O agrônomo Fernando de Sá Leitão;
artesã Ione Medeiros; ecologista Ivete
Medeiros; poeta João Batista Rufino de Souza; comerciário Damião da Silva; professora Angelina Luiza; ceramista Francisco de Assis Medeiros; professora
Edna Medeiros; poeta Arquimedes de
Oliveira; professora Raimunda
Gonçalves; artesão Daniel Reis de Souza;
poetisa Elizabeth Lopes, educadora Niete
Fonsêca; aposentado Francisco Inácio Ferreira; músico Djalma Pinheiro Romualdo; repórter Delzir Campelo Romão; poetas: Rosian Gêneses dos Ramos
Bezerra, Anthuanne Kelly Veras,
Angelica Lana, Rosivaldo Quirino Bezerra
Júnior, Francisco Antônio Nascimento Cabral, João Paulo de Souza Filho; radialista Pedro Neto; funcionário da COSERN João Batista de Sena
e o instrumentista Patrício Júnior.
São pessoas dos mais diferentes ramos de atividades, possuidores da verve poética capaz de alentar a poesia assuense por muitos e muitos anos.
Certamente, muitos ficaram de fora do Vertentes. Neste dia da poesia vamos
relembrar alguns deles:
CAVALOS
SELVAGENS
Entre a dúvida e o desejo,
Correm cavalos selvagens,
Instinto e razão,
Que fazer, então?
Entre a dúvida e o desejo,
Há sempre cupidez,
Faces rubras ou palidez,
Boca seca, mãos frias.
Olhares alfinetantes...
Entre a dúvida e o desejo,
Existe o risco da insensatez,
E o momento de lucidez
Onde os cavalos são domados.
Fernando Antônio de Sá Leitão Morais - Agrônomo.
AMOR PROIBIDO
– Amor proibido, foi tão
lindo o que ouve entre nós.
Você veio para mim como um
vento veloz,
Tão veloz que não percebia,
Quando deu conta, em seus
braços me perdia,
Nos seus braços me perdia
Apaixonada para você me
entregava... Era como um sonho.
O que faço sem você?
Você finge que não liga para
mim
E me deixa sofrer esse amor
bonito
Cheio de pecado e prazer.
De amor e de pecado, de
pecado fui
Aprendendo e descobrindo o
prazer
O jeito de amar, o jeito de
querer.
O que eu sentia era tão
forte
Que não sabia o que fazer.
Amor proibido.
Ione Medeiros Santana de Moura
- Artesã
VICÊNCIA
Homens de nervos trilhados
Vaqueiros curados
Usando tão Pouco:
Água quente, panela,
Linha, agulhas e panos.
Rezando sua crença.
É Vicência curando
O vaqueiro molhado.
A fé, a cura, as bênçãos,
O povo, a procura.
É Vicência, é Vicência.
É sua existência.
Com reza, com ervas
Homens vaqueiros,
Animais caídos
A todos faz levantar.
Vicência curando
A esperança do povo,
O espírito de Vicência
Que continua a curar.
Com ervas ela benze,
Com fé ela cura.
É Vicência rezando.
É Vicência presente.
É Vicência
Panela na trempe.
Ervas na água esquentando.
Pedaços de panos
Dobrados e cozendo,
Água e barbante,
Vai Vicência benzendo.
O vaqueiro caído,
O pé foi quebrado.
Diz a reza:
“É nervos trilhados”.
Vai Vicência curando,
O vaqueiro andando.
Sua Fé, sua crença,
É Vicência.
Medicina do povo,
Remédio caseiro:
Benze com água,
Com fogo, com ervas.
É cura certeira.
Vicência lembrando.
Vicência vivendo.
Ivete Medeiros - Ecologista.
BRASIL DA
INDIFERENÇA
Brasil da Corrupção
Uma guerra não vencida
O desemprego, a fome
A renda mal dividida
Trava o combate do filho
Pela batalha da vida.
Brasil da desigualdade
Indigência, conflitos sociais
Os pobres sem moradia.
Ricos em mansões colossais
Não ver que a justiça divina
Prega por todos iguais.
Vou fazer prece aos céus
Pra mudar isso, talvez
Ao invés de fome, violência
Paz , comida sem escassez
E o Brasil não mais seja
Um erro português.
João Batista Rufino de Souza.
ESSE BRASIL
CONTINUA
TOTALMENTE
DESIGUAL.
Criança vivendo na rua
Aposentado sem vez
Assim com estupidez
Esse Brasil continua.
O político insinua
Como se fazer o mal.
No Congresso Nacional
A miséria vira ouro
O povo levando couro
Totalmente desigual.
Francisco Damião da Silva – Comerciário.
SE EU NÃO AMAR
Meus sonhos na madrugada
Não valem nada.
Meu dia corrido,
Minha agonia, não tem valia.
Meu esforço por mais que eu resuma
Não vale coisa alguma.
Se eu não amar de peito aberto
Sem me preocupar
Se for errado ou certo.
Se eu escrever bonito,
Não servirá de nada
O que foi escrito.
Se eu voar bem alto,
Tudo se apagará de um salto.
E se eu fizer um bom arranjo
E conseguir falar até com um anjo,
Nada terá sentido,
Estará tudo perdido;
Se eu não amar de peito aberto
Sem me importar
Se for errado ou certo.
Se eu pra fugir do tédio
Descobrir o verdadeiro remédio,
Não terá garantia
Poderá ser descoberta obsoleta
No outro dia...
Se eu não amar de peito aberto
Sem me importar
Se estou errado ou certo.
E se eu descobrir
Da juventude
A tão sonhada fonte
E para lá fizer
Para toda a humanidade
Uma larga ponte,
Ainda assim serei inútil.
Ao objeto mais fútil.
Serei idêntico,
Se eu não amar de peito aberto
Sem me importar
Se estou errado ou certo.
Angelina Luíza de Souza Neta – professora e poetisa.
MARCA – SINA =
SINAL
As mulheres do Caraú
Todas da família Cunha,
São cunhadas.
Tem ancas avantajadas
Tem bundas bem empinadas
São Galegas.
Francisco Diassis Medeiros – ceramista e poeta.
SEMENTE
Eu sou a semente
Semente do amor
Eu sou a semente
Semente da paixão
Eu sou a semente
Semente da explicação
Eu sou a semente
Semente do salvador.
Eu sou a semente
Semente da continuação
Eu sou a semente
Semente das sementes.
Eu sou a semente
Semente da ligação
Eu sou a semente
Que me abala
O coração e às vezes
Me pergunto!
Que semente sou então?
Edna Medeiros Ferreira - Professora.
AOS OLHOS DA
MINHA PAIXÃO
Teu corpo espelha a beleza
Visto jamais em algum lugar
Por mais que busque e procure
Duvido – irão encontrar.
A silhueta mais linda
Que se pode encontrar
Desde o monte Tibet
As profundezas do mar.
É o corpo mais perfeito
Que na terra pode andar
Pois Deus usou a simetria
Pra tudo nele encaixar.
É assim que vejo a musa
Onde posso me inspirar.
CONTRADIÇÕES
Parte de mim anseia seu toque
A outra parte recusa sua aproximação
Parte de mim sonha em ter seus carinhos
A outra parte prefere ficar sozinha
Parte de mim lembra com saudade de você
A outra prefere te esquecer.
Parte de mim te amou
E dedicou-se para manter-te comigo
A outra se enganou
Criando uma ilusão.
Parte de mim pede sua volta
E chora por sua ausência
A outra afirma
Que você a enganou.
Parte de mim pretende
Viver ao seu lado
A outra parte tenta
Ignorar sua existência.
Parte de mim sente-se
Vazia sem você
A outra/ Declara-se auto-suficiente.
Parte de mim espera sua volta
A outra festeja sua partida.
A emoção insiste
Em acreditar nessa paixão
A razão diz que, é melhor a solidão.
Raimunda Gonçalves Neta – Pedagoga e Professora.
RECICLAGEM
Queria escrever algo
Que falasse sobre mim
Amor
Morte
Solidão
Vida
Sei lá
Algo que descrevesse
Em papel reciclado
Tudo sobre minha vida
Mas não consigo
Se minha própria imagem no espelho
Não dá pra descrever.
Daniel Reis de Souza – Artista plástico e poeta.
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