sexta-feira, 15 de abril de 2016

POESIA ASSUENSE:

 
Não sei ao certo
O que eu iria buscar
Na cidade de infância onde nasci.
O sino da igreja
Imediatamente me fez voltar
Ao tempo que se foi.
Reencontrei nas cores das casas
Meus olhos de criança.
Meu olhar resgatava
Minha terra.
No meu chão eu chorei
Com saudades de mim...
Na Rua das Hortas
Avistei o casarão
Com a tinta da parede
Gasta pelo tempo...
Mesmo meu tempo!
Na calçada alta de pedras
Fantasmas de entes amados
Esperavam por mim
Transformados em estrelas
A me guiar.
Na rua deserta e silenciosa
Parei defronte a porta principal
Sentei-me na beira da calçada
Olhei para o carnaubal.
Vi aparição de lavadeiras
Com as saias erguidas
Atravessarem as águas do córrego...
Águas que mais tarde
Levariam minhas lembranças
Para o fundo do mar.

J. A. Simonetti

Foto Ilustrativa: assuguia.com.br

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