terça-feira, 25 de junho de 2013

POESIA

SÃO JOÃO DO ASSU
Matriz de São João / Ornamentação festejos juninos (fotógrafo: Roberto Meira)
          I
Assu Terra da Poesia,
Dos verdes Carnaubais,
Dos Janduís, ancestrais...
Pátria da boemia,
Berço da harmonia,
Lar de um povo cristão,
Seja assuense ou não,
Senta no mesmo terreiro
Neste Assu hospitaleiro,
De Lindalva e São João.
          
           II
Assu dos festejos juninos
Religiosos e profanos
Que Reúne todos os anos
Turistas e peregrinos...
Homens, mulheres, meninos,
Desta imensa nação,
A cada um, com fé e oração,
Acolhemos como romeiro...
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          III
Nesta festa tradicional
De quase trezentos anos
Nela sempre buscamos
Seguir o seu ritual...
E de forma fenomenal,
Mantemos fogueira, balão,
Dançamos forró, xote, baião,
Quadrilha de beradeiro...
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.
          
          IV
Ao longo da nossa história
A fé está acima de tudo,
A devoção roda o mundo
Nos rituais de oratória...
E puxando pela memória,
Rebuscando a tradição
Registramos com emoção
As promessas ao Padroeiro...
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          V
No largo da nossa Matriz
A população festeira
Agita a brincadeira,
Vez por outra sobe o nariz...
Num gesto puro... Feliz,
Pra vê subindo o balão
E o pipocar do rojão.
Viva! - Grita o pipoqueiro...
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          VI
Destacando os paroquianos
Donatila é nosso exemplo
Cuida de tudo no Templo
Evitando quaisquer danos...
Lembra bem os lusitanos
Seguindo sua devoção
Concentrada em oração
Durante o ano inteiro,
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          VII
Padre Canindé com sabedoria
Celebra o novenário
E como bom missionário
Faz ecoar sua homilia...
Momento que a família,
Seja assuense ou não,
Escuta com atenção
A palavra do mensageiro
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          VIII
Padre Flávio aqui chegou
Pra sacolejar nossa fé
Bem cedo já tá de pé
E a benção nunca negou...
A noveninha implantou
Incentivando a devoção
E as crianças em ação
Rezam ao Santo Padroeiro
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          IX
Das tradições habituais
Mantidas como folguedo,
O pau-de-sebo é o brinquedo
Que conserva seus rituais...
Anima as tardes culturais
Da grande programação,
A Princesa, por tradição,
Monta o pau sempre altaneiro
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          X
Sanfoneiros, violeiros,
Dançarinas, cantadores,
Artesãos, animadores,
Poetas, Mamulengueiros...
Coordenados por noiteiros
Com o aval da população
Rezam com fé e emoção
Novena e missa ao Obreiro
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          XI
A tradicional fogueira
É acesa nos dias Santos
E em todos os recantos
Tal qual a carnaubeira,
É como a nossa bandeira:
Está em cada coração,
Agitando a emoção
Deste povo forrozeiro
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          XII
Pra selar responsabilidade
Com a festa do próximo ano
Chamamos ao povo sano
De fé, devoção, lealdade...
- Vamos apagar com saudade
Nossa fogueira de tradição...
Mas, deixaremos um tição,
Para alimentar o braseiro
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.

          XIII
Às equipes empenhadas
Nossos agradecimentos
Vocês são os instrumentos
Das ações tão propagadas...
Das noites tão animadas,
De paz e de comunhão,
Neste grande encontrão
De povo bom e ordeiro,
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João

          XIV
Obrigado, devotos senhores!
Obrigado, devotas senhoras!
Daqui um ano, nestas horas,
Retornamos nossos louvores...
Que nestas terras de valores,
De coragem, fé e oblação,
A paz reine no sertão
Deste povo brasileiro
Neste Assu hospitaleiro
De Lindalva e São João.


Poema de Ivan Pinheiro recitado pelo autor & Iza Caldas no dia 24 de junho de 2013, durante o cerimonial de encerramento dos festejos de São João Batista do Assu - Patrimônio Cultural, Imaterial e Histórico do Rio Grande do Norte.

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