JOSÉ MEDEIROS - O EMPREENDEDOR
O poeta Pedro Ezequiel lá de Ipanguaçu, me
presenteou com uma cópia do livro de João Moacir de Medeiros com o título de: José Medeiros - Quase uma biografia de Ipanguaçu. Levo ao leitor algumas
informações sobre o capítulo: Ipanguaçu – Um sonho do “Plantador de Cidades”.
A
vinda de José Medeiros para Sacramento (atualmente Ipanguaçu), mudou a vida do
pequeno povoado, que se formara ao longo de muitos anos a partir de duas
modestas fileiras de casas, (só três de tijolo e telha e quatro de taipa) à
margem da estrada que ainda hoje liga Macau a Assu, ocupando terras da família
Lins Caldas de um lado, e de proprietários menores, de outro lado.
Carro de boi em Ipanguaçu |
Essa
estrada era a via de escoamento do sal de Macau, transportado em carros de boi,
geralmente à noite e na madrugada, e posteriormente dos demais produtos e
outros alimentos de subsistência.
José
Medeiros logo percebeu que Sacramento reunia todas as condições para se tornar
um centro de desenvolvimento, de comércio e de concentração humana. E começou a
alimentar o sonho de ver o vilarejo crescer e de um dia vir a construir um
Mercado Público.
A
posição geográfica do povoado colocava-o no centro de várias rotas que se
cruzavam, entre as lagoas da Ponta Grande e do Piató, equidistante do rio
Pataxó e do rio Assu, com suas vazantes, que ao longo dos anos sempre
funcionaram como um seguro contra as secas, garantindo a produção de alimento
para o homem, tanto quanto a rama e a bebida para os animais. Tinha ainda,
carnaubal abundante, que fornecia a madeira, o talo e as folhas que permitiam
ao homem a construção de moradias, mesmo modesta, bem como a criação dos
animais de serviço – a vaca e o cavalo dos mais “arrecursados”, o jumento e a
cabra dos mais pobres, garantia da carne, do queijo, da coalhada e também do
leite das crianças.
José
Medeiros, no ano de 1919 mudou-se de Assu para o pequeno povoado de Sacramento,
atual Ipanguaçu, passando a residir numa propriedade cuja frente ocupa, ainda
hoje, parte da rua que leva o seu nome, local onde ele introduziu, em 1929, a
eletrificação rural, que lhe permitiu irrigar o seu famoso sítio com água de
cacimbões, colhida através de possantes bombas, para cultivar e produzir em
grande escala as mais variadas frutas, tais como: banana, manga, pinha, mamão,
graviola, goiaba e até uvas deliciosas, na época desconhecidas no Vale do Assu,
mudando futuristicamente os destinos daquele povoado.
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