, nisso o palanque inteiro viu que as palmas tinha sido do poeta, convidaram pra subir ao púlpito de seu Costa, deram-he o microfone e acharam que o poeta iria anunciar sua adesão, veja no que deu: Somente sendo o mardito que mandou você falar, aqui na praça bradar, São João Batista o inclíto, um erro desse admito , no orador Abraão, mais você "Costa Leitão" orador de nomeada, dá semelhante cagada, na praça da redeção!
Sendo Renato um Edgarzista apaixonado, acabou a noitada de seu rival... Depois conto mais...
Segue essa singela contribuição para o seu imenso repertório de causos varzeanos... Um abraço e até mais vê!!!
Postado por: Fernando Caldas
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