quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

CRÔNICA:

PADRE CANINDÉ:
UM APAIXONADO PELO SACERDÓCIO
Por Ivan Pinheiro
(Historiador, escritor e presidente da
Academia Assuense de Letras)
Francisco Canindé dos Santos nasceu, lá no “pé” da Serra do Cabugi (município de Angicos) na comunidade denominada Pelo Sinal. Quem um dia teve a feliz ideia de colocar o nome daquele pequeno povoado de “Pelo Sinal”, não imaginava que naquele sertão, castigado pela seca, no dia 05 de julho de 1937, nasceria uma figura humana que seria, durante toda a vida, o expositor andarilho da Santa Cruz.
O vocacionado Canindé estudou o primário ainda em Pelo Sinal. Sua primeira professora foi Isabel Neco de Oliveira que também foi sua madrinha de batismo.
O menino Canindé, alentado pela fé, teve a coragem de sair do seio de sua família para adquirir conhecimentos, levando consigo, à vontade de servir a Deus. Foi para Mossoró onde estudou de 1951 a 1957. Em 1958 estudou em João Pessoa (PB) onde concluiu o segundo grau. De 1959 a 1960 estudou em Fortaleza (CE) e de 1961 a 1965 estudou Filosofia e Teologia, no Seminário Regional do Nordeste em Olinda (PE).
Padre Canindé como é conhecido por toda a população do Assú e do Vale foi ordenado padre no dia 29 de junho de 1965 e teve como missão abraçar a partir de 03 de janeiro de 1966 a Paróquia do Assú. Nesta cidade, durante estes cinquenta anos, atuou como um verdadeiro pastor, um semeador da palavra de Deus.
       Foi também: professor, diretor dos estabelecimentos educacionais Instituto Padre Ibiapina e Ginásio Pedro Amorim; maestro de bandas marciais; diretor e radialista da Rádio Princesa, entre outras atividades pertinentes a sua missão apostólica.
Na sua labuta diária Padre Canindé recebeu amor, carinho e afeto da população assuense e também, em alguns momentos, contrariou interesses e foi incompreendido por uma infinidade de paroquianos.
Com uma paróquia de dimensões diocesana para administrar, já que durante muitos anos absorveu os municípios de Carnaubais e Porto do mangue, Padre Canindé sempre encontrou tempo para se dedicar as causas sociais. Nesta área abraçou lutas históricas, entre estas:
- Combateu ao lado do povo a forma desrespeitosa com que o Governo Federal tratou os proprietários de imóveis urbanos e rurais localizados nas áreas atingidas pela Barragem Armando Ribeiro Gonçalves;
- Lutou com “unhas e dentes”, para não vê fechado, no início da década de oitenta, um dos mais importantes estabelecimentos de ensino da região, o Instituto Padre Ibiapina (IPI);
- Articulou de maneira inigualável para a criação do Campus Avançado da Universidade Regional do RN, hoje UERN, e do consórcio à implantação da emissora de rádio ‘Princesa do Vale’;
- Trabalhou com fervor para que os festejos de São João Batista tivessem dimensões além-fronteiras norte-rio-grandenses;
- Lutou incansavelmente na defesa e justificativa para a implantação da Paróquia de São Cristóvão / Irmã Lindalva...
Enfim, nestes 50 anos de Assú, Padre Canindé sempre buscou estar presente nas ações de viabilidade econômica e social da região. A pontualidade, responsabilidade e honestidade são, entre outras virtudes, parâmetros inseparáveis deste religioso.
Agora, ao completar 50 anos de ordenação sacerdotal e 78 anos de idade, com sua missão cumprida, atuando como padre emérito, rogamos que o Padre Canindé descanse a mente, relaxe o corpo, cuide da sua saúde e, inclusive, escreva suas memórias... A população assuense, independente da religião de cada um, certamente reconhece os seus relevantes serviços prestados a este torrão bendito de São João Batista e de Irmã Lindalva. 
Publicado no Princesa em Revista nº 04 - dezembro/2015.
Foto: Jean Lopes - Assú.

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