IMAGEM DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
Conversando com o amigo Warwick Tavares ele demonstrava a sua indignação pelo abandono da Imagem de Nossa Senhora do Rosário colocada sob um pedestal na "Praça do Rosário", em Assu.
A comunidade católica precisa observar que aquela Imagem foi posta no local do altar onde existia a Igreja do Rosário como forma de manter viva a devoção do povo assuense. No entanto, o que se vê é um abandono total, tanto pela Igreja, pelo poder público municipal quanto pela população.
Propus a um amigo que faz parte do 'Terço dos Homens' que levasse uma proposta para que essa irmandade possa "adotar" aquela imagem permitindo que a mesma volte a ser zelada, respeitada... Venerada.
Vejamos o que diz a poetisa Sinhazinha Wanderley sobre a Festa dos Negros (outros historiadores se referem a "Festa dos Pretos") em um pequeno trecho de seus escritos deixados para conhecimento da juventude assuense. Vamos à leitura:
"Na FESTA DOS NEGROS eles eram ainda cativos e os senhores lhes davam liberdade para a fazer. Os negros tinham muita devoção a Nossa Senhora do Rosário e faziam a festa em seu louvor: A festa constava de um tríduo solene, missa cantada, procissão. Branco não dava voto. A festa profana compunha-se do seguinte pessoal: um Rei, uma Rainha, um Conselheiro, dois Juízes e o Bobo do Rei.
Os negros iam pelas várzeas a pedir esmolas e faziam soma abundante. Se vestiam todos a caráter. os Juízes de calça e camisa branca, com uma fita larga passada a tiracolo escrita em letras douradas a palavra 'Juiz'. As Juízas com um vestido de sentinela branca, com a mesma fita e o mesmo dizer. O Conselheiro, trajando grande uniforme, dragon, chapéu de bico. A Rainha trajava branco e o Bobo, como os Juízes com a fita e um bouquet no peito, usando um varapau listado de cão.
Eles arranjavam um cavalo branco, lavavam-no, increpavam-lhe a clina, era a montada do rei que montava calção, capa, perneiras e espada. Na véspera do dia da festa, iam deixar o rei na Baviera e iam uma porção deles buscar o rei que entrava na cidade solenemente apoiando-se todos em frente a Santa Cruz onde faziam oração. A Rainha era coroada na primeira noite do tríduo. O Rei entrava com a Corte, a Rainha estava pronta na sala, ao lado das Juízas. A coroa estava colocada numa espécie de trono sobre a mesa. O Rei entrava ela erguia-se de pé, cumprimentavam-se ele colocava-lhe a coroa sobre a fronte, tomava-lhe o braço e caminhavam-se para a Igreja o Bobo a frente, fazendo passos e trejeitos com o espontão.
Juízes, Juízas, Conselheiro e bando junto do Rei. As negras eram quem cantavam o bendito a Nossa Senhora do Rosário, letra que elas mandavam compor. Foi Marcolino Wanderley quem compôs a primeira estrofe, dizia assim: "Santa Virgem do Rosário/ Mão Celeste, Universal,/ Padroeira preferida,/ Foste, oh! Santa, sem igual".
E que boa boa voz tinham as negras... Que melodia! O Rei acompanhava a Procissão de braço com a Rainha e o Bobo com o varapau encostado a terra, em sinal de respeito. Terminada a festa havia um jantar, cujo lugar de honra ocupava o Vigário. Nenhum branco era admitido (...). Com a vinda da República, os negros que, mesmo libertos tinham continuado o folguedo tradicional, deixaram de o fazer".
Com o tempo a Igreja do Rosário foi se deteriorando ficando somente as ruínas. No dia 29 de junho de 1949 foi inaugurada a PRAÇA DO ROSÁRIO - construída pelo então prefeito Edgard Borges Montenegro em cooperação com o povo do Assu (as famílias doaram os bancos). Nela foi posta a imagem de Nossa Senhora do Rosário - uma oferta do casal Dr. Pedro Soares de Amorim (líder político) e sua esposa Maria Beatriz Montenegro de Amorim.
BASEADO NA LITURGIA DIÁRIA VEJAMOS UM POUCO MAIS SOBRE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO:
07 de outubro - DIA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
Era chamada Festa do Santíssimo Rosário antes da reforma do calendário, em 1969. A celebração fora instituída por são Pio V para recordar a vitória obtida pela frota cristã em 1571, nas águas de Lepanto, num desigual encontro com a poderosa armada turca. O piedoso pontífice, dominicano, foi advertido miraculosamente do feliz resultado enquanto estava absorto na recitação do santo rosário.
Como bom filho de são Domingos, que havia inculcado tal devoção em seus frades pregadores, o papa recitava cotidianamente o assim chamado Saltério da Virgem, oração simples, mas não monótona — assim como não aborrece uma simples palavra de amor repetida seguida e imutavelmente à pessoa amada. Nos conventos medievais, os irmãos leigos, que tinham pouca familiaridade com o latim, eram dispensados da recitação do Ofício, substituído pelo rosário, de 150 ave-marias e 15 Pai-Nossos, para cuja contagem são Beda, o Venerável, havia sugerido a adoção de um colar de grãos enfiados em um cordão.
Depois da célebre aparição da Virgem a são Domingos, que lhe mostrou a coroa do rosário como arma para derrotar as heresias, surgiram várias confrarias do rosário, em várias nações da Europa. Também as missões dos frades pregadores no Extremo Oriente foram promovidas sob o signo do rosário, porque esta oração, disse-lhes são Domingos, “é uma pedra preciosa no tesouro da Igreja”.
A recitação do rosário, já apoiada pelo santo pontífice Pio V, foi estendida à Igreja universal em 1716, porque ela compreendia, em certo sentido, todas as festas da Virgem e a vida do Redentor, ao qual Maria foi associada como Co-Redentora. Nos 15 mistérios são propostos aos cristãos outros tantos temas de meditação sobre a vida de Jesus e de Maria. O rosário foi chamado também “o breviário do povo de Deus”, que deve ser recitado preferivelmente à noite por toda a família reunida, animada de um único espírito de oração.
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