segunda-feira, 4 de março de 2013

NENHUM PODER É ETERNO...

A GRAVIDEZ DO PODER

"A força do poder nasce e morre no estuário da vulnerabilidade. No que se refere à condição humana. No que tange ao "sistema" essa força é permanente e fora do controle pessoal. 
O poder engravida de vaidade, presunção, luminosidade e sensação de potência. Tudo isso convive na gestação. Ao fim, dá à luz a solidão. O Ex é um cultivador do capim que prospera no batente do seu retiro..."

François Silvestre - escritor. 
Frases retiradas do início de um artigo publicado no Novo Jornal


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Afinal, quem é o escritor François Silvestre?
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sábado, 26 de janeiro de 2013
Entrevista com François Silvestre. (http://101livrosdorn.blogspot.com.br)


                                                

1-François Silvestre, vamos começar pela sua infância, onde nasceu, e como foram seus primeiros anos de vida?

- A infância é o único tempo da vida que nada deve à arte nem à literatura. Deixemo-la em paz. Nasci na fazenda Cajuais, sopé das serras de Martins e Portalegre.

2-Que ano veio morar em Natal, teve algum móvito especial?

- Vim para Natal em 1965, deixando o internato no Diocesano de Caicó.

3-Quais foram suas primeiras leituras?

- Monteiro Lobato, José de Alencar, J. Maritain, Goethe, Casimiro de Abreu, Thomaz de Aquino, Érico Veríssimo, outros mais. Coisa de sobrinho de padre.

4- Com que idade começou a escrever? Foi influenciado por algum autor ou livro especifico?

- Eu ainda não comecei a escrever. Nem aprendi. Apenas redijo, que é ensaio para a escritura.

5- E os tempos da Faculdade de Direito, como foram? Teve algum motivo especial para você escolher esse curso?

- Nenhum motivo especial. Poderia ter sido qualquer outro. As profissões são todas semelhantes e secundárias.

6-Você também se dedicou ao jornalismo, correto? Trabalhou na Tribuna do Norte, dentre outros, você escrevia sobre o que nos jornais?

- Pratiquei jornalismo. Trabalhei na Tribuna, no Boletim Cambial, Revista Visão e Gazeta do Brás. Escrevi, ou redigi, para o Diário, Poti, Dois Pontos, Jornal de Hoje, Gazeta do Oeste, Revista Preá, Revista Palumbo, Revista Bravo, Revista Perigo Iminente. Atualmente, há dois anos, redijo a coluna Plural, do Novo Jornal, aos Domingos.

7- Você morou um período no sudeste, qual o motivo da mudança? Como foi esse período da sua vida em São Paulo?

- Tantas vezes e tantas coisas que cansaria o leitor. Poupemo-lo. Baixou em mim hoje um encosto de Jânio Quadros.

8- Foi em São Paulo que você estreou oficialmente em livro com a obra Luz da Noite ao Vento Norte, nos fale um pouco do seu primeiro livro, e desse seu momento de estreia?

- Só não falo porque prefiro esquecer. Um amontoado de bobagens.

9- Na volta para Natal, você enverada para caminhos políticos, você sempre gostou de politica? Inclusive, anos depois, em 1999, você publicou o Dicionário Politico do RN, como era sua relação com a politica, ainda tem envolvimento?

- Esse dicionário é outra coisa que precisa desaparecer ou ser reescrito. Uma porcaria. Se um dia eu tiver saco para voltar ao dito cujo, muita gente dali vai sumir e outros ingressarão. Sem falar no texto em si, uma lástima.

10- Seu primeiro livro publicado no RN, Rio de Sangue, foi publicado no inicio dos anos 80, conte-nos um pouco dessa experiência de escrever seu primeiro livros de contos? De que tratam as estórias? Você ficou satisfeito com o resultado desse seu primeiro trabalho ficcional?

- É um livreto bem irregular. Alguns textos razoáveis. Outros dispensáveis.

11-E seu segundo livro de prosa foi, Dormentes - A serra da festa encantada, de 1983, fale-nos um pouco dessa obra?

- Meu deus. Ainda tem livro meu pra perguntar?

12- Como era o mercado editorial em Natal, nos anos 80, você tinha contato com o pessoal que produzia literatura na capital?

- O mesmo contato de hoje. Quase nenhum.

13- Em 2002, você publica um dos melhores romances potiguares de todos os tempos, A Pátria Não é Ninguém, nos conte como foi o processo de criação do livro, e o que motivou a escrevê-lo?

- Brigado pelo elogio. Mas esse livro foi uma cilada que eu armei. Para os amigos críticos de literatura, eu não escrevi ficção e sim memórias. Nisso, eles desmerecem a criação literária e exaltam minha história de vida. Para os amigos conhecedores da minha vida, nada ali é memória, mas mentira. Diminuem a vida do autor e exaltam o talento do criador. Pra onde correr eu ganho.

14- Você acha que essa obra foi resultado da sua maturidade literária? Esperava o reconhecimento elogioso que ele teve?

- Maturidade? Se eu pudesse nunca amadureceria, passaria de verde a podre. Elogio é sempre bem vindo. Gente é igual a menino e cachorro, gosta de afago.

15- Antes de publicar A Pátria Não é Ninguém, você passou muito tempo sem lançar obras literárias, teve algum motivo especifico?

- Nem notei.

16- Em 1993 você foi aprovado em concurso publico para o cargo de Procurado do Estado, como foi essa fase da sua vida? Você conseguia conciliar seu trabalho com a literatura?

- Conciliar trabalho? Prefiro conciliar preguiça.

17- Em 2003 você incursiona pela crônica com o livro O Mel de Benquerê, e em 2008, pela memorialística com As Alças de Agave, fale um pouco desses livros e da experiência de escrever em outras vertentes literárias ?

- O primeiro foi uma coletânea organizada por Abimael Silva, do Sebo Vermelho. O outro foi resultado de um episódio terrível, que ainda hoje machuca.

18- E seus tempos na Fundação José Augusto, como foram? Deu para desenvolver um bom trabalho? E difícil trabalhar com cultura no nosso estado?

- A resposta anterior prejudica esta.

19-E seu romance, Remanso da Piracema publicado em 2009, a experiência com ele foi tão boa como a do romance anterior?

- Eu adoro esse livro.

20- Como você recebeu a noticia que estava sendo homenageado pelo Alfredo Pérez Alencart, Catedratico de Salamanca na Espanha?

- Ah! Foi um prêmio. Agora mesmo está saindo, na Europa, um livro escrito por vários autores do mundo todo em homenagem ao poeta Alfredo Perez, peruano radicado na terra de Unamuno. Há um texto meu nesse livro.

21- O pesquisador Tarcísio Gurgel, classificou você no livro dele, Informação da Literatura Potiguar, como um competente narrador de historias, ainda quando você estava começando sua carreira literária, você acha que houve um amadurecimento em sua literatura com o passar dos anos?

- Tarcísio Gurgel é um figuraço. Adoro todos daquela casa, dia desses encontrei Mário Sérgio, que tá com a cara de Deífilo, há quatro décadas.

22- Como você enxerga o mercado de livros em Natal hoje, mudou muita coisa, por exemplo, em relação anos 70/80?

- Já respondi sobre isso.

23- Algum livro/autor potiguar nesses últimos anos despertou sua atenção?

- Muitos. Não é bom citar para evitar esquecimento injusto.

24-Como se sente ao saber que você incluso em livros tão importantes para a história da literatura potiguar, como o livro, Ficcionistas Potiguares de Manoel Onofre Jr., e a Poesia Potiguar no Século XX de Assis Brasil?

- Tudo resultado da generosidade deles. Manoel Onofre é suspeito. Conterrâneo, amigo, irmão. Dele e dos irmãos dele. Tudo que ele disser de bom da minha literatura, você dê um desconto. Assis Brasil eu não conheço pessoalmente. Foi uma agradável surpresa.

25- Como analisa a literatura potiguar na atualidade, continuamos tendo bons escritores e livros?

- Com os olhos.

26- Seu mais recente livro, Esmeralda – crime no santuário do Lima, do que trata?

- É uma novela policial. Também gosto dele. Do que trata? Tá lá.

27- Quais seus planos literários para o futuro, você esta trabalhando em algum novo livro?

- Não sei se é futuro. Estou escrevendo um livro sobre as Repúblicas do Brasil. Já está com quase duzentas páginas e ainda estou na eleição de Rui Barbosa contra Hermes da Fonseca. Está pronta uma peça de teatro “O roubo do Fole”, que só será publicada após umas pendências que tenho com uma cretinice institucional.

28- Quem é o escritor François Silvestre?

- Porra, depois de tanta pergunta você ainda não sabe quem eu sou?

Foto retirada do: http://blogdobodelyra.blogspot.com.br

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