Afonso de Ligório Bezerra. Nasceu no dia 09 de junho de 1907 na povoação de
Carapebas, em Angicos, hoje município de Afonso Bezerra, uma homenagem ao
referido escritor.
Afonso
Bezerra fez as primeiras letras em Carapeba e o secundário no Colégio Marista e
Ateneu, em Natal. Em 1928, entrou para a faculdade de Direito do Recife,
destacando-se como excepcional aluno, havendo cursado até o 2º ano, quando
retornou para Natal pelo agravamento do seu estado de saúde. Veio a falecer as
7h30m da manhã do dia 08 de março de 1930, um mês antes de completar 23 anos.
De
formação eminentemente católica, Afonso Bezerra destacou-se da geração do seu
tempo, pela sai inteligência e precocidade intelectual, publicando crônicas,
poesias e principalmente contos na imprensa local e até no Rio de Janeiro.
Participou
ainda de várias agremiações literárias e movimentos católicos publicando
artigos em quase todos periódicos da capital potiguar. Foi brilhante orador e
dramaturgo, deixando algumas peças escritas e publicadas.
Apesar
da pouca idade, granjeou admiração dos círculos intelectuais do seu tempo que
não valorizava os jovens, mas a maturidade intelectual, mas ainda que a
erudição. Foi nesta base que se destacou Afonso Bezerra. Sua formação religiosa
o fez erudito e se alguém tiver paciência de ler os jornais dos anos 20, vai
encontrar muitas colaborações e textos de Afonso Bezerra.
Escreveu
para si regras morais entre elas destacamos as cinco principais: 1) Não
proceder com indiscrição e hipocrisia; 2) Não se acovardar ante os poderosos
nem ser prepotente; 3) Tratar com moderação os mais humildes; 4) combater os
preconceitos e, 5) Se impor pelos seus próprios atos.
Termina
suas regras morais elegendo três máximas: O valor nunca se abate. Ser homem é
ser forte e viver é lutar.
Escreveu
e publicou poucas poesias, mas seus contos, publicados na imprensa potiguar são
de inigualáveis qualidades literárias. É considerado o primeiro contista do Rio
Grande do Norte. Afonso Bezerra é o patrono da cadeira de nº 40 da Academia
Norte-Rio-Grandense de Letras.
Infelizmente,
esse grande homem da cultural potiguar e que dá nome ao município de Afonso
Bezerra morreu aos 22 anos de idade. E previu sua morte numa poesia:
SE EU MORRER MOÇO
Se eu vier a morrer em pleno gozo
Das ilusões que embala a mocidade
Eu não quero que chorem meu trespasse
É bastante a saudade.
Como escritor, deixou contos sertanejos, na linhagem
de Afonso Arinos, alguns destes considerados peças antológicas. Sua obra foi
enfeixada em livro, sob o título “Ensaios,
Contos e Crônicas” (Editora Pongetti, Rio, 1967) graças ao escritor Manoel
Rodrigues de Melo.
Fonte: fragmentos de texto de Manoel Onofre Júnior
400 Nomes de Natal – Natal, 2000.