N
|
UMA ÉPOCA áurea do Porto Piató (Assu), funcionava um grande
bar pertencente a Zé de Nicolau. Maria de Lino, logo cedo, iniciava
vendendo aos pescadores: chá, café, pão, bolo, bolacha e outras guloseimas.
Certo
dia estava ela quebrando a lenha para fazer o fogo, enquanto isso, seu pai Lucílio Oliveira tinha acabado de sair
de um jogo e participava de uma prosa muito animada, fumando aquele brejeiro e,
vez por outra dando aquela cuspida. De imediato, Maria chamou:
- Papai, venha
cá!
- Vou já! – respondeu Lucílio. No entanto, Maria
muito apressada para começar suas atividades, voltou a chamar:
- Papai, venha
cá!
E Lucílio:
- Vou já!
Depois de Maria
chamar umas quatro ou cinco vezes apelou:
- Papai! Home
diga logo se vem ou não vem...
Lucílio pediu
aos companheiros para aguardarem um pouco que voltaria logo.
- Qui diabo de
vexame é esse, Maria? O que é que tu queis comigo?
Maria já
cansada, passando a mão na testa respondeu:
- Home, pelo
amor de Deus, quebre aqui esse pau qui num tem quem quebre.
Lucílio
dando meia volta respondeu sem pestanejar:
- Se num tem quem quebre pra que você me chama?
Fonte: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro
Fonte: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário